Neste sucinto artigo vejamos algo dos elementos promotores da educação cristã. Esses pontos tratam do campo de ação educacional de que se ocupa este periódico – a Escola Dominical; isto do ponto de vista do educador, do professor, bem como do educando, do aluno.
Liderança da educação
A Bíblia – a Palavra de Deus – desde o remoto passado adverte: “Não havendo sábia direção, o povo cai; mas na multidão de conselheiros há segurança”, Pv. 11.14. O ensino das Sagradas Escrituras como ministrado na Escola Dominical precisa sempre atentar para isso com oração perseverante. Quem administra a educação cristã, seja na igreja, seja em educandário, deve, conforme está escrito em 2Timóteo 2.2, ser não somente fiel, mas também idôneo, isto é, qualificado, competente, a partir da sua vida espiritual, quanto aos seus aspectos internos e externos. Deve também ser uma pessoa sadia na fé e biblicamente ortodoxa e conservadora, como tanto preceitua o Novo Testamento quando trata da igreja e sua missão.
Livro-texto normatizador do ensino religioso
É a Bíblia acima de tudo, inclusive de todos os outros livros e demais fontes de consulta, que o professor costuma lançar mão. Recomendamos aos dirigentes e mestres de nossos alunos de todas as idades a lerem com bastante reflexão as seguintes passagens do Santo Livro: Salmo 119.160; João 17.17; Esdras 7.10; Neemias 8.7-9 e Atos 17.11. 19
O currículo escolar do material de ensino utilizado
Que seja um currículo cujo conteúdo em seus desdobramentos glorifique a Deus e honre em todo tempo as Sagradas Escrituras. Em suma, que seja um currículo bíblico em seus fundamentos; sabiamente dosado em seus assuntos; atualizado às necessidades diversas dos alunos; graduado quanto à etariedade dos alunos, e formador do caráter cristão ideal, conforme vemos no Sermão da Montanha (Mt. 5-7); 1Coríntios 13, Romanos 12 e em Gálatas 5.22-23: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (ARA). É em nosso caráter, demonstrado em nosso viver, que ocorre aqui a nossa transformação gradual, como está escrito em 2Coríntios 3.18: “Somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Senhor, o Espírito”.
Os objetivos gerais do ensino da Palavra de Deus
Este é outro elemento principal da educação cristã. Qualquer observador, mesmo leigo, sabe que quaisquer empreendimentos aqui, sem objetivos definidos a atingir, estão fadados ao fracasso sem longa tardança. Na educação cristã popular da igreja, alguns desses objetivos gerais são:
Conhecimento da Bíblia como a Palavra de Deus para nós. “Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio que meus inimigos, pois estão sempre comigo”, Sl 119.98 (Ler também João 8.32 e 1Pedro 3.18).
Salvação
Sim, a salvação individual do instruendo. Jesus salva e também cura, liberta, batiza no Espírito Santo, e está voltando para levar os seus a qualquer momento. Ler João 8.32; Tiago 1.21; 2Timóteo 3.15 e Salmo 51.13. Esta é a grande boa-nova que temos para anunciar ao mundo inteiro, que Jesus salva o pecador, mediante a fé que Ele mesmo concede, para que o homem não tenha de que se gloriar.
Crescimento espiritual do crente
Este deve ser outro abençoado objetivo de quem ensina na Casa de Deus. Um crente que não cresce na vida espiritual, enfrenta muitos problemas resultantes do seu nanismo na fé cristã. Qualquer um pode ver isso em Efésios 4.12-16. Um cristão subdesenvolvido na vida cristã pode chegar ao ponto de abandonar a Cristo e a igreja, e a seguir, acusar os outros pelo se fracasso. Ler com reflexão: 1Pedro 2.2,5 e Tito 3.5.
Treinamento para o serviço do Senhor
Deus não nos quer somente para sermos seus filhos mediante a salvação em Jesus Cristo. Ele também nos quer para sermos seus servos fiéis, para aqui, realizarmos o trabalho que Ele nos confiar. Trata-se de um privilégio sem igual. Todo crente deve servir continuamente 20 ao Senhor na sua santa causa, conforme Ele dirigir e capacitar (2Timóteo 2.15; 3.17).
Outro objetivo geral da educação cristã é levar o crente a sempre buscar renovação espiritual, conforme os seguintes textos bíblicos: “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos, por amor de Jesus”, 2Co 4.5 e “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavragem da regeneração e da renovação do Espírito Santo”, Tt 3.5.
Objetivos permanentes de cada lição
Além dos objetivos gerais do ensino na igreja, não esqueçamos dos objetivos específicos de cada lição ministrada. Esses objetivos são, na prática três, a saber:
A) Que o aluno aprenda intelectivamente a lição. Isto é, que entenda, que compreenda a lição ensinada. Este objetivo visa o poder intelectivo latente em cada aluno, em cada ser humano. É a cognição.
B) Que o aluno sinta algo de Deus quanto ao que aprendeu da lição ensinada. Isto é, que tome e assuma novas e benditas atitudes quanto ao que acaba de aprender. Este objetivo visa o poder afetivo do aluno, a sua afetividade. Atitude assumida sem prazer durativo, não prevalece.
C) Que o aluno pratique algo que aprendeu na lição bíblica ministrada pelo professor. Este objetivo específico visa o poder volitivo do aluno, para sua mudança de conduta, mudança de vida para melhor.
Desafios à educação cristã nestes últimos dias
No Salmo 11.3 está escrito: “Na verdade, que já os fundamentos se transtornam; que pode fazer o justo?”. Que diremos nós hoje, nestes dias em que todos os legítimos fundamentos estão rapidamente se arruinando no mundo moral, social, político e espiritual?
Vejamos a seguir alguns desses “fundamentos” ou alicerces espirituais. Os demais fundamentos não cabem num artigo pequeno como este.
A) O alicerce da fé invicta em Cristo (Rm 1.16-17 e Lc 18.8). “Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo”, Jd 20. Essa santíssima fé, está, na igreja, sendo substituída por outras coisas que depauperam terrivelmente a vida de muitos crentes.
B) O alicerce da doutrina cristã. Ler e refletir em 1Timóteo 4.6; Tito 2.8 e 1Coríntios 14.26.
C) O alicerce da santificação; da retidão; da justiça; do direito (no sentido bíblico). Ler Hebreus 12.14 e 1Tessalonicenses 3.13.
D) O alicerce das convicções cristãs sólidas, inabaláveis, embasadas firmemente na Palavra de Deus. Isso também vem ruindo, principalmente nas igrejas modernistas e praticantes de mundanismo. O apóstolo Paulo sofria os efeitos dos conflitos espirituais, mas demonstrava ser sólido na sua fé. “Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele Dia”, 2Tm 1.12. O mestre cristão precisa atentar que nestes últimos dias, conforme registra em 1Timóteo 4.1 e 2Timóteo 3.1, haverá tempos trabalhosos e “entre vós haverá falsos doutores” (2Pd 2.1). Trata-se de uma advertência profética da Palavra de Deus. Muitos que hoje estão abraçados às heresias, nunca pensaram que assim fariam; no entanto o fato aconteceu. Tomemos cuidado para que o Senhor quando voltar nos encontre como fiéis servos seus.
Autor: Pr. Antonio Gilberto
Perfil
Ministro do Evangelho, Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD. Formado em Psicologia, Teologia, Pedagogia e Letras, autor de vários livros; editor da Bíblia de Estudo Pentecostal em português, sucesso em todo o Brasil; fundador e primeiro
coordenador do CAPED, de 1974 a 1989, e com um ministério que vai além das fronteiras nacionais, ele é indiscutivelmente uma das maiores personalidades da literatura evangélica nacional. Recentemente, atendendo a um convite da Convenção Geral da AD nos Estados Unidos, foi empossado membro da Junta Diretora e hoje é consultor da Global University em Springfield, Missouri EUA.
Fonte: CPAD
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