quinta-feira, 17 de julho de 2014

3Trim2014_Lição 3: A importância da sabedoria humilde





3º Trimestre de 2014

Lição 3

20 de Julho de 2014


A importância da sabedoria humilde


TEXTO ÁUREO

“Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; ama-a e ela te conservará” (Pv 4.6). Note a estrutura paralela deste versículo, onde a segunda linha diz quase a mesma coisa que a primeira, no entanto, com algum desenvolvimento do pensamento. “Não desampares” torna-se a injunção positiva para “amar”. A sabedoria é muito mais do que um acumulo de fatos. Envolve confiança e comprometimento.


VERDADE PRÁTICA

A sabedoria que procede de Deus é humilde, por isso, equilibra o crente em todas as circunstâncias da vida.


HINOS SUGERIDOS

423, 482, 592.


LEITURA DIÁRIA

Segunda - Tg 4.3
Oração com propósito sábio
S
Terça - Pv 3.35
A sabedoria resulta em honra
T
Quarta - Pv 16.16
A sabedoria é a maior riqueza
Q
Quinta - Cl 4.5
A sabedoria com os não-crentes
Q
Sexta - Pv 3.21b
A sabedoria inclui a prudência
S
Sábado - 2Cr 1.10
Deus dá sabedoria a quem o pede
S


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tiago 1.5; 3.13-18.
Tiago 1
5 - E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada.
Tiago 3
13 - Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria.
14 - Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.
15 - Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.
16 - Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa.
17 - Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.
18 - Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.
OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Descrever a sabedoria que vem de Deus.
  • Demonstrar na prática a sabedoria humilde.
  • Compreender a distinção entre a verdadeira sabedoria e a arrogante.

PALAVRA CHAVE
Sabedoria Humilde: Nesta lição, um tipo de sabedoria que só pode vir de Deus.
COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos os ensinamentos da Palavra de Deus acerca da importância da sabedoria divina para o nosso viver diário. Tiago inicia a temática em tom de exortação, enfatizando a necessidade da sabedoria divina como condição básica de levar a igreja a viver a Palavra de Deus com alegria, coerência, segurança e responsabilidade. E isso tudo sem precisar fugir das tribulações ou negar que o crente passa por problemas. A nossa expectativa é que você abrace o estilo de vida proposto pelo Santo Espírito nesta carta. Não fugindo da realidade da vida, mas enfrentando-a com sabedoria do alto e na força do Espírito Santo. [Comentário: A lição de hoje está direcionada à sabedoria, não a sabedoria do mundo, mas aquela doada por Deus, aquela que foi perdida em decorrência da rebelião do ser humano contra Deus; rebelião que deixou o pensamento humano “obscurecido” (Rm 1.21; Ef 4.18), pelo pecado que se coloca como uma parede entre nós e Deus. De qualquer modo, nesse aspecto o pensamento desvinculado de Deus, autocrático e arbitrário do ser humano encontra-se no caminho falso (Rm 1.22; 1Co 1.19,27; 1Co 2.14). Não somente o querer da pessoa natural, mas igualmente seu pensar foi condenado e “cruzado” pela cruz de Jesus, que na realidade representa o juízo de Deus sobre nós. Por nova sabedoria “espiritual”, no entanto, a Bíblia compreende o reconhecimento concedido e produzido por meio do Espírito de Deus: o reconhecimento daquilo que Deus faz e do que ele espera que o ser humano faça (1Co 1.24; 2.6s; 12.8; Ef 1.17; Cl 1.9; Tg 3.13,17). O cristão não vive isolado, mas na companhia de outros, na comunidade em que Deus o colocou. Essa comunidade é, em primeiro lugar, a igreja de Jesus Cristo. Conforme sua vocação, a igreja está no mundo para fazer brilhar a luz do evangelho. Para atuar de modo correto em seus respectivos lugares, o cristão e a igreja precisam de sabedoria e entendimento. Na parte introdutória de sua epístola, Tiago diz ao leitor como obter sabedoria: “deve pedir a Deus, que dá generosamente a todos sem encontrar culpa, e lhe será dada” (1.5). Ninguém pode viver sem sabedoria, pois ninguém deseja ser tolo. Assim, a sabedoria é muito bem guardada por aqueles que a têm e procurada por aqueles que dela são desprovidos] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. A NECESSIDADE DE PEDIRMOS SABEDORIA A DEUS (Tg 1.5)

1. A sabedoria que vem de Deus. Tiago fala da sabedoria que vem do alto para distingui-la da humana, de origem má (Tg 3.13-17). Irrefutavelmente, a sabedoria que vem de Deus é o meio pelo qual o homem alcança o discernimento da boa, agradável e perfeita vontade divina (Pv 2.10-19; 3.1-8,13-15; 9.1-6; Rm 12.1,2). Sem esta sabedoria, o ser humano vive à mercê de suas próprias iniciativas, dominado por suas emoções, sujeitando-se aos mais drásticos efeitos das suas reações. Enfim, a Palavra de Deus nos orienta a vivermos com prudência. Todavia, quando nos achamos em meio às aflições é possível que nos falte sabedoria. Por isso, o texto de Tiago revela ainda a necessidade de o crente desenvolver-se, adquirindo maturidade espiritual. [Comentário: Sabedoria é o uso correto do conhecimento. Tiago enxerga a sabedoria como sendo uma necessidade para as pessoas, mas faz questão de mostrar os tipos de sabedoria que podemos encontrar à nossa volta. E para o apóstolo, mais do que ter, ou não, sabedoria, é imprescindível saber a quem pedir, é preciso utilizá-la. Uma pessoa pode ser culta e tola. Hoje se dá mais valor à inteligência emocional do que a inteligência intelectual. Uma pessoa pode ter muito conhecimento e não saber se relacionar com as pessoas. Ela pode saber muito e não saber viver com ela e com os outros. Sabedoria é também olhar para a vida com os olhos de Deus – A pergunta do sábio é: em meus passos, o que faria Jesus? Como ele falaria, como agiria, como reagiria? Cristo não foi um mestre da escola clássica. Ele ensinou os seus discípulos na escola da vida. Ensinar a sabedoria é mais importante do que ensinar fórmulas de matemática. Há uma sabedoria que vem do alto e outra que vem da terra. Há uma sabedoria que vem de Deus e outra engendrada pelo próprio homem. A Bíblia traz alguns exemplos da tolice da sabedoria do homem: 1) A torre de Babel parecia ser um projeto sábio, mas terminou em fracasso e confusão; 2) Pareceu sábio a Abraão descer ao Egito em tempo de fome em Canaã, mas os resultados provaram o contrário (Gn 12.10-20); 3) O rei Saul pensou que estava sendo sábio que colocou a sua armadura em Davi; 4) Os discípulos pensaram que estavam sendo sábios quando despediram a multidão no deserto, mas o plano de Cristo era alimentá-la por meios deles; 5) Os experts em viagens marítimas pensaram que era sábio viajar para Roma e por isso não ouviram os conselhos de Paulo e fracassaram. A verdadeira sabedoria vem de Deus, do alto, visto que ela é fruto de oração (1.5), ela é dom de Deus (1.17). Essa sabedoria está em Cristo: Cristo é a nossa sabedoria (1 Co 1.30). Em Jesus nós temos todos os tesouros da sabedoria escondido (Cl 2.3). Essa sabedoria está na Palavra, visto que ela nos torna sábios para a salvação (2 Tm 3.15). Ela nos é dada como resposta de oração (Ef 1.17; Tg 1.5). O crente que é verdadeiramente sábio ora continuamente a Deus em nome de Jesus. Na oração, ele está em comunhão com a fonte de sabedoria, pois o próprio Deus a dará liberalmente a qualquer um que lhe pedir (Tg 1.5). Assim como o rei Salomão pediu sabedoria para DEUS, nós também podemos pedir.]

2. Deus é o doador da sabedoria. O texto bíblico não detalha a maneira pela qual Deus concede sabedoria. Tiago apenas afirma que o Altíssimo a dá. Juntamente com a súplica pela sabedoria que fazemos ao Pai em oração, a epístola fornece riquíssimos ensinamentos (v.5): [Comentário: Tiago estava aprendendo com seu Senhor e Mestre. Ele mostrou-nos a grande e maravilhosa possibilidade, a saída para toda a perplexidade: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7.7). A oração pedindo sabedoria divina é a oração pelo Espírito de Deus, porque a sabedoria é um dos efeitos do Espírito (Ef 1.17). Nosso Senhor reservou uma promessa especial à oração pelo Espírito (Lc 11.13). Os dons exteriores também são concedidos por Deus a quem não os pede a ele (Mt 5.45). Contudo, ele não despeja simplesmente seu Espírito, a si mesmo, sua salvação sobre as cabeças das pessoas. Não impõe a ninguém os dons interiores. Nesse aspecto ele requer ser rogado.]
a) O Senhor é que dá sabedoria. Jesus ensina que o Pai atende às orações daqueles que o pedirem (Mt 7.7,8).
b) O Senhor dá todas as coisas. Neste sentido, dizem as Sagradas Escrituras: “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com Ele todas as coisas?” (Rm 8.32 cf. Jó 2.10).
c) O Senhor dá a todos os homens. Ele não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; Tg 2.1,9).
d) O Senhor dá liberalmente. É de graça! Nosso Deus não vende bênçãos apesar de pessoas, em seu nome, “comercializá-las”.
e) O Senhor dá sem lançar em rosto. A expressão é sinônima do adágio popular “jogar na cara”. O Pai Celeste não age dessa forma. [Comentário: “Deus dá de bom grado.” A palavra grega para o modo como Deus dá significa “simplesmente”, “despretensiosamente”, “sem segundas intenções”. Lutero traduz “singelamente”. Ao dar, Deus não faz ressalvas e é cheio de bondade. Não se comporta como as pessoas, nem como os gentios pensavam a respeito de seus deuses. –“Ele dá sem repreender”: estamos acostumados à versão alemã de Lutero - “Ele não pressiona ninguém.” Não priva ninguém. Não coloca a cesta do pão fora de alcance (p. ex., para mostrar quem é chefe na casa). Literalmente o sentido é: “Ele não critica.” Nós também damos, mas não raro criticamos ao mesmo tempo, a começar por nossos próprios filhos. Por exemplo: “Você vem pedir ajuda depois que arrumou encrenca. Deveria ter pensado melhor antes.” Ou: “Depois de todas as suas atitudes para comigo, eu não deveria lhe dar mais nada!” DEUS não faz sermões nem críticas. Não nos prende ao que passou. “Sua misericórdia é nova a cada manhã” sobre nós “e sua fidelidade é grande” (Lm 3.22s). Fritz Grünzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança. Tiago compartilha essa percepção. Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus. Tiago pode fazer isso com confiança total em que Deus a todos dá liberalmente. Aqui, Tiago apela à tradição a respeito de Jesus (os ensinos de Jesus ainda não escritos que, mais tarde, formariam os evangelhos), pois o Senhor prometera que Deus concederia a seus filhos o que lhe pedissem (Mateus 7:7-11; Marcos 11:24; Lucas 11:9-13; João 15:7). Que dádiva melhor poderiam pedir do que a sabedoria de que necessitassem a fim de resistir às provações que estavam enfrentando? Deus... dá porque ele é doador; Deus dá liberalmente, o que significa que dá sem reservas mentais, dá com simplicidade, com um coração singelo. Não está procurando um lucro escondido da parte dos crentes; o Senhor não abriga motivos desprezíveis, tampouco sentimentos mesquinhos. Na verdade, não só o Senhor dá generosamente, mas não censura. Isso significa que Deus não se queixa do dom concedido, nem de seu custo. Peter H. Davids. Comentário Bíblico Contemporâneo. Editora Vida. pag. 45.]

3. Peça a Deus sabedoria. Ainda no versículo cinco, Tiago estimula-nos a fazermos as seguintes perguntas: Falta-nos sabedoria espiritual? Sentimental? Emocional? Nos relacionamentos? Caso ache em si falta de sabedoria em alguma área, não desanime! Peça-a a Deus, pois é Ele quem dá liberalmente. E mais: não lança em rosto! Ouça as Escrituras e ponha em prática este ensinamento. Fazendo assim, terás sabedoria do alto. [Comentário:Não é incomum nos aproximarmos de Deus para pedir dEle bênçãos. Não é errado desejar ser abençoado por Deus, pois mesmo as pessoas que não tem em Jesus o seu Senhor desejam igualmente receber bênçãos dos céus. Pois bem, se cremos que Deus pode nos abençoar, porque não pedimos a Deus sabedoria? Tiago nos deixa evidente duas coisas: A sabedoria é uma bênção, e ela deve ser pedida a Deus. E Deus se importa com esse tipo de pedido? Sim, pois o apóstolo mostra o motivo máximo pelo qual devemos pedir a sabedoria a DEUS: “... e ser-lhe-á dada”. Deus tem prazer em oferecer aos seus filhos a sabedoria, e Tiago deixa claro que Ele nos dará a sabedoria que pedimos. A sabedoria que Deus tem para dar não é custosa. Quando oramos de acordo com a vontade de Deus, temos a certeza de que receberemos respostas de nossas orações e uma dessas respostas sem dúvida é a sabedoria como um presente divino.Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 38. Quando somos provados precisamos pedir sabedoria (1.5-8). Quando estamos sendo provados, precisamos de discernimento e sabedoria (1.5; 3.13-18). O que é sabedoria? E mais que conhecimento. Sabedoria é o uso correto do conhecimento. Conhecimento pode ser definido, nesse contexto, como conhecer bem a Bíblia. Sabedoria é usar bem a Bíblia. Sabedoria é olhar para a vida com os olhos de Deus. O sábio busca maturidade e não prazer.
Há pessoas cultas e tolas. Há pessoas que têm erudição, mas não sabem viver a vida nem fazer escolhas certas. Quando estamos sendo provados, precisamos de sabedoria para não desperdiçar as oportunidades que Deus está nos dando para chegarmos à maturidade. A sabedoria nos ajuda a entender como usar as provas para nosso bem e para a glória de Deus.LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag. 20-21.]
SINOPSE DO TÓPICO (1)
A sabedoria vem de Deus. Nós temos a necessidade de pedirmos a Ele, pois o Altíssimo é o doador.

II. A DEMONSTRAÇÃO PRÁTICA DA SABEDORIA HUMILDE (Tg 3.13)

1. A sabedoria colocada em prática. Tiago conclama os servos de Deus, mais notadamente aqueles que exercem alguma liderança na igreja local, a demonstrarem sabedoria divina através de ações concretas (Dt 1.13,15; 4.6; Dn 5.12). A sabedoria é a virtude que devemos buscar e cultivar em nossos relacionamentos neste mundo (Mt 5.13-16). O tempo do verbo “mostrar”, utilizado por Tiago em 3.13, indica uma ação contínua em torno da finalidade ou do resultado de uma obra. Desta maneira, a Bíblia está determinando uma atuação cristã que promova as boas obras no relacionamento humano. [Comentário: Assim como Tiago exorta os crentes a demonstrarem sua fé através das obras, ele também pede uma demonstração de sabedoria através de uma vida piedosa. A sabedoria nada será a menos que se manifeste na forma de boas obras e de uma vida moral e espiritual correta. Também precisa ser frutífera e poderosa, tal como se espera que seja a fé cristã (ver Tia. 2:14 e ss.), porquanto, de outro modo, será algo morto e inútil. Mediante sua vida boa e pacífica, o homem demonstrará a origem piedosa e divina de sua sabedoria. Portanto, o sábio é convidado a demonstrar a validade de sua sabedoria pelas suas obras de mansidão. A sabedoria que não é comprovada desse modo é uma sabedoria falsa: e mostra-se ainda mais falsa quando se torna motivo de orgulho e de contenda. «Tiago compartilha do conceito bíblico geral que a sabedoria não  consiste apenas no conhecimento, na astúcia e na habilidade, mas antes, em uma profunda compreensão sobre o que é e deve ser a vida piedosa. Tal sabedoria produz concórdia e harmonia entre as pessoas e os grupos. Faz agudo contraste com o egoísmo calculista que é a causa de ‘desordem social e de todas as ‘práticas vis’... O astuto, o esperto, o manipulador habilidoso, está convencido que sua sagacidade superior é o que os sofisticados denominam de ‘egoísmo iluminado‘, o ‘conhecimento’, a manipulação de homens e de circunstâncias, para a satisfação de sua ganância. Para obter a sua finalidade, o homem astuto não mostra escrúpulos em mentir, desunir, enganar ou subornar, se pensa que poderá evitar ser apanhado. Uma boa parte da astúcia de que ele se orgulha e a sua habilidade de ‘encobrir‘ de ‘passar despercebido‘. Se a sua ambição só puder ser satisfeita mediante a deslealdade para com seus amigos, ou mediante a crueldade para com suas vítimas, isso é lamentável, mas é o preço que o ‘realista paga para ganhar o único sucesso que vale a pena ter neste mundo‘*. (Easton, in loc.). «...proceder...» No grego é usado o termo *anastrophe·, «conduta», «comportamento», o caráter geral de uma vida, algo que é indicado, nas páginas do N.T.. pela metáfora do «andar», que é de uso mui frequente. O «sábio» crente deve ser pessoa de uma conduta repleta de boas obras, efetuadas em mansidão. Somente a sabedoria divina, uma qualidade divinamente transmitida, pode tornar bem-sucedida a vida do crente. É algo por demais exigente para a personalidade humana sem ajuda. «Ações, ações, ações, é o clamor de Tiago. ‘Isto deveríeis ter feito, sem deixardes de fazer aquelas outras'. Sem a prática cristã, todas as outras coisas que alguém professe possuir é sal que já perdeu o sabor». (Plummer, in loc.). CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 39.]

2. A humildade como prática cristã. Instruída pela Palavra de Deus, a humildade cristã promove as boas obras na vida do crente (Tg 1.17-20; cf. Mt 11.29; 5.5). Quem é portador dessa humildade revela a verdadeira sabedoria, produzindo para si alegria e edificação (Mt 5.16). A fim de redundar em honra e glória ao nome do Senhor Jesus, a humildade deve ser uma virtude contínua. Isso a torna igualmente uma porta fechada para o crente não retornar às velhas práticas. O homem natural, dominado pelo pecado, não tem o temor de Deus nem o compromisso de viver para a honra e glória dEle. Porém, o que nasceu de novo e, portanto, “ressuscitou com Cristo”, busca ajuda do alto para viver em plena comunhão e humildade com o seu semelhante (Cl 3.1-17). [Comentário:  O sinal da sabedoria é um espírito manso e humilde. Como a arrogância e a insensatez andam juntas, assim também a humildade e a sabedoria. Comentando Mt 11.29, Russell Norman Champlin afirma: “Manso e humilde de coração. Evidentemente se refere às ideias de Zac. 9:9, que fala da humildade do Messias. Primeiramente o Messias humilhou-se na encarnação—«...a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens» (Fil. 2:7). No seu ministério, JESUS sempre apresentou provas de sua simpatia pelo estado e sofrimento da humanidade. Operou curas não para provar seu próprio poder e grandeza, mas porque anelava aliviar o sofrimento dos homens. Ressuscitou aos mortos porque simpatizou com a tristeza dos que estavam em luto. Pregou o evangelho, especialmente aos pobres, porque sentiu a desesperadora condição produzida pelo pecado. JESUS não assumiu posição de autoridade e grandeza, como o faziam alguns líderes dos judeus, nem procurou qualquer privilegio pessoal ante o governo. Viveu como homem pobre, no meio dos pobres, como homem humilde no meio dos humildes. Finalmente, submeteu-se à morte na cruz, uma morte vergonhosa e horrível, conforme se lê, ...humilhou-se, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz (Fil. 2:8)”. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 1. pag. 382.]

3. Obras em mansidão de sabedoria. Vivemos em um tempo onde as pessoas se aborrecem por pouca coisa, onde tudo é motivo para desejar o mal ao outro. Vemos descontrole no trânsito, o destempero na fila, a pouca cordialidade com o colega de trabalho e coisas afins. Parece que as pessoas não convivem espontaneamente com as outras. Apenas se toleram! Nesse contexto, o ensino de Tiago é de sobremodo relevante: “Mostre, pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria” (v.13). Amor, cordialidade e solidariedade são valores éticos absolutos reclamados no Evangelho. Ouçamos a sua voz![Comentário:  Sabedoria em Tiago tem mais que ver com uma conduta que reflete a natureza e a vontade de Deus do que com um intelecto aguçado. Tiago lança um desafio: “Quem é sábio e tem entendimento entre vocês?” Tanto sabedoria como entendimento andam bem juntos. Sabedoria direciona os passos, e entendimento informa o destino das decisões. Segundo Tiago, ela é demonstrada pelo bom procedimento. A questão não é o quanto sabemos na nossa mente, mas quanto esse conhecimento é refletido no nosso procedimento. Por exemplo, quem não acharia um tanto estranho ver um médico que orienta pacientes na disciplina de uma vida regrada, mas que não passa de uma chaminé ambulante de tanto que fuma? O cristão deve demonstrar pelas suas boas obras a mansidão que a sabedoria genuína requer. Como em 2.18, as obras comprovam a fé genuína. A humildade mostra a verdadeira sabedoria que o cristão tem. Thomas Manton diz: “Um cristão é mais bem conhecido pela sua vida do que pelo seu discurso”. O Senhor Jesus convidou os cansados e sobrecarregados a tomar sobre eles o jugo dele para aprender com ele que é manso e humilde de coração. Quando tratamos pessoas com paciência e amor, mesmo aqueles que não têm posição de destaque na sociedade, imita-se a sabedoria e a humildade de Cristo. Jesus incluiu mansidão nas bem-aventuranças. A felicidade dos mansos inclui herdar a terra (Mt 5.5). Em Tiago, mansidão deve certificar a origem da sabedoria que se professa. Na antiguidade, sabedoria e humildade eram praticamente inimigas. A visão grega da sabedoria pressupunha o orgulho. Uma pessoa “sábia” tinha que se orgulhar de sua posição. Para Tiago, porém, afirmar que se prova ser uma pessoa sábia executando obras com humildade era algo totalmente contra aquela cultura. Algo que é também contra nossa cultura hoje. A tendência que temos é de exaltar-nos e orgulhar-nos de nossos próprios feitos. O oposto se mostra na sabedoria dos homens que não conhecem a Deus. É o caso dos que “dizendo-se sábios, tornaram se loucos e trocaram a glória do Deus imortal por imagens” (Rm 1.22,23). A  sabedoria que não tem respaldo na Bíblia é carente de mansidão. Sem entendimento, os intelectuais do nosso tempo carecem, na maioria dos casos, da sabedoria que o temor do Senhor produz (SI 111.10). Especular sobre as origens do universo, sobre as origens das espécies, carecem de humildade e sabedoria. Excluir o Criador de todos as explicações das maravilhas da natureza parece loucura do mais alto grau. Certamente, Manton está certo ao afirmar: “O mais evidente da sabedoria verdadeira é que seu possuidor é manso” (op. cit. p. 300). Russell P. Shedd,. Edmilson F. Bizerra. Uma Exposição De Tiago A Sabedoria De DEUS. Editora Shedd Publicações.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
A sabedoria deve ser colocada em prática como uma ação concreta através da humildade.

III. O VALOR DA VERDADEIRA SABEDORIA E A ARROGÂNCIA DO SABER CONTENCIOSO (Tg 3.14-18)

1. Administrando a sabedoria. A sabedoria mencionada por Tiago assinala a vontade de Deus para a vida do crente. Uma vez dada por Deus, tal sabedoria constitui-se parte da natureza do crente. É resultado do novo caráter lapidado pelo Espírito Santo. É um novo pensar, um novo sentir, um novo agir. Deus dá ao homem essa sabedoria para que ele administre as bênçãos, os dons e todas as esferas de relacionamentos da vida humana. Quando Jesus de Nazaré expressou “assim brilhe a vossa luz diante dos homens” (Mt 5.16), Ele estava refletindo sobre o propósito divino de o crente viver a inteireza do Reino de Deus diante dos homens. [Comentário:  Ainda citando o comentário de Russell Norman Champlin, em Mt 5.16 ele afirma: “«Assim brilhe também a vossa luz·. Esse versículo considera os crentes em geral como luzes. A luz. do cristão deve ser constante como a luz da candeia, porque sem esse tipo de luz não haveria luz no mundo, e nem mesmo na casa de Deus. ou no escabelo de Deus, que é a terra (Mt 5.35 e Is 66.1). A luz do crente são suas boas obras (ver o vs. 14 sobre os outros usos do termo). Essas boas obras redundam em glória a Deus. Remover a luz e, portanto, a glória de Deus, é algo seríssimo. «Vosso Pai». Esta é a primeira vez que, nas palavras de Jesus, vemos o ensino de que Deus é Pai. Essa ideia era bem comum entre os judeus, c assim sendo, Jesus não estava introduzindo alguma doutrina nova, mas utilizava-se da compreensão que 0 povo já tinha para dar ênfase à necessidade de deixar a luz de Deus brilhar cm suas personalidades. Deus Pai tem prazer nas boas obras de seus filhos, porque tais obras provam que os discípulos são filhos de Deus. c também revelam algo sobre a natureza de Deus. Jesus foi o exemplo mais desenvolvido e elevado da natureza de Deus que já houve sobre a terra. Os rabinos usavam com frequência a frase: «Nosso c vosso Pai, que está nos céus». Nos escritos judaicos (Bammidbar Rabba, s. 15) lemos estas palavras: «Os israelitas disseram ao santo e bendito Deus: Tu mandas que acendamos lâmpadas para Ti; mas Tu és a Luz do Mundo e contigo mora a luz. O SANTO DEUS replicou: Não ordeno isso porque precise de luz, mas para que vós reflitais luz sobre mim, como eu vos tenho iluminado. Assim 0 povo poderá dizer: Eis como os israelitas O ilustram, isto é. Aquele que os ilumina à vista de toda a terra»”.CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 1. pag. 310.]

2. Sabedoria verdadeira e a arrogância do saber. Há pessoas orgulhosas que, por se julgarem sábias, não admitem serem aconselhadas ou advertidas. Sobre tais pessoas as Escrituras são claras (Jr 9.23). Entre os filhos de Deus não há uma pessoa que seja tão sábia que possa abrir mão da necessidade de aconselhar-se com alguém. O livro de Provérbios descreve que há sabedoria e segurança na multidão de conselheiros, pois do contrário: o povo perece (11.14). O rei Salomão orou a Deus pedindo-lhe sabedoria para entrar e sair perante o povo judeu (2Cr 1.10). Disto podemos concluir que lidar com o povo sem depender dos sábios conselhos de Deus é um pedantismo trágico para a saúde espiritual da igreja. Portanto, leve em conta a sabedoria divina! É um bem indispensável para os filhos de Deus. Para quem sente falta de sabedoria, Tiago continua a aconselhar: “peça-a a Deus”. [Comentário: A Única Verdadeira Razão para a Jactância (9.23-24) Jr 9.23-24 Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria. Os pseudo-sábios, dos quais Jerusalém este tão repleto (ver o vs. 12), e os verdadeiramente sábios, dos quais havia tão poucos, não podiam jactar-se em sua falsa sabedoria ou em sua sabedoria autêntica; nem os fortes podiam gloriar-se em sua força; nem os ricos podiam jactar-se em suas riquezas e no poder que esta trazia. Todos os homens, sem importar a sua classe, tinham apenas uma razão válida para gloriar-se: conhecer e obedecer a YAHWEH (vs. 24), a fonte de toda a verdadeira sabedoria, de toda a força e de autênticas riquezas, Aquele que poderia ter impedido a matança provocada pelos babilônios, contanto que os judeus se aproximassem Dele em humildade e arrependimento. Muitos convites de Yahweh tinham exortado Judá a arrepender-se, mas foram todos inúteis. Houvera disponível muita gentileza amorosa (no hebraico, hesedh, o famoso amor de Deus). Mas o réprobo povo de Judá preferiu a ruína. Em Deus há amor, gentileza, justiça e retidão, e nessas coisas YAHWEH se deleitava. Judá, entretanto, preferiu a horrenda combinação de idolatria-adultério-apostasia, o que significa que foram cortadas todas as graças divinas. Cf. estes versículos com Mq 6.8 e 7.18. Deus se deleita na misericórdia, mas o povo de Judá insistia nas chamas do julgamento. Se a sabedoria, a força ou as riquezas são a tua parte, Não te glories, mas sabe que não são realmente tuas. Somente um Deus, de quem todos os dons procedem, É sábio, é poderoso e é realmente rico. (Focilides, antigo poeta pagão) Cf. I Co 1.31 e II Co 10.17. Esses versículos ensinam que os homens colhem aquilo que semeiam, mas também que podem escolher aquilo que vão semear. Se fizerem um trabalho bom, encontrar-se-ão com o Deus amoroso, misericordioso e beneficente que haverá de abençoá-los. O direito de escolha é genuíno, porquanto, de outro modo, não haveria responsabilidade moral. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3017.]

3. Atitudes a serem evitadas. “Onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa” (v.16). Aqui o autor da epístola descreve o resultado de uma “sabedoria” soberba e terrena. Classificando tal sabedoria, Tiago utiliza dois termos fortíssimos, afirmando que ela é “animal” e “diabólica”. Animal, porque é acompanhada por emoções oriundas de um instinto natural, primitivo, irracional e carnal, sendo por isso destituída de qualquer preocupação espiritual. Diabólica, porque o nosso adversário inspira pessoas a transbordarem desejos que em nada se assemelham aos que são oriundos do fruto do Espírito, antes, são sentimentos egoísticos, que se identificam com as obras da carne (2Tm 4.1-3; Gl 5.19-21). Atitudes que trazem contenda, facções, divisão, gritarias e irritabilidade devem ser evitadas em nossa família, em nossa igreja ou em quaisquer lugares onde nos relacionarmos com o outro. O Senhor nos chamou para paz e não para confusão. Vivamos, pois uma vida cristã sábia e em paz com Deus! [Comentário: Tiago, no versículo 14, fornece uma lista das “obras” características da ausência da mansidão. 1) Inveja {zelos, e no v. 16) amarga é o contrário da mansidão. E verdade que “zelo” pode ser um termo positivo (Rm 10.2; 2Co 7.7,11; 9.2), mas, em outros textos, claramente se refere à inveja (Rm 13.13; 2Co 12.20 e G1 5.2). Como um dos pecados capitais, Richard Gordon observou: “Os ressentidos, aqueles homens com câncer na psique, tornam-se os grandes assassinos”. “Não há muitas pessoas capazes de reprimir o segredo da satisfação com o infortúnio de seus amigos” (La Rochefoucauld, citado por Os Guiness, op. cit., p. 76). Lucas explica que a raiva do sumo sacerdote e dos saduceus no Sinédrio, que provocara a prisão dos apóstolos, brotou da inveja (At 5.17; cf. 13.45). Foram a inveja e as contendas que levaram a igreja de Corinto a rachar em quatro partidos (ICo 3.3). Foi esse pecado que corroeu o coração de Saul. Após Davi vencer Golias, as mulheres cantavam e dançavam, dizendo: “Saul matou milhares, e Davi, dezenas de milhares”. Saul ficou muito irritado e aborrecido. Daí em diante, Saul olhava com inveja para Davi (ISm 18.7). Tiago descreve a inveja como amarga (pikria, “amarga”, “áspera”), no sentido de zelo fanático na promoção de uma causa. Não dá abertura para outro irmão apresentar seu ponto de vista, mas discute com veemência que a posição dele é a única que deve ser considerada. 2) Ambição egoísta (erithian), junto com a inveja amarga, é incluída por Tiago. Essa ambição carrega o sentido de utilizar meios indignos e divisores para promover interesses próprios. Paulo usa essa palavra em Romanos 2.8 para descrever o egoísmo daqueles que “rejeitam a verdade e seguem a injustiça”. Paulo temia que chegando em Corinto encontraria “brigas, invejas, manifestações de ira, divisões [eritheiai], calúnias, intrigas, arrogância e desordem” (2Co 2.20). Se tais atitudes e hostilidade mútua podiam aparecer na igreja de Corinto, também poderiam surgir nas igrejas para as quais Tiago destinou essa carta. Poderão despontar na nossa igreja! Daí a advertência contra o perigo de se tornar um canal para ação demoníaca (v. 15). 3) “Não se gloriem disso” (v. 14). Jactar-se e orgulhar-se por causa das divisões na igreja, parece completamente incoerente. Possivelmente, alguém concordava com Paulo: “Pois é necessário que haja divergências entre vocês, para que sejam conhecidos quais dentre vocês são aprovados” (ICo 11.19). Mas a jactância que Tiago tem em mente, sem sombra de dúvidas, não tem nada de positivo. Nesse contexto, gloriar-se da ambição egoísta nega a verdade que se prega. Somente amando-se uns aos outros como Cristo os amou é que todos saberão que vocês são discípulos dele (Jo 13.34,35). Além disso, sabedoria que não tem sua origem na revelação bíblica, que se expressa em inveja amarga e ambição egoísta, que tem sua origem na natureza caída humana, combate a verdade do evangelho. Na oferta da salvação a todos que creem, DEUS oferece dignidade e aceitação. As atitudes egoístas separam e excluem. Endurecem as opiniões que podem ser falsas e nocivas. Por isso, Tiago, “o justo”, exorta seus leitores para que demonstrem sabedoria com mansidão. “Pois onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de males” (v. 16). Confusão (gr. Akatastasia) significa desordem e transtorno. O sentido se aproxima daquele de nossa palavra “anarquia”. Para a igreja de Corinto, Paulo escreveu: “Mas tudo deve ser feito com decência e ordem”. A confusão em Corinto foi fomentada pela ambição egoísta e pela politicagem partidária. A igreja não se submetia à liderança de sua Cabeça. Acontece hoje também, motivo pelo qual a Palavra de Deus condena a “confusão e toda espécie de males”. A palavra “males” (phaulos, vil, ruim e corrupto) caracteriza práticas e atitudes que reconhecidamente carecem de humildade e do amor ágape. Quando Cristo não reina no coração, todo tipo de podridão floresce (veja Mc 7.21,22).Russell P. Shedd,. Edmilson F. Bizerra. Uma Exposição De Tiago A Sabedoria De DEUS. Editora Shedd Publicações.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
O valor da verdadeira sabedoria reflete a humildade; a arrogância, o orgulho, a soberba e a altivez à sabedoria terrena e diabólica.

CONCLUSÃO
Após estudarmos o tema “sabedoria humilde” é impossível ao crente admitir a possibilidade de vivermos a vida cristã em qualquer esfera humana sem depender da sabedoria do alto. A sabedoria divina não só garante a saúde espiritual entre os irmãos, mas da mesma maneira, a emocional e psíquica. Ela estabelece parâmetros para o convívio social sadio ao mesmo tempo em que nos previne para que não caiamos nos escândalos e pecados que entristecem o Espírito Santo. Ouçamos o conselho de Deus. Que possamos viver de forma sóbria, justa e piamente (Tt 2.12). [Comentário: Como poderemos conhecer uma pessoa sábia? Uma pessoa sábia é sempre uma pessoa humilde. Aquele que proclama as suas próprias virtudes carece de sabedoria. Como poderemos identificar uma pessoa que não tem sabedoria? Suas palavras e atitudes provocarão inveja, rivalidades, divisão, guerras. A vida cristã é uma semeadura e uma colheita. Nós colhemos o que semeamos. O sábio semeia justiça e não pecado. Ele semeia paz e não guerra. O que nós somos, nós vivemos e o que nós vivemos, nós semeamos. O que nós semeamos determina o que nós colhemos. Temos que semear a paz e não problemas no meio da família de Deus. Ló seguiu a sabedoria do mundo e trouxe problema para a sua família. Deus dá a sabedoria para aqueles que o pedem como fez para com Salomão. A sabedoria divina é pura, é pacifica, é cheia de misericórdia e principalmente imparcial. A sabedoria que é um dom de Deus (1.5) reflete a pureza do próprio Deus. Mais uma vez, a sabedoria é ligada à piedade, porque o próprio Deus é a origem e fonte da verdadeira sabedoria.]
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere!

Hoje, de férias em Campina Grande-PB
Julho de 2014.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
SWINDOOL, Charles R. Vivendo Provérbios: Sabedoria divina para os desafios da vida moderna. 1ª Edição, RJ: CPAD, 2013.
STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição, RJ: CPAD, 2004.
EXERCÍCIOS
1. Qual é o meio pelo qual o homem alcança o discernimento da boa, agradável e perfeita vontade divina?
R. A sabedoria que vem de Deus.
2. Sem sabedoria do alto, divina, como viveria o ser humano?
R. Sem esta sabedoria, o ser humano viveria à mercê de suas próprias iniciativas, dominado por suas emoções, sujeitando-se aos mais drásticos efeitos das suas reações.
3. Quem Tiago conclama a demonstrar sabedoria divina através de ações concretas?
R. Tiago conclama os servos de Deus, mais notadamente aqueles que exercem alguma liderança na igreja local, a demonstrarem a sabedoria divina através de ações concretas (Dt 1.13,15; 4.6; Dn 5.12).
4. O que indica o verbo mostrar utilizado por Tiago em 3.13?
R. Indica uma ação contínua em torno da finalidade ou do resultado de uma obra.
5. Segundo a lição, qual é o propósito de Deus ao dar sabedoria ao homem?
R. De o crente viver a inteireza do Reino de Deus diante dos homens.


NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2014 - CPAD - Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;

Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Lição 2: O propósito da tentação



3º Trimestre de 2014

Lição 2

13 de Julho de 2014


O propósito da tentação


TEXTO ÁUREO

“Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência” (Tg 1.2,3).


VERDADE PRÁTICA

O triunfo sobre a tentação fortalece-nos espiritualmente e nos torna mais íntimos de Deus.


HINOS SUGERIDOS

34, 195, 246.


LEITURA DIÁRIA

Segunda - Pv 1.10
Tentado, não cedas!
S
Terça - Hb 2.18
Jesus foi provado assim como nós
T
Quarta - 1Pe 1.7
Tentação, a provação da fé
Q
Quinta - Dt 8.2,3
Conheça a ti mesmo
Q
Sexta - Mt 26.41
Vigilância e oração
S
Sábado - 1Pe 5.9
Identificação através das provações
S


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Tiago 1.2-4,12-15.
2 - Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações,
3 - sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência.
4 - Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.
12 - Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.
13 - Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta.
14 - Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
15 - Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.
OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Conceituar a tentação.
  • Pontuar a origem da tentação.
  • Compreender o propósito da tentação.

PALAVRA CHAVE
Tentação: Impulso para a prática de alguma coisa censurável ou não recomendável.
COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Definitivamente, o homem moderno não está preparado para sofrer. Os membros de muitas igrejas evangélicas, através da Teologia da Prosperidade, têm se iludido com a filosofia enganosa do “não sofrimento”. O resultado é que quando o iludido sofre o infortúnio, perde a fé em “Deus”. Mas, que se entenda bem, num “deus” que nada tem com as Escrituras! A lição dessa semana tem o objetivo de resgatar esse ensinamento evangélico (Tg 1.2). Aprenderemos acerca da tentação, do sofrimento e da provação, não como consequência de uma vida de pecado ou de falta de fé, mas como o caminho delineado por Deus para o nosso aperfeiçoamento. Ninguém melhor do que Jesus Cristo, com seu exemplo de vida, para nos ensinar tal lição (Hb 5.8). O convite do Mestre é um chamado ao sofrimento por amor do seu nome (Jo 16.33; Mt 5.10-12).. [Comentário: Alguns cristãos são mais provados do que outros, mas todos são provados de alguma forma. Quem nunca se perguntou, porque estou passando por isso? São as provas que exercitam a nossa fé! É assim que Deus nos forja, é através de provações na vida dos seus filhos. As vezes penso que sou um filho queridinho de Deus e assim, privado de situações ruins... na verdade, Deus não mima os seus filhos. Quando mimamos nossos filhos, eles se estragam, eles crescem com um caráter defeituoso. É a disciplina que aperfeiçoa o caráter da criança, como Salomão enfatiza inúmeras vezes no Livro de Provérbios. Da mesma forma, são as provações que aperfeiçoam a fé e o caráter cristãos. Como assevera o apóstolo Pedro: “agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo” (1 Pe 1.6,7).] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. O FORTALECIMENTO PRODUZIDO PELAS TENTAÇÕES (Tg 1.2,12)

1. O que é tentação. O termo empregado na Bíblia tanto no hebraico, massah, quanto no grego, peirasmos, para tentação, significa “prova”, “provação” ou “teste”. A expressão pode estar relacionada também ao conflito moral, isto é, a uma incitação ao pecado. De fato, como mostram as Escrituras, a tentação é uma provação, uma espécie de teste. O pecado, por sua vez, já se trata de um ato imoral consumado. Por isso, a tentação não é, em si mesma, pecado, pois ninguém peca quando passa pelo processo “probatório”. A própria vida terrena do Senhor Jesus demonstra, com clareza, a distinção entre tentação e pecado. A Epístola aos Hebreus afirma que Jesus, o nosso Senhor, em tudo r foi tentado. Ele foi provado e testado em todas as coisas. Todavia, o Mestre não pecou (Hb 4.14-16). Portanto, confiantes de que Jesus Cristo é o nosso Sumo Sacerdote perfeito, devemos nos aproximar, com fé, do trono da graça sabendo que Ele conhece as nossas tentações e pode nos dar a força necessária para resistirmos (1Co 10.13). [Comentário: Há uma palavra hebraica e duas palavras gregas, envolvidas neste verbete, a saber: 1. Massah, "teste". "provação". 2.Peirasmôs, "teste", "prova". 3. Peirázo, ''testar'', "submeter à prova". No original grego, tentação é "peirasmos", que significa "teste", "provação", "tentação para a prática do mal". Esse vocabulário pode incluir ou não a ideia de alguma questão moral envolvida. Pode simplesmente indicar um teste difícil, uma prova, e não alguma tentação tendente à prática do mal, uma incitação ao pecado. Por outro lado, essa palavra pode envolver a ideia de incitação ao pecado. Essa foi exatamente a palavra utilizada pelo Senhor Jesus, em sua oração, no trecho de Mt 6.13, onde ele diz: " ... e não nos deixeis cair em tentação...". É também o mesmo termo usado para indicar as tentações que Satanás lançou contra o Senhor Jesus, no deserto (Lc 4. 13). Na passagem de Tg 1.12 essa mesma palavra é empregada para indicar, bem definidamente, a tentação à prática do mal. É lógico acreditarmos, por conseguinte, que a tentação referida neste versículo tem por intuito incluir questões tanto "morais" como "amorais", isto é, tentações para a prática do pecado (o que é evidente no próprio contexto), mas igualmente, certos períodos de dificuldades, o que também se evidencia quando consideramos, no contexto, o que Paulo mesmo esperava para o fim desta era, refletindo uma doutrina judaica comum, de que haveria um período geral de tribulações, em todos os sentidos, quando se aproximasse o fim da presente dispensação (1 Pd 4. 12 e Ap 3. 10 quanto a essa mesma ideia, nas páginas do N.T.). Deus não tenta a homem algum para a prática do mal (Tg 1.12), embora ele permita que as tribulações nos sobrevenham (Ml 6.13), e destas últimas o Senhor Jesus orou pedindo livramento. Satanás foi capaz de tentar ao Senhor Jesus com o mal; nada disso o diabo jamais teria podido fazer, sem a permissão divina. CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 350-351.]

2. Fortalecimento após a tentação (v.2). Do mesmo modo que o ouro precisa do fogo para ser refinado ou purificado, o cristão passa pelas tentações para se aperfeiçoar no Reino de Deus (1 Pe 1.7). Quando tentado, o crente é posto à prova para mostrar-se aprovado tal como Cristo, que foi conduzido ao deserto para ser tentado por Satanás e embora debilitado e provado espiritualmente, saiu do deserto vitorioso e fortalecido, tendo em seguida iniciado seu ministério terreno de pregação a respeito do Reino de Deus (Lc 4.1-13). À luz do exemplo de Cristo, compreendemos bem o que Tiago quer dizer quando exorta-nos a termos “grande gozo quando [cairmos] em várias tentações”. Tal conselho aponta para a certeza de que ao passar pela tentação, além de paciente e maduro, o crente se sentirá ainda mais fortalecido pela graça de Deus. [Comentário: Em Tg 1.2 “Por várias provações”, apresenta os momentos altos e baixos, a aflição na vida pessoal e na vida dos semelhantes, as dificuldades econômicas e profissionais, as pessoas com as quais lidamos diariamente e que nos dificultam as coisas. Alés destas situações, o crente enfrenta, ainda, aflições específicas: ridicularizados, criticados, perseguidos, rejeitados, hostilizados. Essas tribulações são “várias”, “multiformes”. Vêm de todos os lados. São “coloridas”, como também se pode traduzir. Às vezes a situação se torna “variada” demais para nós. Note que o versículo traz “Entrardes”, denotando uma situação tempestuosa e repentina. É verdade que a Bíblia nos diz que não precisamos ocultar quando também estamos tristes em diversos tormentos (1Pe 1.6). Sim, ela nos diz que o próprio Jesus esteve triste quando atribulado (Mt 26.38; Hb 5.7). Mas Tiago escreve: a rigor, deveis e podeis vos alegrar com vossas tribulações. A questão é: como pode alguém ter grande gozo ao passar por tentações ou provações? Tiago é formidável! devemos decidir ficar alegres em situações em que a alegria seria, naturalmente, a nossa última reação. Quando reconhecemos a soberania de Deus, devemos exibir uma resposta positiva e radicalmente diferente diante dos eventos difíceis da vida. O Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal  diz que é “Por meio das provações,[que] Deus queima a nossa autossuficiência e as nossas atitudes egoístas, para que a nossa autenticidade possa refletir a sua glória e lhe traga louvor. Como as provações provam a força e a pureza da fé de alguém? Uma pessoa que vive uma vida confortável pode achar muito fácil ser um crente. Mas conservar a fé diante do ridículo, da calúnia, da perseguição ou até mesmo da morte prova o verdadeiro valor daquela fé. Esta fé resulta em louvor, honra e glória concedidos aos crentes pelo próprio Deus, quando Jesus Cristo retornar (na revelação) para julgar o mundo e levar os crentes para casa.” Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 706.]

3. Felicidade pela tentação (v.12). Quando o cristão é submetido às tentações há uma tendência de ele entregar-se à tristeza e à angústia. Mas atentemos para esta expressão: “Bem-aventurado o varão que sofre a tentação”. Em outras palavras, como é feliz, realizado ou atingiu a felicidade aquele crente que é provado, não em uma, mas em várias tentações (v.2). Ser participantes dos sofrimentos de Cristo e ao mesmo tempo felizes parece paradoxal. A Bíblia, porém, orienta-nos a que nos alegremos em Deus porque a tribulação produz a paciência, e esta, a experiência que, finalmente, culmina na esperança (Rm 5.3-5). Isto mesmo! Vivemos sob a esperança de receber diretamente de Jesus a coroa da vida. Uma recompensa preparada de antemão pelo nosso Senhor para os que o amam. Você ama ao Senhor? É discípulo dEle? Então, não tema passar pela tentação. Há uma promessa: Você “receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam”. Alegre-se e regozije-se em ser participante das aflições de Cristo, pois é justamente nessa condição — de felicidade verdadeira —, que Ele nos deixará por toda a eternidade quando da revelação da sua glória (1Pe 4.12,13)!. [Comentário: A justificação não apenas nos prepara para o céu, mas também nos equipa para vivermos vitoriosamente aqui na terra. Paulo não está tratando de algo apenas para o porvir, mas de algo que nos capacita a viver vitoriosamente em meio às tensões da vida. Nas palavras de John Stott, há paz, graça e glória, sim! Porém, há também sofrimento Aquele que foi justificado demonstra gloriosa alegria não apenas na esperança da glória, mas também no sofrimento. A força do verbo grego kaucometha indica que nos alegramos com grande e intenso júbilo. Tanto as tribulações presentes como a glória vindoura são objetos de júbilo do cristão. Em outras palavras, regozijamo-nos não somente no alvo, a glória, como também nos meios que conduzem a ela, isto é, nos sofrimentos. Nestas duas coisas encontramos alegria. Nessa pedagogia divina, quatro estágios devem ser observados. Em primeiro lugar, nós nos gloriamos nas próprias tribulações (5.3). Não somos masoquistas, como aqueles a quem agrada a dor; tampouco estoicos impassíveis e sofridos. Não nos gloriamos no sofrimento ou por causa do sofrimento, mas por seus frutos, por seus resultados. Nossa esperança da glória não pode ser obumbrada ante as angústias e provações que agora nos cercam. O cristão não olha para a vida com uma visão romântica, pessimista ou irreal. Não nega a existência da dor e do sofrimento. Não murmura nem se insurge contra DEUS por causa do sofrimento. Sabe que o sofrimento é proposital e pedagógico. As tribulações devem ser vistas à luz de suas consequências eternas (IPe 4.12,13). O cristão não crê em acaso, coincidência, sorte, azar ou determinismo. Não tem medo de sexta-feira 13 nem de passar debaixo de escada. Sabe que nem um fio de cabelo da sua cabeça pode ser tocado sem que DEUS saiba, permita e tenha um propósito. Concordo com Geoffrey Wilson quando ele diz que “não existe atalho para a glória; a cruz sempre precede a coroa (Fp 1.29,30). Este gloriar-se na tribulação é um fruto da fé. Não é o efeito natural da tribulação, que, como vemos, leva grande parte da humanidade a murmurar contra DEUS, e até mesmo a amaldiçoá-lo. E apenas o conhecimento de que essas tribulações são conformes a determinação de seu Pai celeste, que capacita o cristão a regozijar-se nelas, pois em si mesmas elas são más, aflitivas, e não causa de júbilo (Hb 12.6; Ap3.19). A palavra “tribulação”, no grego thlipsis, significa “pressão”. John Stott diz que essa palavra se refere especificamente a oposição e perseguição por parte de um mundo hostil. No sentido preciso, não se trata aqui de enfermidade, dor, tristeza ou aflição, mas da pressão de um mundo posto no maligno. A vida cristã é o enfrentamento de muitas pressões: do diabo, do mundo, de nossas fraquezas. JESUS deixou claro que no mundo teremos aflições (Jo 16.33) e o apóstolo Paulo diz: “[...] através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de DEUS” (At 14.22). A palavra “tribulação” vem do latim tribulum, o lugar onde se descascava o trigo, separando o grão da palha. O tribulum. era um pedaço pesado de madeira com cravos de metal usado para debulhar cereais. Ao ser arrastado sobre os cereais, o tribulum separava o grão da palha. Quando passamos por tribulações e dependemos da graça de DEUS, as dificuldades nos purificam e nos ajudam a eliminar a palha. As tribulações na vida do salvo não vêm para destruí-lo, mas para purificá-lo. Elas não agem contra ele, mas a seu favor. As tribulações não operam por si mesmas, à revelia, na vida dos salvos, mas são trabalhadas pelo próprio DEUS, para o nosso bem. Por meio das tribulações, DEUS esculpe em nós a beleza de CRISTO. Em segundo lugar, sabemos que a tribulação produz perseverança (5.3). A tribulação é pedagógica. Ela gera paciência triunfadora. Não poderíamos exercer a paciência sem o sofrimento, porque sem este não haveria necessidade de paciência. A paciência nasce do sofrimento. A palavra grega hupomone significa “paciência triunfadora”. Trata-se de uma paciência vitoriosa, que não se entrega nem é passiva, mas triunfa alegremente diante das intempéries da vida. Hupomone é paciência diante das circunstâncias adversas. E o espírito que enfrenta as coisas e as supera. Não é o espírito que resiste passivamente, mas o que vence e conquista ativamente as provas e tribulações da vida. Isso significa saber que DEUS está no controle, forjando em nós o caráter de CRISTO no cadinho das provas. As grandes lições da vida, nós as aprendemos no vale da dor. O sofrimento é não apenas o caminho da glória, mas também o caminho da maturidade. O rei Davi afirmou: “Foi-me bom ter passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos” (SI 119.71). O patriarca Jó disse que antes do sofrimento conhecia a DEUS só de ouvir falar, mas por meio do sofrimento seus olhos puderam contemplar o Senhor (Jó 42.5). Em terceiro lugar, sabemos que perseverança produz experiência (5.4). A palavra grega dokime, traduzida por “experiência”, significa literalmente algo provado e aprovado. Essa palavra era usada para descrever o metal submetido ao fogo do cadinho com o propósito de remover-lhe as impurezas e torná-lo um metal provado, legítimo e puro. William Hendriksen diz que, assim como o fogo purificador do ourives livra o ouro e a prata das impurezas que no estado natural a ele aderem, também a paciente resignação ou perseverança dos filhos de DEUS os purifica. A palavra dokime, portanto, significa caráter provado e aprovado como resultado de um teste de julgamento. Um bom exemplo disso é a experiência vivida por Davi. Ele não quis a armadura de Saul porque nunca a havia provado, não a havia submetido à prova. O que Paulo nos está ensinando é que não devemos ter uma fé de segunda mão. Devemos conhecer a DEUS não apenas de ouvir falar. Devemos conhecê-lo pessoalmente, profundamente, experimentalmente. Em quarto lugar, sabemos que a experiência produz esperança (5.5a). Esta não é uma esperança vaga nem vazia. E uma esperança segura, que não nos decepciona nem nos deixa envergonhados. Mas como saber que essa esperança não é uma fantasia nem uma ficção? A resposta de Paulo é meridianamente clara: porque o amor de DEUS é derramado em nosso coração pelo ESPÍRITO SANTO que nos foi outorgado. O apóstolo Paulo diz que o fundamento sólido sobre o qual descansa nossa esperança de glória é o amor de DEUS. Há uma efusão do amor de DEUS em nosso coração. Nesse momento o céu desce à terra e somos inundados pelas profusas torrentes do amor divino. A justificação não é apenas um ato jurídico de DEUS feito no céu; tem também reflexos concretos e reais na terra. O resultado da justificação é uma bendita experiência de transbordamento do amor de DEUS em nosso coração. LOPES. Hernandes Dias. ROMANOS O Evangelho segundo Paulo. Editora Hagnos. pag. 207-211.]
SINOPSE DO TÓPICO (1)
A tentação é uma espécie de prova ou teste, que uma vez vencido, fortalece a vida do crente.

II. A ORIGEM DAS TENTAÇÕES (Tg 1.13-15)

1. A tentação é humana. Embora a tentação objetive provar o crente, as Escrituras afirmam que ela não vem da parte de Deus, mas da fragilidade humana (Tg 1.13). O ser humano é atraído por aquilo que deseja. A história de Adão e Eva nos mostra o primeiro casal sendo tentado por aquilo que lhe atraía (Gn 3.2-6). Mesmo sabendo que não poderiam tocar na árvore no centro do Jardim do Éden, depois de atraídos pelo desejo, Adão e Eva entregaram-se ao pecado (Gn 3.6-9). A Epístola de Tiago aplica o termo “gerar”, utilizado no versículo 15, à ideia de que ninguém peca sem desejar o pecado. Assim, antes de ser efetivamente consumada, a transgressão passa por um processo de gestação interior no ser humano. Portanto, a origem da tentação está nos desejos humanos e jamais no Altíssimo, “porque Deus [...] a ninguém tenta”. [Comentário:  Tg 1.13 Precisamos ter uma visão correta de Deus para podermos perseverar durante os períodos de provações. Especificamente, precisamos compreender a visão que Deus tem das nossas tentações. As provações e tentações sempre se apresentam a nós com escolhas. Deus quer que façamos boas escolhas, não más. As dificuldades podem produzir maturidade espiritual e levar a benefícios eternos, se suportadas com fé. Mas também se pode fracassar nos testes. Nós podemos ceder às tentações. E, quando fracassamos, frequentemente usamos todos os tipos de desculpas e razões para os nossos atos. O mais perigoso deles é dizer: “De Deus sou tentado”. É crucial que nos lembremos de que Deus testa as pessoas para o bem; Ele não tenta as pessoas para o mal. Mesmo durante as tentações, podemos ver a soberania de Deus ao permitir que Satanás nos tente para melhorar a nossa fé e nos ajudar a crescer na nossa confiança em Cristo. Em lugar de perseverarmos (1. 12), nós podemos ceder ou desistir diante das provações e, desta forma, culpar a Deus pelo nosso fracasso. Desde o início, a reação humana normal é inventar desculpas e culpar os outros pelo pecado (veja Gn 3.12,13). Uma pessoa que inventa desculpas está tentando transferir a culpa para outra coisa ou pessoa. Um cristão, por outro lado, aceita a responsabilidade pelos seus erros, confessa-os, e pede perdão a Deus. Por Deus não poder ser tentado pelo mal. Ele não pode ser o autor da tentação. Tiago está argumentando contra a visão pagã dos deuses, na qual o bem e o mal coexistiam. Deus não deseja o mal para o povo; Ele não causa o mal; Ele não tenta enganar as pessoas - Ele a ninguém tenta. A esta altura, uma pergunta pode ser feita acertadamente: “Se Deus realmente nos ama, por que Ele não nos protege da tentação?” Um Deus que nos protege da tentação é um Deus que não está disposto a nos permitir crescer. Para que um teste seja uma ferramenta eficiente de crescimento, ele deve poder permitir o fracasso. Na verdade. Deus prova o seu amor, protegendo-nos na tentação, em vez de nos proteger da tentação (1Co 10.13). Tg 1.15 Tiago mostra o resultado da tentação quando uma pessoa cede a ela. Observe que os dois primeiros passos da tentação (havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado) enfatizam a natureza interna do pecado. Quando nos entregamos à tentação, o nosso pecado coloca os eventos mortalmente em movimento - o pecado gera a morte. Para abandonar o pecado, não basta deixar de pecar. O estrago já foi feito. Decidir “não mais pecar' pode cuidar do futuro, mas não cura o passado. Esta cura deve vir por meio do arrependimento e do perdão. Algumas vezes, é necessário fazer uma reparação. Por mais amargo que pareça o remédio, nós podemos ficar profundamente gratos pelo fato de que existe um remédio. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 666-667.]

2. Atração pela própria concupiscência. O texto bíblico é claro ao dizer que “cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (v.14). A tentação exterioriza o vício, os desejos, a malignidade da natureza humana, isto é, a concupiscência. Ser tentado é sentir-se aliciado pela própria malícia ou os sentimentos mais reclusos de nossa natureza má. Você tem ouvido o ressoar das suas malícias? Elas te atraem? Ouça a Epístola de Tiago! Não dê vazão às pulsões interiores, antes procure imitar Jesus afastando-se do pecado. Assim, não darás luz ao pecado e viverás. [Comentário:  Alguns crentes pensavam que, como Deus permitia as provações. Ele também deveria ser a origem da tentação. Estas pessoas podiam desculpar os seus pecados, dizendo que a culpa era de Deus. Tiago corrige isto. As tentações vêm de dentro, do engodo da nossa própria concupiscência. Tiago destaca a responsabilidade individual pelo pecado. Os desejos podem ser alimentados ou deixados morrer de fome. Se o próprio desejo é mau, precisamos negá-lo. Isto depende de nós, com a ajuda de Deus. Se incentivarmos os nossos desejos, eles logo se tornarão atos. A culpa pelo pecado é somente nossa. O tipo de desejo que Tiago está descrevendo aqui é o desejo descontrolado. Ele é egoísta e sedutor. Será que tira Satanás do aperto, colocando a responsabilidade pela tentação sobre os nossos desejos? Não. Podemos ser levados pelos nossos desejos, mas é o diabo que está por trás dos impulsos quando nós estamos seguindo uma direção errada. A tentação vem dos desejos maus dentro de nós, e não de Deus. Podemos montar e colocar a isca na nossa própria armadilha. Ela começa com um mau pensamento e torna-se pecado quando permanecemos no pensamento e permitimos que ele se transforme em uma ação. Como uma bola de neve rolando ladeira abaixo, o pecado cresce e torna-se ainda mais destruidor á medida que nós lhe damos mais liberdade. A melhor hora para interromper uma tentação é antes que ela seja grande demais, ou esteja se movendo rápido demais, fora de controle (veja Mt 4.I-I1; 1 Co 10.13; e 2 Tm 2.22, para mais informações sobre como escapar das tentações). Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 666.]

3. Deus nos fortalece na tentação. Embora a tentação seja fruto da fragilidade humana, quando ouvimos o Espírito Santo, Deus nos dá o escape em tempo oportuno: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” (1Co 10.13). O Santo Espírito nos fará lembrar a Palavra de Deus para não pecarmos contra o nosso Senhor Altíssimo (Is 30.21; Jo 14.26). Todavia, para que isso seja uma realidade em nossa vida, precisamos cultivara Palavra de Deus em nossos corações (Sl 119.11).[Comentário:  As tentações acontecem na vida de todos os crentes — ninguém está livre delas. A tentação em si não é um pecado; o pecado só passa a existir quando a pessoa cede à tentação. Os crentes não devem ficar assustados ou desanimados, ou pensar que estão sozinhos nas suas fraquezas. Eles devem, antes, entender as suas fraquezas e se voltar a Deus, para que possam resistir às tentações. Suportar as tentações traz grandes recompensas (Tg 1.12). Mas Deus não abandona o seu povo aos caprichos de Satanás, pois Deus é fiel. Ele não irá eliminar todas as tentações porque enfrentá-las e permanecer forte na fé pode representar uma experiência de crescimento. Entretanto, Deus promete evitar que elas se tornem tão fortes, que não possamos lutar contra elas. O segredo de resistir à tentação é reconhecer a sua fonte, e então reconhecer a origem da força que é capaz de combater contra ela. Além disso. Deus promete dar também o escape para que possamos suportar e não cair em pecado. Será necessário ter autodisciplina para procurar esse “escape” até no meio da tentação e então utilizá-lo, assim que for encontrado. O escape é sempre difícil e muitas vezes exige a ajuda dos outros. Uma das formas que Deus nos dá para que consigamos fugir da tentação é o bom senso. Se um crente sabe que será tentado em certas situações, então deve se afastar delas. Outra forma é através dos amigos cristãos. Em vez de tentar enfrentar sozinho a tentação, o crente pode explicar o seu dilema a um amigo cristão que lhe seja íntimo e confiável e pedir a sua ajuda. Esse amigo poderá orar sensibilizar a pessoa, e dar valiosos conselhos e opiniões. A verdade é que Deus ama tanto o seu povo, que irá protegê-lo das tentações insuportáveis. E sempre irá oferecer uma saída. A tentação nunca deverá inserir uma barreira de separação entre o crente e Deus, e cada crente deve ser capaz de dizer: “Obrigado, Senhor Deus, por confiar tanto em mim. O Senhor me considera capaz de enfrentar essa tentação. Agora, o que o Senhor quer que eu faça?” Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 149.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
A origem das tentações é a fragilidade humana, a atração pela própria concupiscência. Todavia, Deus é a fonte do nosso fortalecimento na tentação.

III. O PROPÓSITO DAS TENTAÇÕES (Tg 1.3,4,12)

1. Para provar a nossa fé (v.3). Na época de Tiago, os cristãos estavam desanimados por passarem duras provas de perseguição. No versículo três, o meio-irmão do Senhor utiliza então o termo “sabendo”, o qual se deriva do verbo grego ginosko e significa saber, reconhecer ou compreender, para encorajá-los a compreenderem o propósito das lutas enfrentadas na lida cristã: Deus prova a nossa fé (Tg 1.12). À semelhança do aluno que estuda e pesquisa para submeter-se a uma prova e, em seguida, ser aprovado e diplomado, os filhos de Deus são testados para amadurecer a fé uma vez dada aos santos (Jo 16.33; Jd 3). O capítulo 11 da epístola aos Hebreus lista inúmeras pessoas que tiveram sua fé provada, porém, terminaram vitoriosas e aprovadas. Por isso o referido texto bíblico é conhecido como a “galeria dos heróis da fé”. [Comentário: A prova da sua fé é a pressão contínua que a vida exerce sobre você. A paciência, como uma pedra preciosa, é o resultado desejado deste teste. A paciência não é uma submissão passiva às circunstâncias; é uma resposta forte e ativa aos eventos difíceis da vida, mantendo-lhe em pé à medida que você enfrenta as tempestades. Não é simplesmente a atitude de suportar as provações, mas sim a capacidade de convertê-las em glória e superá-las. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 663. Aprova da nossa fé (v. 3) fortalece nossa paciência. Jesus disse: “E na vossa paciência que ganhareis a vossa alma” (Lc 21.19). Tiago não nos dá este conselho com base na sua autoridade pessoal. Sabendo que significa: “Descubram por conta própria”. O tempo do verbo sugere uma ação progressiva e contínua — descobrindo continuamente. O apóstolo diz, na verdade: “Procurem ser alegres e perseverantes e vejam se não é a melhor maneira de lidar com as suas provações”. E por que deveríamos continuar provando? Tasker responde: “Para que os cristãos sejam perfeitos e completos, avançando até alcançar a vida equilibrada de santidade perfeita e íntegra”. Essa é a vontade de Deus para o cristão. A exortação aponta para uma santidade representando o alvo mais elevado da maturidade cristã. Mas essa maturidade não deve estar dissociada do cumprimento do mandamento do nosso Senhor e da sua provisão para alcançar esse elevado nível de santidade. A palavra perfeitos é a mesma que Jesus usou quando instruiu seus seguidores: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.48). A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 155.]

2. Produzir a paciência (vv.3,4). No grego, “paciência” deriva de hupomone e denota a capacidade de perseverar, ser constante, ser firme, suportar as circunstâncias difíceis. A palavra aparece em o Novo Testamento ao lado de “tribulações” (Rm 5.3), aflições (2Co 6.4) e perseguições (2Ts 1.4). Mas também está ligada à esperança (Rm 5.3-5; 15.4,5; 1Ts 1.3), à alegria (Cl 1.11) e, frequentemente, à vida eterna (Lc 21.19; Rm 2.7; Hb 10.36). O termo ilustra a capacidade de uma pessoa permanecer firme em meio à alguma pressão, pois quem é portador da paciência bíblica não desiste facilmente, mesmo sob as circunstâncias das provas extremas (Jó 1.13-22; 2.10). Tiago encoraja-nos então a alegrarmo-nos diante do enfrentamento das várias tentações (v.1), pois a paciência é resultado da prova da nossa fé.[Comentário: “Pois tendes o conhecimento de que o teste de autenticidade de vossa fé produz paciência.” O termo grego para “paciência”, hypomoné, significa também “perseverança”, “constância”, literalmente “permanecer por baixo”, debaixo das condições difíceis, das tarefas onerosas, dos sofrimentos físicos e psíquicos etc., permanecer debaixo de Deus e de sua vontade, no lugar em que ele nos colocou. Nossa natureza humana perde a paciência diante das adversidades. Mas em que sentido, afinal, as tribulações produzirão paciência nos cristãos? Paulo escreve: “Estais radicados nele”, em Cristo (Cl 2.7). As tribulações são capazes de nos prestar o serviço de nos ensinar a enraizar-nos cada vez mais profundamente em Deus, a agarrar-nos cada vez mais firmemente a ele. É como as árvores fazem na natureza: as de raízes rasas são derrubadas, uma depois da outra, pela tempestade. As faias solitárias sobre os montes agarram-se cada vez mais firmemente às rochas nas ventanias. Consequentemente, nossa constância se fortalece cada vez mais nos testes de autenticidade. – Igualmente colhemos experiências com nosso Senhor, como p. ex.: “Ele tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz subir, ele empobrece e enriquece; abaixa e também exalta” (1Sm 2.6s). Em novas provações saberemos por experiência própria: não há motivos para resignar. Sabemos o que podemos esperar de Deus nas provações, qual é o método de nosso Deus: ele socorre na aflição e, na hora certa, também ajuda a sair dela. Em certas circunstâncias, outros, ainda iniciantes na fé, poderão aprender algo com a tranquilidade, serenidade e certeza daqueles que há muito vivem com seu Senhor e em muitas provações já colheram numerosas experiências com ele. “… que têm sido exercitados” (Hb 12.11). Ademais é importante que preservemos as experiências de tribulações anteriores para a atualidade e o futuro, para nós e outros (Sl 77.12) e as façamos frutificar em determinadas ocasiões. Fritz Grünzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.]

3. Chegar à perfeição. A habilidade de perseverar ou desenvolver a paciência não acontece da noite para o dia. Envolve tempo, experiência e maturidade. O meio-irmão do Senhor destaca na epístola a paciência para que o leitor seja estimulado a chegar à perfeição e, consequentemente, à completude da vida cristã, que se dará na eternidade. A expressão “obra perfeita” traz a ideia de algo gradual, em desenvolvimento constante, com vistas à maturidade espiritual. O motivo pelo qual o cristão é provado não é outro senão para que persevere na vida cristã e atinja o modelo de perfeição segundo Cristo Jesus (Sl 119.67; Hb 5.8; Ef 4.13). [Comentário: Em f 4.13, a palavra “até” indica que o processo descrito em 4.12 deve continuar até que um certo objetivo seja alcançado – quando todos os crentes chegarem (conseguirem, alcançarem) à unidade da fé. Isto quer dizer a unidade na crença no próprio Cristo, e essa crença relaciona-se intrinsecamente com o nosso conhecimento dele. O objetivo inclui a realização de um esforço unido para viver e proclamar essa fé. Unidade em nosso conhecimento refere-se ao mais completo e total conhecimento experimental. Cada crente deve ter um relacionamento íntimo e pessoal com Jesus Cristo. Paulo o chamou aqui de Filho de Deus, mostrando que o seu conhecimento inclui um entendimento apropriado do novo relacionamento com o Pai que foi concedido pelo Filho (Rm 8.10-17). Este corpo unificado dos crentes é dito maduro e completamente adulto, à medida da estatura completa de Cristo. O foco, neste versículo, está em nós - cada crente como parte do corpo completo. Esta metáfora quer dizer que a igreja, como o corpo de Cristo, deve se adequar à Cabeça em desenvolvimento e maturidade. Isto não se refere à perfeição (impossível nesta vida), mas ao crescimento - como crianças tornando-se adultas, o que leva ao próximo conselho referente a esse crescimento. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 337.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
O propósito das tentações é amadurecer o crente, para que este desenvolva a paciência e chegue à perfeição.

CONCLUSÃO
Sabemos que todo cristão passa por aflições e tentações ao longo da vida. Talvez você esteja vivendo tal situação. Lembre-se de que o nosso Senhor Jesus passou por inúmeras tribulações e tentações, mas venceu todas, tornando-se o maior exemplo de vida para os seus seguidores. Cada tentação vencida pelo crente significa um avanço rumo ao amadurecimento espiritual. Um dia ele atingirá a estatura de varão perfeito à medida da estatura de Cristo (Ef 4.13). Este é o nosso objetivo na jornada cristã! Deus nos recompensará! Estejamos firmes no Senhor Jesus, pois Ele já venceu por nós e por isso somos mais que vencedores. [Comentário: Note o dualismo: tentação = amadurecimento, até atngirmos  ...a medida da estatura da plenitude de Cristo...; em outras palavras, a perfeição. A obtenção da «perfeição», na realidade, consiste em assumirmos a total medida da plenitude de Cristo. Essa expressão também define o que deve ser o «homem perfeito». Ninguém poderá ser «perfeito» enquanto não for tudo quanto Cristo é. Trata-se de elevada doutrina, que nos ensina profunda verdade. Essa elevação, entretanto, está oculta da moderna igreja evangélica, que não pode elevar-se acima de pensamentos como ficarmos livres do pecado. Porém, estarmos sem pecado não nos torna perfeitos. Pois os anjos, que não caíram, são impecáveis, mas nem por isso participam da perfeição de Deus Pai e de Deus Filho. O evangelho, porém, expõe ante os homens essas perfeições, que transcendem infinitamente a mera impecabilidade que muitos veem aqui.]
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere!

Hoje, em Recife-PE
Julho de 2014.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.

EXERCÍCIOS
1. Segundo as Escrituras o que é tentação?
R. O termo empregado na Bíblia tanto no hebraico, massah, quanto no grego, peirasmos, para tentação, significa “prova”, “provação” ou “teste”.
2. Quais são as origens das tentações?
R. Os desejos humanos. O ser humano é atraído por aquilo que deseja.
3. Qual é a ideia que a expressão “obra perfeita” traz?
R. A expressão “obra perfeita” traz a ideia de algo gradual, em desenvolvimento constante, com vistas à maturidade espiritual.
4. Qual é o motivo pelo qual o cristão é provado?
R. O motivo pelo qual o cristão é provado não é outro senão para que persevere na vida cristã e atinja o modelo de perfeição segundo Cristo Jesus (Sl 119.67; Hb 5.8; Ef 4.13).
5. O que significa cada tentação vencida pelo crente?
R. Cada tentação vencida pelo crente significa um avanço rumo ao amadurecimento espiritual.


NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2014 - CPAD - Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé Solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010;
-. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;