quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Lição 9 – Confrontando os inimigos da Cruz de Cristo




Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos
Tema: Filipenses - A Humildade de CRISTO como exemplo para a Igreja.
Comentário: Pr. Elienai Cabral
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da Igreja de Cristo no Brasil, Campina Grande-PB; Postagem no Blog AUXÍLIO AO MESTRE: Francisco A Barbosa.

Lição 9 – Confrontando os inimigos da Cruz de Cristo
1º de setembro de 2013

TEXTO ÁUREO
“Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo” (Fp 3.18). – “Esses inimigos eram, segundo a melhor interpretação, crentes professos que estavam corrompendo o evangelho com suas vidas imorais e falsos ensinos. Uma das razões da grandeza de Paulo era que ele possuía convicções firmes, cujo coração ficava muito intranquilo quando o evangelho era distorcido ou quando as pessoas a quem ele ministrava corriam perigo de deixar a fé (ver 3.2; Gl 1.9).

VERDADE PRÁTICA
A cruz de Cristo é o ponto central da fé cristã: sem ela não pode haver cristianismo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 3.17-21.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
            • Conscientizar-se a respeito da necessidade de se manter firme em Cristo;
            • Saber quais são os inimigos da cruz de Cristo, e
            • Aprender a respeito do futuro glorioso daqueles que amam a cruz de Cristo.

PALAVRA-CHAVE
Inimigos: Na lição são os judaizantes e aqueles que não tinham comunhão com a cruz de Cristo
COMENTÁRIO

introdução
Das advertências de Paulo à igreja em Filipos, a exortação para que permanecessem firmes na fé e mantivessem a alegria que a nova vida em Cristo proporciona, é uma das mais importantes. O apóstolo assim os estimula, por estar ciente dos falsos cristãos que haviam se infiltrado no seio da igreja. Tais eram, de fato, inimigos da cruz de Cristo. [Entramos com a lição anterior no terceiro capítulo da missiva aos Filipenses e vimos que Paulo faz uma severa advertência contra os judaizantes, denominados pelo apóstolo de “inimigos da cruz de Cristo”.Nos versos 1-4, Paulo adverte seus leitores contra um erro do lado judaico, que insistiam no legalismo, buscando outra vez subjulgar sob a Lei mosaica. Nos versos 17-21, adverte-os contra o perigo da frouxidão moral: “Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós” (veja também 1Co 11.1; Rm 16.17). Os “inimigos da cruz de Cristo” apregoavam o legalismo, a lei e os códigos de conduta, porém não conheciam a cruz ensanguentada. Todavia, Paulo chama a atenção não somente a respeito dos judaizantes, mas também quanto os irmãos que não viviam de acordo com o modelo de serviço e sacrifício de Cristo. Paulo pede aos filipenses que lutem contra estes inimigos a fim de que não venham sucumbir na fé. Esta advertência de Paulo deve ser levada a sério pela igreja na atualidade, pois atualmente também muitos são os inimigos dessa cruz ensanguentada! Os servos de Cristo Jesus devem ter consciência de que, no meio da igreja local, infiltram-se os “inimigos da cruz de Cristo”.] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
I. EXORTAÇÃO À FIRMEZA EM CRISTO (3.17)
1. Imitando o exemplo de Paulo (v.17a). Quando Paulo pediu aos filipenses para que o imitassem, não estava sendo presunçoso. Precisamos compreender a atitude do apóstolo não como falta de modéstia, ou falsa humildade, mas imbuída de uma coragem espiritual e moral de colocar-se, em Cristo, como referência de vida e fé para aquela igreja (1Co 4.16,17; 11.1; Ef 5.1). Paulo mostrou que a verdadeira humildade acata serenamente a responsabilidade de vivermos uma vida digna de ser imitada. Que saibamos refletir sobre isso num tempo em que estamos carentes de referências ministeriais. [O que deviam imitar? Nos versos 7-13, lemos que Paulo não tinha confiança no seu eu-próprio, que estava disposto a sacrificar todas as coisas por Cristo, que reconhecia a sua própria imperfeição e que estava grandemente desejoso para avançar rumo ao alvo - o Senhor. Sua advertência é necessária, porque há aqueles que tomam uma atitude diferente, são “inimigos da cruz de Cristo”. Quando Paulo disse aos filipenses: "Uma coisa faço" (3.13), ele reduziu a vida cristã nesse objetivo. Por exemplo, os cristãos existem para glorificar a Deus, mas só poderão fazê-lo à medida em que eles se parecerem com Jesus Cristo. Quando eles evangelizarem os perdidos, eles estão imitando o Senhor, que veio para "buscar e salvar os que estavam perdidos" (Lc 19.10). Quando os crentes amadurecem espiritualmente eles "crescem na graça e no conhecimento de seu Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2Pe 3.18). Quando eles "morrerem para o pecado e vivem para a justiça" (1Pe 2.24) eles se tornam mais e mais parecidos com Jesus, "que não conheceu pecado" (2Co 5.21; Hb 7.26; 1Pe 2.22, 1Jo 3.5). Paulo era um companheiro de viagem no caminho para a inatingível perfeição espiritual, e, portanto, um modelo para os fiéis seguirem. Ele foi modelo da virtude de moralidade, superando a carne, foi vitorioso sobre a tentação, foi modelo de adorador, de serviço a Deus, de paciência no sofrimento, soube lidar com as posses (riquezas e pobreza), e soube não se corromper diante das ofertas do mundo.].
2. O exemplo de outros obreiros fiéis (v.17b). O texto da ARA tem uma tradução melhor dessa passagem: “observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós”. Paulo estava reconhecendo o valor da influência testemunhal de outros cristãos, entre os quais Timóteo e Epafrodito, que eram referências para as suas comunidades. O apóstolo chama a atenção dos cristãos filipenses para observarem os fiéis e aprenderem uns com os outros objetivando a não se desviarem da fé. [Pela terceira vez neste capítulo Paulo carinhosamente trata dos Filipenses, como a irmãos (cf. vv.1,13). A frase juntar-se em seguir o meu exemplo literalmente lê no texto grego "ser imitadores e meus companheiros." Paulo exortou os Filipenses a imitar a maneira como ele viveu. Ele não estava se colocando em um pedestal de perfeição espiritual. Em vez disso, ele estava encorajando os filipenses a segui-lo, um pecador imperfeito, como ele perseguiu o objetivo de Cristo. As falhas de Paulo estão registradas no Novo Testamento, bem como seus triunfos. Indignado com o tratamento abusivo nas mãos do sumo sacerdote, ele gritou: "Então Paulo lhe disse: Deus te ferirá a ti, parede branqueada; tu estás aí sentado para julgar-me segundo a lei, e contra a lei mandas que eu seja ferido?"(At 23.3) - uma explosão que ele logo a seguir pediu desculpas (At 23.5). Por causa de sua luta com orgulho, o Senhor deu a Paulo um espinho na carne (2 Co 12.7). Três décadas depois de sua conversão, ele ainda pensava de si mesmo como o principal dos pecadores (1Tm 1.15). Se esforçando por ser exemplo, Paulo ordenou aos filipenses para que também observassem aqueles que andassem de acordo com o padrão que eles viam nele e em seus seguidores. O termo grego Skopeo (observar) é a forma verbal do substantivo traduzido como "meta" no versículo 14, e poderia ser traduzida como "fixar o olhar em." Paulo está com vigor, dizendo: "Concentre-se naqueles cuja caminhada (conduta diária) é de acordo com o padrão correto que vocês viram em mim e em meus companheiros". Isso incluiria Timóteo e Epafrodito, a quem os filipenses conheciam, assim como os bispos e diáconos de Filipos (1.1). A palavra nós, no entanto, é mais provável como um plural literário, uma forma humilde de Paulo para se referir a si mesmo.].
3. Tendo outro estilo de vida. Muitas vezes somos forçados a acreditar que somente os obreiros devem ter um estilo de vida separado exclusivamente a Deus. Essa dualidade entre “clero” e “leigos” remonta à velha prática eclesiástica estabelecida pela Igreja Romana, na Idade Média, onde uma elite (o clero) governa a igreja e esta (os leigos) se torna refém daquela. É urgente resgatar o ideal da Reforma Protestante, ou seja, a “doutrina do sacerdócio de todos os crentes”, ou “Sacerdócio Universal”, reivindicada em 1 Pedro 2.9. Todos nós, obreiros ou não, temos o livre acesso ao trono da Graça de Deus por Cristo Jesus. Não tentemos costurar o véu que Deus rasgou! [Como sacerdócio real, observa-se a natureza real do adorador resgatado. Esta passagem se baseia no chamamento de Deus ao antigo Israel (Êx 19.5-7). Pedro e João (Ap 5.1-6) puxam esta verdade para a total aplicação e realização profética do crente no Novo Testamento. A Igreja é o novo Israel, agora incluindo os crentes gentios que, em outro tempo, não eram povo e que não tinham alcançado misericórdia. Essa citação de Os 1 é uma indicação de que o apóstolo podia encarar as profecias do Antigo Testamento sobre a nação de Israel como realizada na Igreja, o novo Israel espiritual].

SINOPSE DO TÓPICO (I)
Todo crente, obreiros ou não, tem livre acesso ao trono da Graça de Deus por Cristo Jesus.

II. OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO (3.18,19)
1. Os inimigos da cruz (v.18). Depois de identificar os inimigos da cruz de Cristo, Paulo mostra que o ministério pastoral é regado com muitas lágrimas. A maior luta do apóstolo era com as heresias dos falsos cristãos judeus. Paulo chama os judaizantes de “inimigos da cruz de Cristo”. O apóstolo conclamou a igreja a resistir tais inimigos, mesmo que com lágrimas, pois eles tinham como objetivo principal minar a sua autoridade pastoral. O apóstolo já havia enfrentado inimigos semelhantes em Corinto (1Co 6.12). Agora, em Filipos, havia outro grupo que adotava a doutrina gnóstica. Este grupo de falsos crentes (3.18,19) afirmava erroneamente que a matéria é ruim. Logo, não há nenhum problema em pecar através da “carne”, pois toda e qualquer coisa que fizermos com o corpo, e através dele, não afetará a nossa alma. Essa ideia herética e diabólica é energicamente refutada pela Palavra de Deus (1Ts 5.23). [Agora Paulo chega a uma parte muito importante da sua carta, ele exorta os cristãos filipenses para serem firmes em Cristo na observância do Evangelho. A preocupação do apóstolo era com os falsos mestres que se aproximavam dos crentes filipenses. Estes mestres eram considerados por ele “inimigos da cruz”, pessoas que trabalhavam para esvaziar o sentido da Cruz de Cristo. O apóstolo havia-os enfrentado noutras ocasiões. De acordo com especialistas do Novo Testamento, é difícil identificar estes inimigos da cruz na carta de filipenses. Mas pelo teor do ensino de Paulo contra uma concepção legalista de cristianismo e uma perspectiva libertina da graça, judaizantes e gnósticos são as identidades mais aceitas. Em 1Ts 5.23, a oração final de Paulo é de que seus convertidos possam ser inteiramente santificados, isto é, que todo o seu ser - espírito, alma e corpo - possa ser apresentado à vontade de Deus. O poder para esse acontecimento deve vir do Deus de paz. “Paz” significa prosperidade espiritual no sentido mais amplo.].
2. “O deus deles é o ventre” (3.19). O termo “ventre” aqui é figurado e representa os “apetites” carnais e sensuais. Os inimigos da cruz viviam para satisfazer os prazeres da carne — glutonaria, bebedice, imoralidade sexual, etc. — satisfazendo todos os desejos lascivos, pois acreditavam que tais atitudes “meramente carnais” não afetariam a alma nem o espírito. Porém, o ensino de Paulo aos gálatas derruba por terra esse equivocado pensamento (Gl 5.16,17). [Os versículos 18 e 19 poderiam descrever quaisquer adversários (1Co 1.23), inclusive os judaizantes (vs. 2-6; Gl 2.15-21). Paulo pode ter em mente, de forma especial, os que concebem a Cristo como espírito puro e que zombam da ideia dele trazer salvação por meio da encarnação e de um “corpo de sua carne” que pudesse morrer (Cl 1.22). Tais pessoas consideravam-se vivendo em um plano espiritual elevado, o que lhes permite entregarem-se livremente aos prazeres sensuais, seja comida (o “deus deles é o ventre”) ou sexo (“a glória deles está na sua infâmia” - confira 1Co 6.9,10) - práticas sensuais desenfreadas. Apetite traduz o grego koilia, que refere-se anatomicamente ao abdomem, particularmente ao estômago. Aqui ele é usado metaforicamente para se referir a todos, sem restrições quanto ao sexo, cor, raça ou crença (confira 1Co 6.13). Eles viviam o aqui e o agora, e jamais pensavam na eternidade. Os falsos mestres foram condenados porque não adoraram a Deus, mas por terem se inclinado aos seus impulsos sexuais. Poderia ser uma referência aos judaizantes que davam maior ênfase em manter as leis dietéticas judaicas. Os falsos mestres, tendo em vista que eram gentios, buscavam desenfreadamente os prazeres sensuais. Judas descreve tais pessoas como "homens ímpios, que transformam a graça de nosso Deus em libertinagem e negam ao único Soberano e Senhor, Jesus Cristo" (Jd 4).].
3. “A glória deles” (3.19). Paulo sabia que aqueles falsos crentes não tinham qualquer escrúpulo nem vergonha. Entregavam-se às degradações morais sem o menor pudor e, mesmo assim, queriam estar na igreja como se nada tivessem feito de errado. O apóstolo os trata como inimigos da cruz de Cristo, porque as atitudes deles invalidavam a obra expiatória do Senhor. A declaração paulina é enfática acerca daqueles que negam a eficácia da cruz de Cristo: a perdição eterna. O castigo dos ímpios será inevitável e eterno (Ap 21.8; Mt 25.46). Um dia, eles ressuscitarão para se apresentarem diante do Grande Trono Branco, no Juízo Final, e serão julgados e lançados na Geena (o lago de fogo), que é o estado final dos ímpios e dos demônios (Ap 20.11-15). [Um princípio recorrente nas Escrituras é que as coisas deste mundo são incompatíveis com o reino de Deus 1Co 15.50; Gl 5.21). “e cuja glória é para confusão deles” (Fp 3.19) - A glória deles não está nas regiões celestiais em Cristo (Ef 1.3) e nem na cruz ensanguentada (Gl 6.14) tampouco de Cristo e de Deus Pai (1Co 1.30,31). Antes, gloriam-se em si mesmos, em sua sabedoria ou em alguma realização que consideram ser de extremado valor, mas que na opinião paulina “é para confusão deles”. O Novo Testamento constantemente alerta para o perigo representado por falsos mestres. No Sermão da Montanha, Jesus advertiu: "Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores" (Mt 7.15). No Sermão do Monte Ele acrescentou: "Vede que ninguém engane vocês. Porque muitos virão em meu nome, dizendo: 'Eu sou o Cristo', e enganarão a muitos" (Mt 24.4-5).].

SINOPSE DO TÓPICO (II)
Paulo conclamou a igreja a resistir os inimigos da cruz de Cristo, mesmo que com lágrimas. Estes inimigos tinham como objetivo principal minar a fé dos irmãos.

III. O FUTURO GLORIOSO DOS QUE AMAM A CRUZ DE CRISTO (3.20,21)
1. “Mas a nossa cidade está nos céus” (Fp 3.20). [Paulo mais uma vez relembra seus leitores que, embora eles possam ser cidadãos de Roma, eles têm uma cidadania maior e realmente são apenas estrangeiros nesta terra - assim como Filipos era uma colônia romana (At 16.12), a igreja é uma colônia do céus]. Os inimigos da cruz de Cristo eram os crentes que viviam para as coisas terrenas. Paulo, então, lembra aos irmãos de Filipos que “a nossa cidade está nos céus”. Quando o apóstolo escreveu tais palavras, ele tomou como exemplo a cidade de Filipos. Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “Filipos estava localizada na principal rota de transportes da Macedônia, uma extensão da Via Ápia, que unia a parte oriental do império à Itália”. O apóstolo faz questão de mostrar que aquilo que Cristo tem preparado para os crentes é algo muito superior a Filipos (v.20). O apóstolo mostra que o cidadão romano honrava a César, porém os crentes de Filipos deveriam honrar muito mais a Jesus Cristo, o Rei da pátria celestial. Em breve o Senhor virá sobre as nuvens do céu com poder e glória, para arrebatar a sua igreja levando-a para a cidade celeste, a Nova Jerusalém (Mt 24.31; At 1.9-11). [A motivação para ser semelhante a Cristo é a esperança de seu retorno. Uma vez que Cristo está no céu, aqueles que o amam devem estar preocupados com o céu, ansiando por Cristo para voltar e levá-los para estar com Ele (1Ts 4.17). É consistente que os crentes tenham um foco celeste, porque a nossa pátria está nos céus. Politeuma (cidadania) aparece somente aqui no Novo Testamento, embora Paulo tenha usado o verbo relacionado em 1.27. Refere-se ao lugar onde se tem um estatuto oficial, a comunidade onde o próprio nome está gravado no registro dos cidadãos. Embora os crentes vivam neste mundo, eles são cidadãos do céu. Eles são membros do reino de Cristo, que não é deste mundo (Jo 18.36). A referência de Paulo à cidadania pode ter sido especialmente significativa aos Filipenses, uma vez que Filipos era uma colônia romana. Os filipenses eram cidadãos romanos, embora obviamente vivendo fora de Roma, assim como os crentes são cidadãos do céu embora vivam na terra. É do céu que aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Para os discípulos que viram a ascensão de Cristo ao céu e que ouviram dos anjos: "Homens da Galileia, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que foi levado de vocês para o céu, há de vir exatamente da mesma maneira como vocês O têm visto ir para o céu"(At 1.11). Em João 14.2-3 O próprio Jesus prometeu: "Na casa de meu Pai há muitas moradas, se assim não fosse, eu vos não teria dito, pois vou preparar-vos lugar. Quando eu for e preparar um lugar para vocês, eu voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estiver, estejais vós também." Por causa dessas promessas, os crentes devem estar "aguardando a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo" (1Co 1.7), e "para esperar o seu Filho do céu, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, que é Jesus, que nos livra da ira vindoura" (1Ts 1.10). Até Ele voltar, os crentes "...também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo." (Rm 8.23b).].
2. “Que transformará o nosso corpo abatido” (Fp 3.21). O estado atual do nosso corpo é de fraqueza, pois ainda estamos sujeitos às enfermidades e à morte. Mas um dia receberemos um corpo glorificado e incorruptível. Os gnósticos ensinavam que o mal era inerente ao corpo. Por isso, diziam que só se deve servir a Deus com o espírito. Eles afirmavam ainda que de nada aproveita cuidar do corpo, pois este se perderá. Erroneamente, acrescentavam que o interesse de Cristo é salvar apenas o espírito. A Palavra de Deus refuta tal doutrina. Ainda que venhamos a sucumbir à morte, seremos um dia transformados e teremos um corpo glorioso semelhante ao de Cristo glorificado (Fp 3.21; 1Ts 5.23; 1Co 15.42-54). [Diante de uma atitude de desprezo do corpo, Paulo celebra a transformação de nossos corpos por Cristo (1Co 15.50-53). Cristo ressuscitou, ele mesmo, corporalmente da sepultura, como “primícias” de uma grande colheita (1Co 15.23). Assim como o Pai fez justiça à obediência de Cristo (2.6-11), também a fidelidade dos crentes na aflição culminará na gloriosa ressurreição que lhes está preparada. A promessa do retorno de Cristo oferece segurança, já que Jesus prometeu: "E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia. Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6.39-40). Os crentes não devem esperar pela volta de Cristo com atitudes de resignação passiva ou desinteresse entediado. Em vez disso, eles devem estar aguardando o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Os crentes não estão esperando por um evento, mas uma Pessoa. O termo gregoApekdechomai (aguardamos) é freqüentemente usada para falar de esperar pela segunda vinda de Cristo (por exemplo, Rm 8.19, 23, 25; Gl 5.5; 1Co 1.7; Hb 9.28).Apekdechomai (aguardamos) descreve não só ansiedade, mas também paciência.].
3. Vivendo em esperança. Vivemos tempos trabalhosos e difíceis (2Tm 3.1-9). Quantas falsas doutrinas querem adentrar nossas igrejas. Infelizmente, não são poucos os que naufragam na fé. Nós, contudo, à semelhança de Paulo, nutrimos uma gloriosa esperança (Rm 8.18). Haja o que houver, aconteça o que acontecer, o nosso coração estará seguro em Deus e em sua promessa (Ap 7.17; 21.4) [Paulo e Silas são presos, açoitados e trancados no cárcere. Mas eles não praguejam, não se desesperam, não se revoltam contra Deus. Eles têm paz no vale. Em vez de clamar por vingança contra os seus inimigos, eles clamam pelo nome de Deus para adorá-Lo. Eles fazem um culto na cadeia. Cantam e oram a despeito das circunstâncias mais adversas. O evangelho que pregam aos outros funciona também para eles. Na verdade, eles sabem que Deus está no controle da situação. Assim, certamente Deus pode nos dar livramento diante de circunstâncias impostas nestes tempos trabalhosos e difíceis. Paulo descreveu os falsos mestres como inimigos da cruz de Cristo. O termo "cruz" não se limita ao instrumento real de madeira para condenação à morte (1Co 1.1718, 23; 2.2; Gl 3.1; 6.14; Ef 2.16; Cl 1.20, 2.14, 1Pe 2.24), mas significa a morte expiatória de Cristo em todos os seus aspectos. Os falsos mestres eram contra a salvação!].

SINOPSE DO TÓPICO (III)
À semelhança de Paulo precisamos ter a confiança de que o futuro daqueles que amam a cruz de Cristo será glorioso.

CONCLUSÃO

Precisamos estar atentos, pois muitos são os inimigos da cruz de Cristo. Eles procuram introduzir, sorrateiramente, doutrinas contrárias e perniciosas à fé cristã. Muitos são os ardis do adversário para enganar os crentes e macular a Igreja do Senhor. Por isso, precisamos vigiar, orar e perseverar no “ensino dos apóstolos” até a vinda de Jesus. Eis a promessa que gera a gloriosa esperança em nosso coração. [A igreja de Filipos enfrentava dois sérios problemas: um interno e outro externo. Primeiro, a quebra da comunhão. A desunião dos crentes era um pecado que atacava o coração da igreja. Segundo, a heresia doutrinária. A igreja estava sob ataque também pelo perigo dos falsos mestres (3.2). O judaísmo e o perfeccionismo atacavam a igreja. Paulo os chama de adversários (1.28), inimigos da cruz de Cristo (3.17). Ralph Martin diz que os mestres discutidos em Filipenses 3.12-14 são judeus. Eles se vangloriavam da circuncisão (3.2), a que Paulo replica com uma afirmação de que a igreja é o verdadeiro Israel (3.3). Eles se gloriavam na “carne”, cortada na execução do rito; ele se gloria apenas em Cristo. Eles se orgulhavam de suas vantagens, especialmente de seu conhecimento de Deus; ele só encontra verdadeiro conhecimento de Deus em Cristo. A justiça deles era baseada na lei (3.9); a confiança de Paulo descansa na dádiva de Deus. Os judeus buscavam e esperavam obter justiça; Paulo fixa os seus olhos em alvos diferentes e anseia por ganhar a Cristo. Esses falsos mestres viviam como inimigos da cruz – em seu comportamento, deificando seus apetites, honrando valores vergonhosos, só pensando nas coisas deste mundo (3.19). Paulo tem de lidar também com os missionários gnósticos perfeccionistas. Eles alardeavam seu “conhecimento” (3.8) e professavam ter alcançado uma ressurreição, já experimentada, dentre os mortos (3.10). São “perfeitos” (3.12). Esses gnósticos são, de fato, inimigos da cruz de Cristo (3.18), libertinos e condenados (3.19). Cuidemos para que nossa esperança repouse apenas na cruz ensanguentada e não confiemos na carne!].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),

Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco de Assis Barbosa

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Pr. Roberto Cruvinel na EBD Parelheiro




Nova Revista - Último Trimestre 2013

Sabedoria de Deus para uma Vida Vitoriosa.


Comentarista:

José Gonçalves

Pastor da Assembleia de Deus em Água Branca, Piauí; graduado em Teologia pelo Seminário Batista de Teresina e em Filosofia pela Universidade Federal do Piauí. Ensinou grego, hebraico e teologia sistemática na Faculdade Evangélica do Piauí. Articulista, escritor e conferencista. É comentarista de Lições Bíblicas de Jovens e Adultos da CPAD e autor de vários livros da CPAD. É presidente do Conselho de Doutrina da Convenção Estadual das Assembléias de Deus no Piauí e vice-presidente da Comissão de Apologética da CGADB. 

Para conhecer mais sobre o autor e suas obras acesse o blog: http://www.pastorjosegoncalves.blogspot.com

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Lição 8 – A Suprema Aspiração do Crente




Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos
Tema: Filipenses - A Humildade de CRISTO como exemplo para a Igreja.
Comentário: Pr. Elienai Cabral
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da Igreja de Cristo no Brasil, Campina Grande-PB; Postagem no Blog AUXÍLIO AO MESTRE: Francisco A Barbosa.

Lição 8 – A suprema aspiração do crente
25 de agosto de 2013

TEXTO ÁUREO
“Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14). – “Paulo se acha qual um atleta numa corrida, esforçando-se e correndo o máximo, totalmente concentrado no que faz, a fim de não ficar aquém do alvo que Cristo estabeleceu para a sua vida. Esse alvo era a perfeita união entre Paulo e Cristo (vv. 8-10), sua salvação final e sua ressurreição dentre os mortos (v. 11). Era essa a motivação da vida de Paulo. Recebera um vislumbre da glória do céu (2Co 12.4) e resolvera que sua vida inteira, pela graça de Deus, estaria voltada para a resolução de avançar com toda determinação e finalmente chegar ao céu e ver Cristo face a face (2Tm 4.8; Ap 2.10; 22.4).

VERDADE PRÁTICA
A maior aspiração do crente deve ser a conquista do prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 3.12-17.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
            • Compreender qual era a verdadeira aspiração do apóstolo Paulo;
            • Analisar a maturidade espiritual dos filipenses, e
            • Conscientizar-se a respeito da verdadeira aspiração cristã.

PALAVRA-CHAVE
Aspiração: Desejo profundo de atingir uma meta espiritual; sonho, ambição.

COMENTÁRIO

introdução
Na lição de hoje, aprenderemos que o alvo da vida do apóstolo Paulo era somente um: conquistar a excelência do conhecimento de Jesus Cristo (Fp 3.8,10). [Na sequência dos estudos a respeito da carta de Paulo aos filipenses, estudaremos hoje a continuidade do capítulo terceiro, onde o apóstolo revela que sua aspiração é morar no céu. O termo “conhecimento” possui o sentido de “ato ou efeito de conhecer”, também “experiência”. Paulo recebe a graça de ser arrebatado ao terceiro céu e contemplar um vislumbre da glória celeste (2 Co 12.4), agora ele não possui outro alvo senão dedicar sua vida completamente ao Mestre que o alistou, seu objetivo está voltado para a resolução de avançar com toda determinação e finalmente chegar ao céu e ver Cristo face a face (2Tm 4.8; Ap 2.10; 22.4)]. Semelhante a um atleta, o apóstolo se esforçava para alcançar este objetivo, pois era consciente de que o exercício de aprender cada dia mais de Jesus exige labor e disposição para servir. Prosseguindo para “o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”, Paulo convidou os filipenses a imitá-lo, despertando-os à esperança de um dia receberem a mesma recompensa (Fp 3.14-17). [Semelhante determinação é necessária a todos nós. No decurso da nossa vida, há todos os tipos de distrações e tentações, tais como os cuidados deste mundo, as riquezas e os desejos ímpios, que ameaçam sufocar nossa dedicação ao Senhor (Mc 4.19; Lc 8.14). Necessário é esquecer-se das "coisas que atrás ficam", isto é, o mundo iníquo e nossa velha vida de pecado (Gn 19.17,26; Lc 17.32), e avançar para as coisas que estão adiante, a salvação completa e final em Cristo]. Nos dias em que vivemos, muitos dos que cristãos se dizem ser não têm mais esta aspiração do apóstolo Paulo, preferindo as coisas desta vida. Tenham todos uma excelente e abençoada aula!

I. A ASPIRAÇÃO PAULINA
1. “Prossigo para o alvo”. [o apóstolo passa a “abrir seu coração” aos filipenses, revelando qual era o seu objetivo de vida, a sua razão de viver]. Para participar de uma maratona, o atleta tem de treinar muito. É preciso esforço, dedicação e trabalho para alcançar o prêmio final. Paulo utiliza neste texto a analogia do atletismo, a fim de mostrar aos filipenses que o crente em sua caminhada também precisa se esforçar para conhecer mais a Cristo, deixando de lado os embaraços dessa vida e o pecado, mantendo o foco em Jesus. Quando o crente deixa de olhar firmemente para o “Alvo”, corre o risco de tropeçar e cair, podendo até abandonar a fé. Vigiemos, pois, em todo o tempo, na dependência do Senhor. [A julgar pelo uso frequente de metáforas esportivas em seus escritos, o apóstolo Paulo deve ter sido um fã de esportes. Falando de seu desejo de ser eficaz em sua vida cristã, Paulo escreveu: "Eu combato de tal forma, não como batendo no ar" (1Co 9.26). Ele descreveu a vida cristã aos Efésios como uma luta "... não é contra carne e sangue, mas contra os principados, contra as potestades, contra as forças deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais da maldade nas regiões celestes"(Ef 6.12). No que pode ser considerado o seu epitáfio, Paulo declarou, triunfante, "Combati o bom combate" (2Tm 4.7; 1Tm 6.12). Em uma alusão aos Jogos Ístmicos (realizada em Corinto e em segundo em importância perdendo apenas para os Jogos Olímpicos), ele lembrou aos Coríntios: "Todos os que competem nos jogos têm autocontrole em todas as coisas e se exercitam frequentemente. Eles o fazem para receber uma coroa corruptível, mas nós uma incorruptível"(1Co 9.25). A metáfora atlética favorita de Paulo é o de uma corrida. Ele declarou aos anciãos de Éfeso: "Mas eu não considero a minha vida de qualquer forma como preciosa para mim, para que eu possa terminar minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus"(At 20.24). Para os romanos, ele escreveu: "Assim, pois, não depende do que quer, ou do homem que corre, mas de Deus que tenha misericórdia" (Rm 9.16). Lembrando aos Coríntios dos atletas dedicados que competiram nos Jogos Ístmicos, o apóstolo escreveu: "Não sabeis que aqueles que correm no estádio, todos correm, mas só um ganha o prêmio? Correi de tal maneira que você possa ganhar .... Por isso eu corro de tal forma, não como sem objetivo"(1Co 9.24, 26). Em Gálatas 2.2 Paulo expressou seu "medo de que [ele] pudesse ser executado, ou tivesse corrido em vão", enquanto em Gálatas 5.7, lamentou aos Gálatas: "Vocês estavam correndo bem, quem vos impediu de obedecer a verdade?" No fim de sua vida, Paulo poderia declarar:"Eu terminei a carreira (ou corrida), eu guardei a fé" (2Tm 4.7). A metáfora da vida cristã é como uma corrida, "Eu prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus", que é o tema de Filipenses 3.12-21. A passagem revela o interesse apaixonado de Paulo pelo crescimento espiritual. Semelhante determinação é necessária a todos nós. No decurso da nossa vida, há todos os tipos de distrações e tentações, tais como os cuidados deste mundo, as riquezas e os desejos ímpios, que ameaçam sufocar nossa dedicação ao Senhor (cf. Mc 4.19; Lc 8.14). Necessário é esquecer-se das "coisas que atrás ficam", isto é, o mundo iníquo e nossa velha vida de pecado (cf. Gn 19.17,26; Lc 17.32), e avançar para as coisas que estão adiante, a salvação completa e final em Cristo].
2. O sentimento de incompletude de Paulo. Paulo sabia que havia muita coisa ainda a ser conhecida. Por isso, nunca corria sem meta (1Co 9.26). Mesmo estando no cárcere, o apóstolo declara estar disposto a avançar para as coisas que estavam diante dele (Fp 3.13b). Paulo era um homem que confiava em Deus. E, assim, seguia confiante, pois no Senhor ainda teria grandes desafios em seu ministério. Sua força estava em Deus. Eis porque venceu grandes lutas e foi fiel até o fim. Para vencer, temos que igualmente olhar para frente e “esquecer das coisas que atrás ficam” (v.13). [Os crentes estão agora, em Cristo e o desfrutar do céu eternamente é propósito da graça de Deus para todos (1 Pe 1.4). Essa realidade espiritual e esta promessa não podem ser melhoradas, mas a virtude dos crentes na vida presente pode e deve ser. Sabendo que não somos agora o que deveríamos ser, e aquilo que um dia seremos na glória, não deve produzir a apatia e a indolência, mas um zelo que se move na direção do prêmio. Isso é obra do Espírito Santo em nós (2Co 3.18) e o anseio da alma regenerada. A consciência da necessidade de melhorar a condição espiritual de uma pessoa é um pré-requisito necessário à prossecução do prêmio de perfeição espiritual. Paulo tinha essa consciência, e expressou isso em duas palavras que começam o versículo 12. Ele ainda não tinha obtido (a partir de lambano; "para receber", "adquirir", ou "atingir") o prêmio que perseguia, ele ainda não tinha se tornado perfeito (de teleioo; "para atingir a perfeição", "alcançar um objetivo", ou "realizar"). A palavra repetida duas vezes já indica que Paulo era ainda imperfeito, quando ele escreveu esta epístola].
3. O engano da presunção espiritual. Paulo não se deixou enganar pela falsa ideia de ter alcançado a perfeição. Os mestres do gnosticismo afirmavam ter alcançado tal posição e, assim, reivindicavam ser iluminados e não terem mais nada a aprender ou que desenvolver. Paulo, contudo, refutou esse pensamento equivocado, demonstrando que a conquista da perfeição será para aquele que terminar a carreira e ganhar a vida eterna, pois o prêmio está no final da jornada e não em seu início ou meio (1Co 9.24; Gl 6.9). [Apesar de possuir a rica bênção de estar em Cristo, o apóstolo sabia que ele não era perfeito. Seu conhecimento de Cristo ainda estava incompleto (1Co 13.12). A justiça de Cristo tinha sido imputada a ele (2Co 5.21), mas ele ainda precisava "limpar de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus" (2Co 7.1). Paulo tinha o poder de Cristo para trabalhar na obra de Deus (1Co 15.10; Cl 1.29), mas este poder ainda funcionava e crescia somente em sua fraqueza (2Co 12.9). A rica comunhão com Cristo que ele experimentou também era imperfeita, ele ainda não sabia como orar como deveria, e dependia do Espírito Santo para interceder por ele (Rm 8.26-27). Enquanto seu corpo era o templo do Espírito Santo que habitava gloriosamente nele (1Co 6.19), Paulo ansiava pelo dia em que Cristo "transformaria o corpo de sua humilhação, para ser conforme ao corpo da sua glória" (Fp 3.21). Obviamente, Paulo perseguia o prêmio da perfeição espiritual e se sentia insatisfeito com a sua atual condição espiritual. Aqueles que pensam que têm atingido a perfeição espiritual, não percebem a necessidade de buscar uma condição melhor. Por que eles deveriam perseguir algo que eles acreditam que já tem? Tais pessoas complacentes, satisfeitos estão em grave perigo de tornarem-se insensíveis a seu pecado e cegos para as suas fraquezas. Somente aqueles que são conscientes da sua miserável condição espiritual vêm a Cristo para a salvação (Mt 5.6). E somente aqueles que continuam a reconhecer a necessidade de eliminar o pecado e cultivar a santidade que vão progredir na vida cristã. Essa busca pelo poder santificador do Espírito produz uma frequente luta contra o pecado e uma busca cada vez maior pela santidade, o que torna cada vez mais odioso o pecado. O verdadeiramente maduro e piedoso crente tem a consciência mais sensível de seus pecados, e é humilde diante de Deus por causa disso].

SINOPSE DO TÓPICO (I)
O crente em sua caminhada precisa se esforçar para conhecer mais de Cristo, deixando de lado os embaraços dessa vida (o pecado), mantendo o foco em Jesus.

II. A MATURIDADE ESPIRITUAL DOS FILIPENSES (3.15,16)
1. Somos perfeitos (3.15)? O vocábulo “perfeito”, empregado por Paulo neste texto, tem um sentido especial, pois se refere à “maturidade espiritual”. Em termos de recebimento do benefício da obra perfeita de Cristo no Calvário, todos nós já alcançamos tal “perfeição”. Neste sentido, a nossa salvação é perfeita e completa. Segundo o Comentário Bíblico Beacon, quando a expressão paulina refere-se aos filipenses tratando-os de “perfeitos”, neste versículo, apresenta-os servindo a Deus no Espírito, isto é, não confiando na carne (3.3). [O termo ‘perfeito’ tem o sentido de: acabadorematadocompletosem defeitomagistral e primoroso. Quando Paulo teve uma visão de Cristo no caminho para Damasco, ficou convicto de que era um pecador e que a sua justiça própria não passava de trapos imundos (Is 64.6), insuficiente para vestir a alma diante do olhar de Deus, que a tudo perscruta. O Senhor, porém, lhe deu uma justiça que aguentaria o teste da eternidade — a justiça de Deus imputada à pessoa que realmente confia em Cristo para a salvação. Somos considerados justos porque o nosso Representante é justo].
2. O cristão deve andar conforme a maturidade alcançada (3.16). Quando Paulo diz, “andemos segundo a mesma regra”, não significa caminhar segundo os regulamentos da lei mosaica, tão requerida pelos judeus convertidos a Cristo. Trata-se de andar conforme a doutrina de Cristo, segundo aquilo que já recebemos do Senhor. Assim, esse “andemos segundo a mesma regra” denota modo de viver, atitudes, ações, obras, e comportamentos em geral, semelhantes aos do Senhor Jesus, que o crente deve seguir. Aprendemos com Paulo que não basta “corrermos”, pois se realmente desejamos progredir em nossa vida cristã, devemos conhecer e obedecer aos preceitos da Palavra de Deus até o Dia de Jesus Cristo (Fp 1.6).[Paulo não era perfeito. Ele ainda estava sujeito à tentação, ainda possuía sua carne não redimida, e ainda era um pecador (Rm 7.14-25; 1Tm 1.15). Longe de ter obtido a perfeição, ele estava perseguindo-a com toda a força. Como Pedro, Paulo compreendeu que a vida cristã é um processo de crescimento ao longo da vida - "crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2Pe 3.18; 1Pe 2.1-2). Paulo quando fala em “andemos segundo a mesma regra”, refere-se à doutrina recebida e ao conhecimento baseado na experiência com Cristo. Há uma grande diferença entre realmente conhecer a Cristo e meramente saber acerca dEle (conhecimento intelectual e conhecimento experiencial). Assim como se sabe o gosto da comida ao comê-la, assim também conhecemos a Cristo ao recebê-lo].
3. Exemplo a ser imitado (3.17). Paulo procurou em tudo imitar o Mestre, servindo apenas aos interesses da Igreja de Cristo (Fp 2.17). Dessa maneira, exortou os filipenses a que o imitassem assim como ele imitava ao Senhor (Fp 3.17). Como obreiro de Deus, Paulo tinha um caráter ilibado e os filipenses deveriam tê-lo como um exemplo a seguir. Se quisermos servir ao Senhor com inteireza de coração, precisamos seguir os passos de Jesus — o nosso modelo de homem perfeito (Hb 12.2). [“Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós” (1Co 11.1; Rm 16.17). O que deviam imitar? Nos versos 7-13, lemos que Paulo não tinha confiança no seu eu-próprio, que estava disposto a sacrificar todas as coisas por Cristo, que reconhecia a sua própria imperfeição e que estava grandemente desejoso para avançar rumo ao alvo - o Senhor. Sua advertência é necessária, porque há aqueles que tomam uma atitude diferente. São “inimigos da cruz de Cristo”, não por causa de qualquer hostilidade da parte deles, mas por causa das vidas que vivem. Interessam-se mais em satisfazer os seus apetites do que servir a Deus (“o deus deles é o ventre”) e jactam-se das liberdades que tomam na licenciosidade e vidas impuras (2Pe 2.19). “Só pensam nas coisas terrenas” - alegam estar no caminho do Céu, mas amam as coisas mundanas; “o destino deles é a destruição”.].

SINOPSE DO TÓPICO (II)
Não basta “corrermos”, pois se realmente desejamos progredir em nossa vida cristã, devemos conhecer e obedecer aos preceitos da Palavra de Deus até o Dia de Jesus Cristo (Fp 1.6).

III. A ASPIRAÇÃO CRISTÃ HOJE
1. A atualidade do desejo paulino. O propósito de Paulo em relação a si e aos filipenses deve servir-nos de instrução, pois as dificuldades, tentações e demais obstáculos que serviam de empecilhos à vida de comunhão naquela época continuam atuais e bem maiores. Mais do que nunca, devemos nos esforçar para vivermos uma vida de íntima comunhão com Deus (Fp 3.12).[A devoção enfoca o objetivo de intimidade com Deus. É “devotar a si mesmo” para conhecer Jesus Cristo. Uma medida de maturidade é o nível em que essa busca torna-se nosso foco e desejo de consumo. Em nenhuma outra parte o discípulo de Jesus é mais desafiado a tornar-se um homem ou mulher “segundo o coração de Deus” do que aqui].
2. O cristão deve almejar a maturidade espiritual. Seguindo o exemplo de Paulo, reconheçamos que ainda precisamos alcançar a perfeição. Sejamos sóbrios e vigilantes, reconhecendo também o quanto carecemos de maturidade espiritual e de um maior conhecimento acerca da pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. [O conhecimento de Cristo que Paulo tinha não envolve simplesmente uma apreensão intelectual, mas sim um conhecimento empírico resultante de sua comunhão pessoal com Cristo. Em contraste com a vida que ele tem agora, seu antigo modo de viver era esterco, algo para ser atirado aos cães. Nossa herança como crentes pode ser completamente recebida se permanecermos no que Deus disse face à adversidade das circunstancias, algumas vezes até sofrendo e enfrentando a morte. Uma postura de fé elimina o medo e a preocupação e traz a liberdade de “regozijar ainda mais”.].
3. Rejeitando a fantasia da falsa vida cristã. Paulo era um sofredor consciente, um homem que sabia o quanto é difícil ser fiel a Deus. Ele, porém, suportava tudo por causa da obra de Deus (Fp 2.17) [O objetivo pelo qual Paulo se esforça promete um esplêndido troféu – salvação em toda sua plenitude (Fp 1.28; Rm 13.11). Deus chamou a Paulo, no início (Rm 8.30; Gl 1.15). É porque Paulo pode dizer “fui conquistado por Cristo Jesus” (v. 12) que ele prossegue para o alvo da vida na glória (v. 13)]Quem quiser viver assim nos dias atuais, precisa reconhecer que padecerá as mesmas angústias (2Tm 3.12) [Paulo ensina que a salvação não se baseia no que o ser humano alcança obedecendo à lei, mas inteira e exclusivamente na “justiça que procede de Deus”, dada àqueles que estão unidos com Cristo (Rm 1.16,17; 3.21,26)]Semelhante ao apóstolo Paulo, podemos ter certeza de que receberemos o “prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.14). [Ser como Deus é viver como ele nos disse para viver; isso envolve estudo e a aplicação das Escrituras. Aqueles que o fizerem se tornarão reprovação viva daqueles que não o fizerem e, sendo assim, se depararão frequentemente com a perseguição. Paulo mostra aos filipenses que a justiça que vem pela fé leva-nos a sofrer injustiças neste mundo, visto que devemos participar das aflições de Cristo, para que sejamos capazes de participar da Sua glória (Rm.8:17)].

SINOPSE DO TÓPICO (III)
Ainda não alcançamos a perfeição, por isso, precisamos ser sóbrios e vigilantes, reconhecendo o quanto carecemos de maturidade espiritual e de um maior conhecimento acerca da pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.

CONCLUSÃO

Toda a vida de Paulo era centrada na pessoa de Jesus Cristo. Ele tudo fazia para agradá-lo. Sua grande aspiração era conhecer mais do Mestre da Galileia. Por isso, o apóstolo podia declarar: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2.20). [Na perícope de Fp 3.17-21, Paulo dá instruções específicas sobre como buscar o prêmio de perfeição espiritual, que é Cristo. Mais tarde, nessa mesma missiva, Paulo lembra aos crentes de Filipos que "a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o corpo da nossa humilhação, para ser conforme ao corpo da Sua glória, pelo exercício do poder que Ele tem de sujeitar todas as coisas a si mesmo "(Fp 3.20,21). O apóstolo João ecoa esse mesmo pensamento: "Amados, agora somos filhos de Deus, e o que seremos, ainda isso não foi manifesto. Sabemos que quando ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque nós vamos vê-Lo como Ele é"(1Jo 3.2). Semelhança de Cristo é o prêmio que deve ser perseguido, apesar de que o prêmio não será alcançado aqui, enquanto estivermos em carne. “Mas, naquilo a que já chegamos, andemos segundo a mesma regra e sintamos o mesmo”. Devemos andar na luz daqueles conhecimentos que já atingimos. “Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus” (Jo 7.17)].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),

Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco de Assis Barbosa

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O que significa circuncisão?

Você tem ideia do que significa a palavra circuncisão mencionada tanto no Velho, quanto no Novo Testamento?
A circuncisão foi instituída por Deus nos tempos de Abraão. Circuncisão era a cerimônia onde era cortada a pele que cobre a cabeça do órgão genital masculino, também chamada de prepúcio. Algo bem parecido com a cirurgia de fimose realizada em nossos tempos. Era realizada nos meninos ao oitavo dia de vida.
“Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós e a tua descendência: todo macho entre vós será circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós. O que tem oito dias será circuncidado entre vós” (Gn 17. 10-12)
Seu significado era bem mais profundo do que um corte visível feito na carne. A circuncisão mostrava que aquela criança fazia parte da aliança de Deus feita com o povo de Israel.
A circuncisão também era realizada nos escravos que não tinham o sangue Israelita, mas que faziam parte do povo. “todo macho nas vossas gerações, tanto o escravo nascido em casa como o comprado a qualquer estrangeiro, que não for da tua estirpe. Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro; a minha aliança estará na vossa carne e será aliança perpétua.” (Gn 17. 12-13)
No Novo Testamento, a palavra circuncisão era usada para apontar para aqueles que eram Israelitas (judeus). O termo, porém, ganha um significado mais profundo nas cartas de Paulo, onde ele introduz o conceito de “circuncisão do coração”, que significa uma conversão genuína, baseada na fé e na obediência a Jesus Cristo. Deus não requer mais de nós um sinal feito na carne, mas sim um sinal feito no coração de homens e mulheres.
“Pelo contrário, o verdadeiro judeu é aquele que é judeu por dentro, aquele que tem o coração circuncidado; e isso é uma coisa que o Espírito de Deus faz e que a lei escrita não pode fazer…” (Rm 2. 29 – NTLH)

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Lição 7 – A Atualidade dos Conselhos Paulinos



Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos
Tema: Filipenses - A Humildade de CRISTO como exemplo para a Igreja.
Comentário: Pr. Elienai Cabral
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da Igreja de Cristo no Brasil, Campina Grande-PB; Postagem no Blog AUXÍLIO AO MESTRE: Francisco A Barbosa.

Lição 7 – A atualidade dos conselhos paulinos
18 de agosto de 2013

TEXTO ÁUREO
Finalmente, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor” (Fp 3.1a). – “Finalmente” (para loipon) é melhor traduzida como "além disso", "assim, então," ou "agora então." É uma palavra de transição, não é a conclusão, uma vez que metade dos Filipenses segue. O termo grego χαρά (chara) é o mesmo que encontramos na missiva aos Gálatas (Gl 5.22) com relação ao fruto do Espírito. O significado é alegriagozoregozijo,deleiteprazer. Portanto, o verbo, que é o que está sendo usado, significa regozijar, alegrar, estar contente. (Veja Sl 37.4).

VERDADE PRÁTICA
Para quem ama a Deus o mais importante é ter um coração renovado pela ação do Espírito Santo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 3.1-10.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
            • Dissertar a respeito da alegria do Senhor;
            • Explicar a tríplice advertência de Paulo contra os inimigos da fé, e
            • Compreender o significado da verdadeira circuncisão cristã.

PALAVRA-CHAVE
Conselho: Parecer, juízo, opinião. Advertência que emite; admoestação, aviso.

COMENTÁRIO

introdução
No capítulo três de sua carta aos Filipenses, Paulo continua revelando preocupação a respeito dos “maus obreiros”. Estes se aproveitavam de sua ausência para introduzir falsas doutrinas na igreja. A fim de precavê-la, por três vezes o apóstolo diz: “guardai-vos” (v.2). Nesta lição, veremos que Paulo também não deixou de exortar os filipenses a que, mesmo diante das adversidades, se alegrassem no Senhor (v.1), pois a alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8.10). [Os adversários de Paulo aqui, sejam eles cristãos (como em Gálatas) ou não-cristãos, defendem a lei de Moisés e insistem na circuncisão como o emblema da salvação (At 15.1). Paulo adverte severamente os judaizantes, os quais asseveravam que, para a salvação, era necessária a observância à Lei e tentavam, incessantemente, sabotar seu evangelho de livre graça. A palavra circuncisão no versículo 2 é uma paródia. Os legalistas ensinaram a necessidade da circuncisão, mas, na verdade, um ritual físico sem justiça no coração não é nada mais do que uma mutilação na carne sem valor.] Tenham todos uma excelente e abençoada aula!

I. A ALEGRIA DO SENHOR
1. Regozijo espiritual. A expressão “resta, irmãos meus” (v.1), aparece no texto grego como to loipon, que é traduzido como “finalmente”. Ela sugere que Paulo estava concluindo sua carta, mas ainda havia algo importante a dizer aos irmãos da igreja em Filipos. O apóstolo ensina aos irmãos filipenses que a alegria do Senhor é a força que nos faz superar toda e qualquer adversidade. O contentamento que Jesus nos oferece é um reforço para a nossa fé em tempos de adversidade. [A alegria é um dos temas dominantes em Filipenses. A obediência a esse mandamento é sempre possível, mesmo em meio de conflito, adversidade e privação, porque a alegria não repousa em circunstancias favoráveis, mas no “Senhor”. Paulo recorre à repetição para enfatizar essa verdade. Os crentes são ordenados a regozijar sob todas as circunstancias, portanto, o crente pode ser internamente alegre quando tudo está monótono no exterior (Hb 3.17,18; 2Co 6.10)].
2. Exortação ao regozijo. A alegria do Senhor é produzida pelo Espírito Santo no coração do crente. Esta alegria independe das circunstâncias, pois é divina e faz com que o cristão supere as dificuldades. Paulo mostra aos filipenses que esse sentimento de felicidade, concedido pelo Senhor, é uma capacitação divina que fortalece a igreja a suportar as adversidades. Para o apóstolo, que se encontrava na prisão, a alegria do Senhor era como um precioso consolo, capaz de trazer descanso e quietude para a sua alma. [O termo grego chairõ, um verbo primário, significando ser alegre, isto é, claramente feliz ou confortável, afortunado; em sentido impessoal, especialmente como saudação, e por fim, regozije-se. Conhecer o poder da ressurreição de Cristo(v. 10), isto é, experimentar a renovação da vida espiritual, o livramento do poder do pecado (Rm 5.10; 6.4; Ef 2.5,6) e o poder do Espírito Santo é o caminho para regozijar!]
3. Alegria em meio às preocupações e aflição. Paulo percebeu que, em virtude do sofrimento, os irmãos de Filipos poderiam ser tomados pelo desânimo. Por isso, ele os exortou a se alegrarem em Deus, pois a alegria vinda da parte do Senhor nos fortalece (Ne 8.10). Triunfante por causa de sua confiança no Cristo ressurreto, o apóstolo sabe que somente aquele que conhece e confia no Senhor, e em sua Palavra, é capaz de regozijar-se diante das dificuldades, tal como ele e Silas o fizeram (At 16.24,25). Deus é o nosso conforto. Nele podemos confiar e regozijar-nos sempre (1Ts 5.16). [Alegria é um tema importante, tanto em Filipenses (cf. 1.4, 18, 25, 2.2, 17-18, 28-29; 4.1, 4, 10) e no resto do Novo Testamento, onde ela aparece em como substantivo e formas verbais cerca de 150 vezes. Aqui, como em 4.4, 10 (cf. Lucas 1.47), Paulo liga para alegrar um relacionamento, comandando os crentes a se alegrar no Senhor. A esfera em que a alegria existe é na sua relação com o Senhor Jesus Cristo. A alegria de que Paulo escreve não é o mesmo que a felicidade (a palavra relacionada ao "acaso" prazo), o sentimento de alegria associada com eventos favoráveis. Na verdade, a alegria persiste em face da fraqueza, dor, sofrimento, até mesmo a morte (cf. Tiago 1.2). Alegria bíblica produz uma profunda confiança no futuro que se baseia na confiança no propósito de Deus e poder. Isso resulta na ausência de qualquer medo final, uma vez que a relação em que se baseia é eterna e inabalável (Sl 16.11; João 16.22). Nem é uma emoção humana produzida; A ordem de Paulo mostra que alegria é um ato da vontade em escolher obedecer a Deus. O resultado é uma emoção produzida de forma sobrenatural, fruto de andar no Espírito (Rm 14.17; Gl 5.22). Assim, regozijar-se é a marca de verdadeiros crentes (cf. Sl 9.14; 13.5; 32.11; 33.1, 21; 35.9; 40.16; 51.12; 70.4, Lc 10.20; Jo 15.11; 17.13, Rm 15.13; 1Ts 5.16).].

SINOPSE DO TÓPICO (I)
A alegria do Senhor, a que Paulo se refere, se manifesta em meio às preocupações e as aflições da vida.

II. A TRÍPLICE ADVERTÊNCIA CONTRA OS INIMIGOS (3.2-4)
1. “Guardai-vos dos cães”. A hostilidade de Paulo contra os maus obreiros era forte e decisiva, pois eles causavam muitos males à igreja, em especial aos novos convertidos. Paulo chama os judaizantes de “cães”, pois estes acreditavam e ensinavam que os gentios deviam obedecer a todas as leis judaicas, um fardo legalista que nem mesmo os próprios judeus suportavam (Gl 2.14). Os judaizantes eram como “cães” que atacavam os novos convertidos durante a ausência de Paulo. O apóstolo repelia-os com veemência e orientava os filipenses a que deles se resguardassem. [O termo grego empregado para traduzir gentio, é ethnikõs, advérbio de ethnikos, (especial) um gentio: - (homem) pagão. Os judeus assim tratavam a todos os não judeus e de forma perjorativa, os chamavam de cães, veja por exemplo, Jesus em pregando o termo referindo-se à mulher cananéia: “não é bom pegar o pão dos filhos e deitá-los aos cachorrinhos” (Mt 15.26), e em Mt 7.6: “não deis aos cães as coisas santas...”. Trata-se de uma metáfora judaica e refere-se a convidar pagãos totalmente desinteressados a juntar-se às preces ao Senhor. Paulo emprega agora essa metáfora para descrever os crentes de origem judaica que distorciam o evangelho e pregavam a necessidade de cumprir rituais do Antigo Testamento. A maior provação de Paulo era a tristeza que sentia e experimentava por causa dos que distorciam o evangelho de Cristo. Seu amor a Cristo, à igreja e à verdade redentora, era tão forte que o levou a opor-se energicamente àqueles que pervertiam a doutrina pura, e a descrevê-los como "cães" e "maus obreiros" (ver 1.17; Gl 1.9; cf. Mt 23).]
2. “Guardai-vos dos maus obreiros”. Estes também são denominados por Paulo como “cães” e os da “circuncisão”. Eles espalhavam falsos ensinos, não se importando com a sã doutrina ensinada pelos apóstolos. Pregavam um falso evangelho (Gl 1.8,9)[Aqueles que exigem mais do que a fé em Jesus Cristo para salvação, ainda que suas credenciais sejam as melhores, distorcem completamente o evangelho. A salvação foi adquirida na cruz por Cristo e Sua justiça nos é imputada pela graça, por meio da fé; não exige nenhuma pré-disposição, ritual nem esforço algum. A única conditio sine qua non é a fé em Jesus Cristo (At 16.31; Rm 10.9). Aqueles que pregam e exigem mais do que isso são na verdade pregadores do falso evangelho e estão debaixo da condenação de Deus]Afirmavam que para que os gentios se tornassem cristãos deveriam seguir a lei mosaica e, pior, as tradições judaicas. Todavia, no concílio da igreja em Jerusalém, conforme Atos 15, os apóstolos já haviam discutido sobre o papel da lei judaica em relação aos gentios. Segundo as deliberações do “concílio de Jerusalém” os gentios cristãos não deveriam comer alimentos oferecidos aos ídolos, carne com sangue e sufocada (Lv 17.14). Deveriam também evitar as práticas sexuais imorais. Não obstante, os “maus obreiros” faziam questão de discordar do ensino paulino, a fim de impor aos gentios as práticas judaicas. [Paulo adverte severamente os judaizantes, os quais ensinavam que para a salvação, era necessária a observância à Lei e tentavam, incessantemente, sabotar seu evangelho de livre graça. Não esqueçamos de que, ainda hoje, enfrentamos o legalismo em nosso meio; líderes legalistas que impõem cargas pesadíssimas ao rebanho com o pretexto de santidade e assegurar a salvação. Como detectar os legalistas de hoje? Ora, o legalismo sempre está acompanhado de medo e servidão; enquanto que, a mensagem da graça é “boa nova” e traz liberdade e alegria!]
3. “Guardai-vos da circuncisão”. Um dos costumes judaicos que aqueles “maus obreiros” queriam impor era a prática da “circuncisão”. Eles ensinavam, erroneamente, que a circuncisão tornaria os gentios verdadeiramente cristãos. Paulo então passa a ensinar aos filipenses que a verdadeira circuncisão é aquela operada no coração; logo não é algo da carne, mas do Espírito Santo. De acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal, editado pela CPAD, “os cristãos filipenses não deveriam ter como motivo de orgulho quaisquer sinais físicos que demonstrassem sua condição de comunhão, porém, antes, deveriam orgulhar-se em Cristo e na sua obra”. [A palavra circuncisão empregada no versículo 2 é uma paródia. Os legalistas ensinaram a necessidade da circuncisão, mas na verdade, um ritual físico sem justiça no coração não é mais do que uma mutilação da carne sem valor. Circuncidar era um rito pelo qual se corta a extremidade do prepúcio. Entre os judeus tinha um valor altamente religioso. Era o sinal do antigo concerto (At 7.8; Rm 4.6-12) e obrigava a guardar toda a Lei mosaica (At 15.1-5,24; Gl 5.3). Na Nova Aliança não se faz necessário essa observância ritual, já que nessa Nova Aliança o acesso se dá por meio da fé em Jesus Cristo (At 11.1-18; 15.1-29; 1Co 7.19; Gl 5.1-6; 6.12-16). Em resposta aos judaizantes e sua ênfase equivocada no rito exterior e físico da circuncisão, Paulo afirma que os cristãos são a verdadeira circuncisão, isto é, o Israel espiritual (Gl 3.6-4.7)].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
“Guardai-vos dos cães”, “guardai-vos dos maus obreiros”, “guardai-vos da circuncisão”; são advertências paulinas a que a igreja se cuidasse com os judaizantes.

III. A VERDADEIRA CIRCUNCISÃO CRISTÃ (3.3)
1. A circuncisão no Antigo Testamento. Sabemos que a circuncisão era um rito religioso com caráter moral e espiritual, consistindo em um sinal físico de que a pessoa pertencia ao povo com o qual Deus fez um pacto. Era também um sinal de obediência a Deus (Gn 17.11; At 7.8). Porém, os seguidores de Jesus não precisam da circuncisão para serem identificados como pertencentes a Ele. A circuncisão do cristão é espiritual e interior, operada pelo Espírito Santo, no coração, mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 4.9-11).[A circuncisão não era prática incomum no antigo Oriente Próximo, porém Deus a escolheu como um sinal para identificar o povo do concerto abraâmico, pois esta literalmente tem a ver com os homens no seu aspecto de propagação da vida. O ato da circuncisão era exigido como um sinal do concerto previamente estabelecido com Abraão. Isto não constituía um novo concerto, porém um sinal externo que Abraão e os seus descendentes deviam praticar para mostrar que eles eram o povo escolhido de Deus. O fato desta cerimônia ser praticada no órgão reprodutor masculino possuía um significado duplo, pelo menos: 1) o ato de cortar o prepúcio falava em cortar a dependência carnal, e 2) a sua esperança pela posteridade e prosperidade futuras não deveria repousar sobre as suas próprias habilidades. A circuncisão era uma afirmação de que a confiança do fiel estava sendo depositada na promessa de Deus e na sua fidelidade, e não em sua própria natureza carnal (Gn 15.10; 22.13). Mais tarde, o orgulho fez da circuncisão um símbolo idólatra, assumido pelos hebreus como garantia do favor contínuo de Deus. Assim como o batismo cristão sem fé não tem sentido para a justificação, o mesmo vale para a mera circuncisão física (Rm 2.25-29)]
2. A verdadeira circuncisão não deixa marcas físicas. Paulo ensina aos colossenses que a verdadeira circuncisão em Cristo não é por intermédio de mãos humanas, mas “no despojo do corpo da carne” (Cl 2.11,12). É um ato espiritual, levado a efeito pelo Senhor Jesus que remove a nossa velha natureza e nos concede uma nova (2Co 5.17). É uma circuncisão do coração (Rm 2.29). [O termo grego "circuncisão", como é empregado por Paulo significa mutiladores do corpo e refere-se ao rito da circuncisão segundo o ensino dos falsos mestres judaizantes, afirmando que o sinal da circuncisão conforme a Lei mosaica era necessário à salvação. Paulo declara que a verdadeira circuncisão é uma obra do Espírito Santo realizada no coração do salvo, pela qual o pecado e o mal são cortados (v. 3; Rm 2.25-29; Cl 2.11). Contrária à falsa doutrina, a salvação não é alcançada mediante a observância ritual. Cristo é o cumprimento do que é tipificado nos ritos da Lei, libertando-nos da servidão do legalismo (Rm 2.25-29; 3.27-31; 10.4). Em sua identificação com Jesus, os crentes compartilham as experiências do Senhor. Eles não precisam de nada mais! Em Colossenses 2.11, dramaticamente, Paulo afirma que no batismo dos gentios em Cristo e em seu corpo, os mesmo já tinham sido circuncidados. Batismo é a circuncisão de Cristo e significa o lavar que remove o pecado, a renovação pessoal pelo Espírito Santo e a participação como membro do corpo de Cristo (At 2.38; Rm 6.4; 1Co 12.13; Tt 3.5; 1Pe 3.21). Com isso, não quero dizer que o batismo cristão seja idêntico à circuncisão, mas lhe corresponde em essência (Rm 4.11) e a substituiu como sinal da aliança.]
3. A verdadeira circuncisão não confia na carne (3.3-7). Os cristãos judaizantes que participavam da igreja em Filipos confiavam muito mais na carne e na circuncisão do que em Cristo. Por isso, Paulo narra a sua história como judeu. Ele declara ter sido circuncidado ao oitavo dia (v.5) e ter seguido todos os ritos da lei (v.6). Mas o apóstolo enfatiza que ao encontrar-se com Cristo, renunciou a tudo da velha religião para servir apenas a Cristo. Paulo declara: “Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne” (3.3). A salvação é somente pela fé em Jesus. Nenhum rito religioso é capaz de trazer salvação.[O texto de Fp 3.46 apresenta uma lista de sete características de linhagem que qualificavam a Paulo como um seguidor da Lei. Sua circuncisão foi conforme preconiza Gênesis 17.12; era da tribo de Benjamim e seu nome judeu, Saulo, foi-lhe dado em virtude do rei Saul, também de Benjamim (1Sm 9.1,2). Sua vida era de escrupulosa obediência à Lei mosaica, tanto à Torah quanto às tradições judaicas que lhe foram ensinadas (At 22.3; 26.5; Gl 1.14). Ele próprio afirma que viveu de forma irrepreensível, não com pretensa intenção de afirmar que era sem pecado (Rm 7.713), mas de ter vivido com fidelidade aos preceitos do Antigo Testamento. Quando ele entendeu o evangelho de Cristo, o apóstolo percebeu que todos essas credenciais, realizações, privilégios e direitos não valiam nada. Paulo não está dizendo que eles não são de nenhum valor social, cultural, educacional, ou histórico. Em vez disso, ele está dizendo que eles não são de nenhum valor salvífico, que não podiam salvá-lo ou a qualquer outra pessoa. A obediência de Paulo à lei era respeitável, mas seu consequente “confiar” era o pior dos pecados. Ele agora afirma que renuncia a tudo isso por causa de Cristo, considerando aquelas coisas como refugo – palavra grega empregada em sentido figurado; seu significado literal é lixo e já foi traduzida como esterco. Paulo joga fora, com aversão, qualquer coisa que possa interferir na “sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor”. A salvação não se baseia no que o ser humano alcança obedecendo a Lei, mas inteira e exclusivamente na “justiça que procede de Deus”, dada àqueles que estão unidos com Cristo (Rm 1.16,17; 3.21-26).]

SINOPSE DO TÓPICO (III)
A verdadeira circuncisão não confia na carne nem deixa marcas físicas, pois ela é gerada pelo Espírito.

CONCLUSÃO

Paulo ensinou aos filipenses que a confiança em Cristo nos garante alegria. Tal felicidade independe das circunstâncias e faz-nos enfrentar todas as dificuldades comuns às demais pessoas com uma diferença: temos esperança! Paulo também mostrou aos filipenses que as leis do Antigo Testamento e seus ritos tinham sua importância, todavia, a obediência a tais leis e ritos não garantiam a salvação de ninguém. O que deve ser considerado pelo crente é o seu relacionamento com o Cristo ressurreto. [A salvação deve ser o motivo de nossa alegria independente das circunstancias. O maior anseio na vida de Paulo era conhecer a Cristo e experimentar de modo mais íntimo sua comunhão e presença. Os ritos da Lei cumpriram seu objetivo, já não cabem mais na nova aliança. A justiça do crente deve consistir, em primeiro lugar, em ser perdoado do pecado, justificado e aceito por Deus, mediante a fé (Rm 4.5). O Novo Testamento declara que nossa justiça é Cristo, o próprio Senhor Jesus, habitando em nosso coração (Fp 1.20,21; Rm 8.10; 1 Co 1.30; Gl 2.20; Ef 3.17; Cl 3.4). Nesta lição, fica claro que o fundamento da nossa alegria da salvação e nossa única esperança de justificação é a morte sacrificial de Cristo e seu sangue derramado no Calvário (Rm 3.24; 4.25; 5.9; 8.3,4; 1Co 15.3; Gl 1.4; 2.20; Ef 1.7; Hb 9.14; 1 Pe 1.18,19; 1 Jo 4.10) e sua vida ressurreta dentro do nosso coração (Rm 4.22; Rm 4.22,25; 5.9,10; 8.10,11; Gl 2.20; Cl 3.1-3). Não há nada que possamos acrescentar!]
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),

Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco de Assis Barbosa