quarta-feira, 31 de julho de 2013

Avaliando com a Bíblia a visita e pronunciamentos do Papa Francisco.


NOTA: Sermão pregado na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro em 28.07.2013, baseado em um texto meu anteriormente postado no BLOG, atualizado para o contexto da visita do Papa ao Brasil, no final de julho de 2013.

LeituraMateus 9.35-38
E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades.Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustascomo ovelhas que não têm pastor. E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.

Introdução:
Certamente temos visto multidões, idosos e jovens, enfrentando a chuva, a lama, o frio, a ausência de transporte, a insegurança das cidades, para ver o Papa em sua visita ao Brasil, que começou na segunda-feira, 22.07.2013, e se estende até o último domingo do mês. A mídia tem divulgado a visita com tanta intensidade, que se você estava neste planeta, nestas últimas semanas, não pode ter ignorado a presença do Papa no Brasil. Por exemplo, a revista semanal de maior circulação e repercussão (VEJA) trouxe reportagens de capa sobre o acontecimento em duas semanas seguidas. Como avaliar a pessoa do Papa, a sua visita e os seus pronunciamentos? Como entender as expressões de fé e devoção encontradas nos olhares das multidões? O texto de Mateus 9.35-38 fala de multidões às quais não faltava religiosidade! Ao lado da curiosidade, havia devoção, ensino dogmático, religião, mas eram ovelhas "que não tinham pastor"! A sinceridade, mesmo presente, não era passaporte para a verdade! E o pastor de que se fala no texto, é um só - Cristo Jesus, fora do qual não há salvação. Quem é o Papa atual?

O cardeal argentino, Jorge Mario Bergoglio foi escolhido Papa (e assumiu o nome de Francisco) em um dia considerado por muitos “cabalístico” (13.03.13). Havia uma expectativa em muitas pessoas e na mídia de que o novo líder da Igreja Católica fosse um Papa “progressista”. Estes se espantaram com a sua posição em relação à união de gays; à questão do homossexualismo, que hoje em dia é propagada como “apenas” uma opção sexual; e sobre o aborto. Ele é contra, ponto final! Alguns católicos se espantaram porque ele não colocou, de início, o envolvimento social como prioridade máxima da Igreja. Em vez disso, contrariou a mensagem que tem soado renitentemente ao longo das quatro últimas décadas, especialmente em terras brasileiras, proclamada pelos politizados “teólogos da libertação”, ou da natimorta “teologia pública”. Ele aparentou priorizar as questões espirituais!

Desde o início do seu “Papado” certas declarações chamaram a atenção, também, dos evangélicos. Por exemplo, ele disse que a missão da Igreja é difundir a mensagem de Jesus Cristo pelo mundo. Na realidade, ele foi mais enfático ainda e afirmou que se esse não for o foco principal, a Instituição da Igreja Católica Romana tende a se transformar em uma “ONG beneficente”, mas sem relevância maior à saúde espiritual das pessoas! Depois, o viés mudou um pouco, especialmente nesta visita ao Brasil. A ênfase passou para uma postura de vida ascética e humilde, demonstrando uma frugalidade que, em uma era de opulência, corrupção, apropriação de valores alheios e desprezo pelos valores reais da vida, também soa saudável e pertinente!

Ei! Disseram alguns evangélicos – essa é a nossa mensagem!!

Bom, não seria a primeira vez na história que um prelado católico reconhece que a Igreja tem estado equivocada em seus caminhos e mensagem. Já houve um monge agostiniano que, estudando a Bíblia, verificou que tinha que retornar às bases das Escrituras e reavivar a missão da igreja na proclamação do evangelho, libertando-a de penduricalhos humanos absorvidos através de séculos de tradição. Estes possuíam apenas características místicas, mas nenhuma contribuição espiritual e de vida que fosse real às pessoas. Assim foi disparado o movimento que ficou conhecido na história como a Reforma do Século 16, com as mensagens, escritos e ações de Martinho Lutero, em 1517. Lutero foi seguido por muitos outros reformadores, que se apegaram à Bíblia como regra de fé e prática.

Será que estamos testemunhando uma “segunda reforma” dentro da Igreja Católica? Se algumas dessas declarações do Papa Francisco forem levadas a sério, por ele próprio e por seus seguidores, vai ser uma revolução. Mas é importante lembrar, entretanto, que proclamar a mensagem de Jesus Cristo é algo bem abrangente e sério. Existem implicações definidas e explícitas nessa frase. E a questão que não quer calar é: será que a Igreja Católica está disposta a se definir com coragem em pelo menos nessas cinco áreas cruciais? Examinemos uma a uma.

1. AS ESCRITURAS: Rejeitar apêndices aos livros inspirados das Escrituras. Ou seja, assumir lealdade apenas às Escrituras Sagradas, rejeitando os chamados livros apócrifos.Proclamar as palavras de Jesus, nesta área, é aceitar tão somente o que ele aceitou. Em Lucas 24.44, Jesus referiu-se às Escrituras disponíveis antes dos livros do Novo Testamento, como “A Lei de Moisés, Os Profetas e Os Salmos” – essa era exatamente a forma da época de se referir às Escrituras que formam o Antigo Testamento, em três divisões específicas (Pentateuco, livros históricos e proféticos e livros poéticos) compreendendo, no total, 39 livros. Representam os livros inspirados aceitos até hoje pelo cristianismo histórico, abraçado pelos evangélicos, bem como pelos Judeus de então e da atualidade. Ou seja, nenhuma menção ou aceitação dos livros apócrifos, não inspirados, que foram inseridos 400 anos depois de Cristo, quando Jerônimo editou a tradução em Latim da Bíblia – a Vulgata Latina[1]. Evangélicos e católicos concordam quanto aos 27 livros do Novo Testamento, mas essas adições à Palavra são responsáveis pela introdução de diversas doutrinas estranhas, que nunca foram ensinadas ou abraçadas por Jesus e pelos apóstolos. Além disso, na Igreja Católica, a própria TRADIÇÃO tem força normativa igual à Bíblia. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo começa com a aceitação das Escrituras do Antigo e Novo Testamento, e elas somente, como fonte de conhecimento religioso e regra de fé e prática. Se não nos atemos a conhecer as Escrituras verdadeiras, caímos em erro, como alerta Jesus a alguns religiosos do seu tempo, que apesar de citarem as Escrituras, se apegavam mais às tradições do que à Palavra de Deus: “Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus?” (Marcos 12.24). O livro doApocalipse, no final da Bíblia, traz palavras duras tanto para subtrações como para ADIÇÕES às Escrituras: (22.18)   “Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; (22.19)   e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro”.

2. A MEDIAÇÃO COM DEUS: Rejeitar a mediação de qualquer outro (ou outra) entre Deus e as Pessoas, que não seja o próprio Cristo. Não acatar a mediação de Maria, e muito menos a designação dela como co-redentora, lembrando que o ensino da palavra é o de que “há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Timóteo 2.5). Na realidade, a Igreja precisa obedecer até à própria Maria, que ensinou: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (João 2.5); e Ele nos diz: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao pai, senão por mim” (João 14.6). Foi um momento revelador da dificuldade que o Papa tem na aderência a essa mensagem da Bíblia, observar sua homilia pública (angelus) de 17.03.2013. Após falar várias coisas importantes e bíblicas sobre perdão e misericórdia divina, finalizou dizendo: “procuremos a intercessão de Maria”... Ouvimos as próprias palavras do Papa: “No dia seguinte à minha eleição como Bispo de Roma fui visitar a Basílica de Santa Maria Maior, para confiar a Nossa Senhora o meu ministério de Sucessor de Pedro”.[2] Em Aparecida, nesta visita ao Brasil, ele também disse: “Hoje, eu quis vir aqui para suplicar à Maria, nossa Mãe, o bom êxito da Jornada Mundial da Juventude e colocar aos seus pés a vida do povo latino-americano”. “Que Deus os abençoe e Nossa Senhora Aparecida cuide de você”. Não é assim que irá proclamar a palavra de Jesus ao mundo, pois precisa apresentá-lo como único e exclusivo mediador; nosso advogado; aquele que pleiteia e defende a nossa causa perante o tribunal divino. Para o Papa, “a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria, mas o Povo de Deus sabe, que a igreja verdadeira segue a vontade de Deus, expressa em Sua Palavra.

3. O CULTO ÀS IMAGENS: Rejeitar as imagens e o panteão de santos composto por vários personagens que também são alvo de adoração e devoção devidas somente a Cristo. Essa característica da Igreja Católica está relacionada com a utilização de imagens de escultura, como objeto de adoração e veneração; e também precisaria ser rejeitada.[3] Ela contraria o segundo mandamento e desvia os olhos dos fiéis daquele que é o “autor e consumador da fé - Jesus” (Hebreus 12.2). Proclamar a palavra de Jesus ao mundosignifica abandonar a prática espúria e humana da canonização de mortais comuns, pecadores como eu e você, em complexos, mas inúteis processos eclesiásticos, que não têm o poder de aferir ou atribuir poderes especiais a esses santos. Proclamar a mensagem de Jesus, seria abandonar a adoração e devoção à “Nossa Senhora Aparecida” e a tantas outras “Nossas Senhoras” e ídolos que integram a religião Católico-Romana. Vejam o que nos diz a Bíblia:
Salmo:
115.3   No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada.
115.4   Prata e ouro são os ídolos deles, obra das mãos de homens.
115.5   Têm boca e não falam; têm olhos e não vêem;
115.6   têm ouvidos e não ouvem; têm nariz e não cheiram.
115.7   Suas mãos não apalpam; seus pés não andam; som nenhum lhes sai da garganta.
115.8   Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e quantos neles confiam.
115.9   Israel confia no SENHOR; ele é o seu amparo e o seu escudo.
Habacuque
2.18   Que aproveita o ídolo, visto que o seu artífice o esculpiu? E a imagem de fundição, mestra de mentiras, para que o artífice confie na obra, fazendo ídolos mudos?
Jeremias
10.3   Porque os costumes dos povos são vaidade; pois cortam do bosque um madeiro, obra das mãos do artífice, com machado;
10.4   com prata e ouro o enfeitam, com pregos e martelos o fixam, para que não oscile.
10.5   Os ídolos são como um espantalho em pepinal e não podem falar;necessitam de quem os leve, porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois não podem fazer mal, e não está neles o fazer o bem.

4. O DESTINO DAS PESSOAS: Rejeitar o ensino de que existe um estado pós-morte que proporciona uma “segunda chance” às pessoas. A doutrina do purgatório não tem base bíblica e surgiu exatamente dos livros conhecidos como apócrifos (em 2 Macabeus 12.45), sendo formalizada apenas nos Concílios de Lyon e Florença, em 1439. Mas Jesus e a Bíblia ensinam que existem apenas dois destinos que esperam as pessoas, após a morte: Estar na glória com o Criador – salvos pela graça infinita de Deus (Lucas 23.43 – “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” – e Atos 15.11 -  fomos salvos pela graça do Senhor Jesus”), ou na morte eterna (Mateus 23.33 – Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?”), como consequência dos nossos próprios pecados. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo é alertar as pessoas sobre a inevitabilidade da morte eterna, pregando o evangelho do arrependimento e a boa nova da salvação através de Cristo, sem iludir os fiéis com falsos destinos.

5. AS REZAS: Rejeitar os “mantras” religiosos, que são proferidos como se tivessem validade intrínseca, como fortalecimento progressivo pela repetibilidade. É o próprio Jesus que nos ensinou, em  Mateus 6.7: “... orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos”. É simplesmente incrível como a ficha não tem caído na Igreja Católica, ao longo dos séculos e, mesmo com uma declaração tão clara contra as repetições, da parte de Cristo, as rezas, rosários, novenas, sinais da cruz etc. são promovidos e apresentados como sinais de espiritualidade ou motivadores de ação divina àqueles que os repetem. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo é dirigir-se ao Pai como ele ensina, em nome do próprio Jesus, no poder do Espírito Santo, abrindo o nosso coração perante o trono de graça (Filipenses 4.6: Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”).

Conclusão:
Assim, enquanto acompanhamos a visita, é verdade que podemos admirar a coragem deste homem, Jorge Bergoglio, que tem se pronunciado claramente contra alguns pecados aberrantes que estão destruindo a família e a sociedade. No entanto, muito falta para que a Palavra de Deus e os ensinamentos de Jesus façam parte real de sua mensagem e de uma igreja transformada pelo poder do Espírito Santo – como vimos em cada uma dessas áreas mencionadas (e em outras, também).

Em toda essa situação, podemos aprender algumas coisas: (1) Pedir a Deus que dê forças às nossas lideranças evangélicas, e a nós mesmos, para termos intrepidez no interpelar de governantes e da mídia, quando promovem leis e comportamentos que contradizem totalmente os princípios que Deus delineia em Sua Palavra. Estes princípios sempre são os melhores para o bem da humanidade, na qual o povo de Deus (incluindo nossos filhos e netos) está inserido. (2) Exercitar cautela em nossa apreciação e entusiasmo das ações e palavras do Papa – a idolatria e diminuição da intermediação de Cristo continuam bem presentes em sua visão religiosa e na Igreja que o tem como líder. Envolvimentos de evangélicos nessas celebrações são totalmente desprovidas de base bíblica - representam um descaso por essas profundas diferenças doutrinárias que representam a diferença entre a vida e a morte espiritual das pessoas. (3) Clamar a Deus por misericórdia e salvação real para o nosso povo e para a nossa terra. Como é triste em ver tantos olhos e esperanças fixados em santos, mitos, misticismo e na pessoa humana, em vez de no Deus único soberano. O Deus da Bíblia é a esperança de nossas vidas. É ele que nos alcança e nos fala em Cristo Jesus, pelo poder do Espírito Santo. Esse nosso Deus é real e eterno e não temporal como o Papa.

Solano Portela




[1] A Vulgata Latina (382 – 402 d.C.), tradução para o latim, da Bíblia, contém 73 livros (e não 66) além de adições de capítulos em alguns livros do Antigo Testamento, que não constam dos textos hebraicos, nem da Septuaginta (tradução para o Grego, do Antigo Testamento, realizada em torno de 280 a.C.). Estes livros adicionais são chamados delivros apócrifos (duvidosos, fabulosos, falsos). O próprio Jerônimo colocou notas de advertências, quanto à canonicidade e validade dessas adições, mas essa cautela foi suprimida nos séculos à frente. Sua aceitação como escritura canônica, no seio da Igreja Católica, foi formalizada pelo Concílio de Trento, em 1546 d.C. Desapareceu, assim, a compreensão de que aqueles livros estavam ali colocados por “seu valor histórico” ou devocional. É possível que se Jerônimo soubesse, que na posteridade seriam considerados parte integral da Bíblia, provavelmente não os teria incluído em seu trabalho. 

[2] Todas essas citações foram extraídas da Homilia no Santuário da Aparecida, proferida em 24.07.2013. http://www.news.va/pt/news/santuario-da-aparecida-homilia-do-Papa-24-julho-20 , acessado em 26.07.2013.
[3] Na mesma homilia já referida, o Papa disse: “A história deste Santuário serve de exemplo: três pescadores, depois de um dia sem conseguir apanhar peixes, nas águas do Rio Parnaíba, encontram algo inesperado: uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe”?

terça-feira, 30 de julho de 2013

Lição 5 – As Virtudes dos Salvos em Cristo




Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos
Tema: Filipenses - A Humildade de CRISTO como exemplo para a Igreja.
Comentário: Pr. Elienai Cabral
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da Igreja de Cristo no Brasil, Campina Grande-PB; Postagem no Blog AUXÍLIO AO MESTRE: Francisco A Barbosa.

Lição 5 – AVirtudes dos Salvos em Cristo
4 de agosto de 2013

TEXTO ÁUREO
“Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade”(Fp 2.13). – Sem negar a liberdade de um homem, Paulo ressalta a parte de Deus na salvação do homem, tanto em sua resolução inicial quanto em seu progresso subsequente.

VERDADE PRÁTICA
A salvação é obra da graça de Deus garantida à humanidade mediante a morte expiatória de Jesus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 2.12-18

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·                     Conhecer a dinâmica da salvação;
·                     Analisar a operação da salvação, e
·                     Saber que a salvação opera alegria e contentamento no crente.

PALAVRA-CHAVE
Virtude: (latim: virtus; em grego: ἀρετή) é uma qualidade moral particular. Virtude é uma disposição estável em ordem a praticar o bem; Na lição é a disposição firme e constante para a prática do bem.

COMENTÁRIO

introdução
Após ter mostrado o exemplo de todo cristão, que é a pessoa de Jesus Cristo, Paulo mostra aos filipenses que devem ser inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa. Jesus e os apóstolos enfatizaram que o mundo em que vivemos é uma "geração incrédula e perversa" (Mt 17.17; cf. 12.39; At 2.40). O povo deste mundo tem mentalidade errada, valores distorcidos, critérios imorais de vida e rejeitam as normas e padrões da Palavra de Deus. Os filhos de Deus devem separar-se do mundo e ser inculpáveis, puros de coração e irrepreensíveis, a fim de proclamarem ao mundo perdido a gloriosa redenção em Cristo (1 Jo 2.15). Na lição de hoje, aprenderemos que a obediência a Deus é uma virtude que deve ser buscada por todos aqueles que são salvos em Cristo. Paulo exorta os Filipenses para continuar na submissão fiel à vontade de Deus. Depois de ter mostrado como exemplo a pessoa de Jesus Cristo para os crentes de Filipos, o apóstolo Paulo, como em uma transição para a chamada “parte prática” de sua carta, após ter descrito qual era o sentimento que havia em Jesus e que deveria estar em cada cristão, começa a minudenciar o que esperava ver naqueles crentes quando, uma vez mais, retornasse a Filipos. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. A DINÂMICA DA SALVAÇÃO (2.12,13)
1. O caráter dinâmico da salvação. Tendo por base o exemplo supremo de Cristo, Paulo retoma sua exortação. A presença do apóstolo encoraja os filipenses à obediência, mas, visto que a motivação básica vem de Deus, que está agindo neles (v 13), a obediência deles vai florescer também na ausência de Paulo (1.27). Como em 1.28, é salvação integral no sentido de redenção, com ênfase especial na santificação do crente. O processo de santificação requer obediência à exortação dos versículos 1-5. Temor e tremor – reverência e respeito ao invés de pânico e alarme. As emoções apropriadas são despertadas pela presença de Deus (v 13) e não por questões e dúvidas da segurança eterna. Pedro nos diz que devemos procurar “com diligência...confirmar a (nossa) vocação e eleição” (2Pe 1.10), isto é, devemos torná-la certa para nós. Salvação é uma ação concluída que tem um efeito presente. Em suas primeiras cartas, Paulo geralmente refere-se à salvação ou como um acontecimento futuro (Rm 5.9,10) ou como um processo presente (1Co 1.18; 2Co 2.15). Única exceção é Rm 8.24, onde Paulo refere-se à salvação como acontecida no passado, mais ainda por ser completada no retorno de Cristo: “Porque, na esperança fomos salvos”.
2. Deus é a fonte da vida. Por si só o crente não pode ser salvo (Fp 2.13). A aplicação de esforço humano (v 12), longe de violar a vontade de Deus, é exatamente o que ele ordena para o alcance de seu propósito salvador (Ef 2.8-10). Tendo invocado o exemplo de Cristo, Paulo reafirma aos filipenses que não vêm deles mesmos o querer e o realizar, mas que a vontade e as ações de cada um deles são arenas nas quais atua o poder do próprio Deus (Fp 4.13; 1Ts 2.13) [nota textual Fp2.13, Bíblia de Estudo Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. P. 1415].
3. A bondade divina. A Expiação limitada tem sua base na Bíblia e na lógica. Os seres humanos decaídos não são filhos de Deus por natureza, este é um privilégio só daqueles que têm fé, uma fé gerada neles pela soberana ação de Deus. A obra da salvação que Deus realiza é totalmente soberana e graciosa, mas a realidade da resposta humana em crer e receber nunca é revogada. “Eleger” significa selecionar ou escolher. De acordo com a Bíblia, antes da criação, Deus selecionou – dentre os da raça humana – aqueles que seriam redimidos, justificados, santificados e glorificados em Jesus Cristo (Rm 8.28-39; Ef 1.3-14; 2 Ts 2.13,14; 2Tm 1.9-10). As Escrituras revelam a graça e a misericórdia de Deus, que, pessoalmente, providencia a expiação que o pecado torna necessária. A maravilhosa graça de Deus é o enfoque da fé bíblica; do Gênesis ao Apocalipse, a graça brilha com glória maravilhosa. A escolha divina é uma expressão da graça divina e soberana de Deus. Não é merecida por coisa alguma por parte daqueles que são escolhidos, por isso é maravilhoso que ele escolhesse salvar qualquer um entre nós! O comentarista da lição afirma na sinopse do tópico 1 que “Por si só o crente não pode ser salvo, pois é o Espírito Santo quem “opera” no homem o desejo de salvação”, e Ele não opera em todos, mas apenas naqueles a quem Ele quer (Jo 6.37), Jesus afirmou que “ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo.6.44), ou seja, ninguém poderá responder positivamente à sua advertência ou ao seu convite sem a atuação do Pai em guiar o indivíduo a Jesus. O coração do homem é naturalmente duro e não aceitará o convite de Deus, a menos que uma obra especial da graça de Deus aconteça: “E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido” (Jo 6.65).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Por si só o crente não pode ser salvo, pois é o Espírito Santo quem “opera” no homem o desejo de salvação.

REFLEXÃO
“A pessoa sincera pauta-se pela lealdade, a lisura e a boa fé. Nada menos que isso é o que o Eterno espera do seu povo.” Elienai Cabral.

II. – OPERANDO A SALVAÇÃO COM TEMOR E TREMOR (2.12-16)
1. "Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas". Os filipenses não devem imitar os antigos israelitas (Êx 15.24; 16.7-9; 1Co 10.10). Note também a alusão, no versículo 15 a Dt 32.5. É, inclusive, possível que os filipenses tivessem murmurado contra os líderes da igreja, tal como os israelitas fizeram contra Moisés (v. 29; 1Ts 5.12,13).
- (a) Murmurações.- do grego gongusmos, é usado no sentido de debate secreto entre o povo como em Jo 7.32; acerca de desgosto ou reclamação mais reservadamente que em público, como dito dos convertidos judeus gregos contra os hebreus em At 6.1; e em advertências gerais como é no caso de Fp 2.14, também em 1Pe 4.9 [Dicionário VINE, 1ª Ed. CPAD, 2002. p.810].
- (b) Contendas. – do grego dialogismos, “pensamento, argumentação, arrazoamento, questionamento interior”. Ocorre por exemplo em Lc 2.35; 5.22; 6.8 e mais fortemente como disputa e contenda em Fp 2.14 e 1Tm 2.8. Também o termo suzetesis, “disputa”, que é traduzido por “contenda”, como em At 28.29 [Dicionário VINE, 1ª Ed. CPAD, 2002.p. 570].
2. "Sejais irrepreensíveis e sinceros". O significado desses termos sobrepõe-se consideravelmente. Paulo descreve a qualidade de vida que se requer dos “filhos de Deus”. Tais pessoas resplandecerão como “luzeiros no mundo”, em evidente oposição à “geração pervertida e corrupta” entre a qual vivem e para a qual também oferecem esperança (Mt 5.14-16; At 2.40). Jesus e os apóstolos enfatizaram que o mundo em que vivemos é uma "geração incrédula e perversa" (Mt 17.17; Fp 12.39; At 2.40). O povo deste mundo tem mentalidade errada, valores distorcidos, critérios imorais de vida e rejeitam as normas e padrões da Palavra de Deus. Os filhos de Deus devem separar-se do mundo e ser inculpáveis, puros de coração e irrepreensíveis, a fim de proclamarem ao mundo perdido a gloriosa redenção em Cristo (Cf. 1 Jo 2.15).
3. "Retendo a palavra da vida". Refere-se tanto ao evangelho como aos ensinamentos éticos nele fundamentados (1.27; 4.8,9). A graça de Deus opera nos seus filhos, para produzir neles tanto o desejo quanto o poder para cumprir a sua vontade. Mesmo assim, a obra de Deus dentro de nós não é de compulsão, nem de graça irresistível. A obra da graça dentro de nós (1.6; 1 Ts 5.24; 2 Tm 4.18; Tt 3.5-7) sempre depende da nossa fidelidade e cooperação (vv. 12,14-16).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
De acordo com o ensino do apóstolo Paulo, quem guarda a Palavra não murmura, não cria contendas e vive em sinceridade.

REFLEXÃO
“O apóstolo está ciente das privações que impôs a si mesmo para edificar o corpo de Cristo em Filipos. Ele, porém, se regozija e alegra-se pelo privilégio de servir os filipenses.” Elienai Cabral.

III. A SALVAÇÃO OPERA O CONTENTAMENTO E A ALEGRIA (2.17-18)
1. O contentamento da salvação operada. Paulo não se refere aqui ao seu sofrimento presente, mas à possibilidade de vir a morrer como um mártir. Libação era uma oferta líquida, normalmente vinho e não sangue, que acompanhava sacrifícios. Depois de colocar o animal sacrificado no altar, os sacerdotes tomaria vinho (ou às vezes de água ou mel) e derramá-lo tanto no sacrifício queima ou no chão em frente ao altar. Esse ato simboliza o nascer do sacrifício nas narinas da divindade a quem estava sendo oferecido. Oferta de Paulo bebida também foi feita em nome de seus amados irmãos em Filipos, uma oferta feita sobre o sacrifício e serviço da sua fé. O amor e a solicitude de Paulo pelos filipenses era tão grande, que ele estava disposto a dar a sua vida por eles, como se fosse uma oferenda a DEUS. (1) Paulo não lastimaria; antes se regozijaria como a vítima do sacrifício, se assim os filipenses passassem a ter mais fé em CRISTO e mais amor a Ele (cf. 2 Tm 4.6). (2) Já que Paulo tinha tamanho amor sacrificial pelos seus filhos espirituais na fé, que sacrifícios e sofrimentos devemos estar dispostos a enfrentar em prol da fé dos nossos próprios filhos? Para que nossos filhos tenham uma vida inteiramente dedicada ao Senhor, se necessário for, devemos dar até a nossa vida como oferta ao Senhor. O sofrimento, para o apóstolo, pode produzir alegria. Assim também os filipenses devem agir.
2. A alegria do povo de Deus. A alegria é um dos temas dominantes em Filipenses. A obediência. A alegria cristã é sempre possível, mesmo em meio de conflito, adversidade e privação, porque a alegria não repousa em circunstancias favoráveis, mas “no Senhor”.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
A salvação opera no povo de Deus a alegria e o contentamento.

CONCLUSÃO

A Bíblia dá maior importância à virtude moral e ao caráter, do que às regras de conduta. O homem justo e o puro de coração são eternamente bem-aventurados. E o fruto do Espírito Santo descrito em Gálatas 5 são as virtudes. Virtude (latim: virtus; em grego: ἀρετή) é uma qualidade moral particular. Virtude é uma disposição estável em ordem a praticar o bem; revela mais do que uma simples característica ou uma aptidão para uma determinada ação boa: trata-se de uma verdadeira inclinação.Virtudes são todos os hábitos constantes que levam o homem para o bem, quer como indivíduo, quer como espécie, quer pessoalmente, quer coletivamente. A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Segundo Aristóteles, é uma disposição adquirida de fazer o bem, e elas se aperfeiçoam com o hábito.…” [Virtude. In: WIKIPÉDIA. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Virtude].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),

Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere
Meu coração te ofereço, Senhor, pronto e sincero (Calvino)

Campina Grande-PB
Julho de 2013.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

A escola dominical e a responsabilidade do professor


Josivaldo de França Pereira
 
O bom professor é aquele que almeja a excelência do ensino e se empenha por alcançá-la. Tem que ser como o apóstolo Paulo exortou: “...o que ensina, esmere-se no fazê-lo” (Rm 12.7). Paulo recomenda àquele que ensina uma dedicação total nesse ministério. Dedicação que resultará num progresso constante do professor, quer seja em relação à habilidade no ensino e crescimento espiritual de seus alunos, quer seja em relação à sua própria vida cristã.
O professor da escola dominical deve ser o primeiro a viver o que ensina. A classe nunca deve ser subestimada (muito menos a dos pequeninos). Ela saberá se o professor está sendo sincero no que diz, como também saberá se o professor se preparou adequadamente para a aula. Fazer pesquisas de última hora e preparar a lição às pressas nunca dá certo. Quando o professor não se esforça para fazer o melhor, ele não apenas desrespeita seus alunos como peca contra Deus.
Além de viver o que ensina, o professor também precisa conhecer os seus alunos, a fim de saber o quê e como ensiná-los, ou seja, suas características físicas, mentais, sociais, emocionais e espirituais.
Quanto ao preparo e à exposição da aula propriamente, os editores dos Estudos Bíblicos Didaquê apresentam sugestões preciosas que podem ajudar bastante os professores da escola dominical. Com ligeiras adaptações passo a transcrevê-las:     
. Utilizar sempre a Bíblia como referencial absoluto;
. Elaborar pesquisas e anotações, buscando noutras fontes subsídios para a complementação das lições;
. Planejar a ministração das aulas, relacionando-as entre si para que haja coerência e se evite a antecipação da matéria;
Evitar o distanciamento do assunto proposto na lição;
. Dinamizar a aula sem monopolizar a palavra, oferecendo respostas prontas;
. Relacionar as mensagens ao cotidiano dos alunos, desafiando-os a praticar as verdades aprendidas;
. No final da aula despertar os alunos quanto ao próximo assunto a ser estudado, mostrando-lhes a possibilidade de aprenderem coisas novas e incentivando-os a estudar durante a semana;
. Depender sempre da iluminação do Espírito Santo, orando, estudando e colocando-se diante de Deus como instrumento para a instrução de outros;
Verificar a transformação na vida dos alunos, a fim de avaliar o êxito de seu trabalho.
Duas coisas, pelo menos, têm levado algumas pessoas a perderem o interesse pela escola dominical hoje em dia, isto é, a pouca criatividade do professor e, consequentemente, a falta de dinamismo nas aulas. Professor, faça de sua aula algo interessante; seja criativo, invista tempo nisso. Criatividade e dinamismo são, em boa parte, o segredo do sucesso do professor eficaz.
É necessário que o professor da escola dominical veja seu trabalho como o ministério que Deus lhe deu e que, por isso mesmo, precisa ser realizado da melhor maneira possível. “... o que ensina, esmere-se no fazê-lo” (Rm 12.7).

A escola dominical e a responsabilidade da igreja toda

A escola dominical e a responsabilidade da igreja toda

Josivaldo de França Pereira

Assumir responsabilidades não é uma tarefa que todos desejam, não é mesmo? Transferir a responsabilidade individual para outro (ou outros) é a coisa mais fácil de fazer, porém, nem sempre é a melhor saída ou a decisão mais inteligente. Eis a razão porque tratamos, primeiramente, das responsabilidades individuais: do aluno, do professor, dos pais, do superintendente e do pastor. Você, eu, ou seja, cada um de nós é responsável pela boa ou má atuação de nossa escola dominical. Se cada um fizer a sua parte como bom aluno, bom professor, bons pais, bom superintendente e bom pastor, a igreja toda sai beneficiada. Para isso, é necessário que a escola dominical seja encarada por toda igreja como uma responsabilidade da igreja toda.
A igreja é o corpo místico de Cristo, formado por diversos membros que precisam interagir mutuamente. Quando alguma coisa não vai bem na igreja é preciso união, espírito de equipe e determinação para se obter a solução do problema, a fim de que juntos possam, também, desfrutar da conquista dessa solução. Paulo diz aos coríntios que se apenas um membro do corpo sofre, todo corpo padece com ele; semelhantemente, se um deles é honrado, todo corpo se alegra (cf. 1Co 12.26). Quer dizer, de acordo com o ensino bíblico, o que é do interesse de um, deve ser do interesse de todos e vice-versa. Não deve haver divisão no corpo, “pelo contrário, cooperem os membros com igual cuidado em favor uns dos outros” (1Co 12.25). Do mesmo modo, não se pode ter uma boa escola dominical se ela não for para todos e do interesse de todos. É importante ponderarmos nisso para que a escola dominical caminhe bem, isto é, com resultados que possam ser vistos muito além das manhãs de domingo.
De que maneira a escola dominical ajuda a igreja? Justamente quando todos participam do processo de ensino-aprendizagem. Sherron George diz acertadamente: “O ministério de ensino envolve a igreja toda. Não são apenas alguns membros da igreja que participam do processo educativo, mas a igreja toda. Todos ensinam de uma forma ou de outra, e todos aprendem.”
Escrevendo aos efésios, Paulo diz: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Ef 4.15,16). Observe que Paulo ensina que o crescimento e cooperação de cada junta, ou cada membro, promove a edificação de “todo o corpo”. O verbo “cresçamos” sugere crescimento corpóreo. Seguindo a verdade em amor o povo de Deus cresce, amadurece e se fortalece mutuamente para a glória de Deus. E para todas essas coisas a escola dominical irá, com certeza, ajudar bastante a igreja.
A escola bíblica dominical é uma bênção de Deus e uma responsabilidade nossa. A saúde de uma igreja depende muito do valor e da importância que ela dá à escola dominical. Quando a igreja toda assume a responsabilidade de fazer uma escola dominical cada vez melhor, quem sai ganhando é a própria igreja. 
Vale a pena investir na escola bíblica dominical!



Cúmulo da banalização do Evangelho em presído em Manaus


Presos usam Bíblias para fugir e invocam proteção divina para cometer crimes


Cúmulo da banalização do Evangelho em presído em Manaus
Os detentos que fugiram do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), em Manaus (AM), chamaram a atenção das autoridades que estão trabalhando na sua recaptura. Boa parte deles, que deixaram tudo para trás na hora da fuga, levaram as Bíblias que guardavam nas celas.
A rebelião aconteceu no dia 9 de julho e resultou na fuga de 172 presos. Cerca de 50 detentos foram recapturados. O tenente-coronel da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam), Renan Carvalho contou que dos recapturados, a maioria estava carregando uma Bíblia.
“Acredito que eles carregam a Bíblia como forma de proteção”, disse Renan, segundo o A Crítica.
A polícia também constatou que os detentos trocavam mensagens de fé por telefones celulares, segundo uma análise realizada dos aparelhos apreendidos. Os detentos invocam o nome de Deus nas mensagens como proteção para cometer crimes.
“Vá lá mano. Vai dá (sic) tudo certo. Deus está contigo e ele vai cegar esses vermes pra não te enxergarem dentro da mata. Vc (sic) vai conseguir”, dizia uma das mensagens.
Outras mensagens de fé também foram postadas no Facebook. A detenta Aline Fontoura Silva, 22, que cumpre pena por tráfico de drogas, postou, no Facebook: “Obrigada Senhor por tudo perdoa meus erros e abeçoa minha família e o meu amor, boa madrugada a todos (sic)”.
Aline também revela sua fé ao se declarar ao seu namorado, o traficante Rubens Rodrigues, conhecido como o “Rubão”, um dos líderes do Primeiro Comando a Capital (PCC) no Ipat.
“O nosso amor é abençoado por Deus. Eu profetiso em nome de Jesus (sic).”
Uma voluntária da Pastoral Carcerária, Marlúcia da Costa Souza, afirmou que os criminosos recorrem a argumentos religiosos para justificar os maus atos e se livrar do sentimento de culpa.
Entretanto, para outros detentos, a fé é o meio pela qual muitos detentos deixam a criminalidade, segundo dizem voluntários da Pastoral que vão ao presídio duas vezes por semana para evangelizar.
De acordo com uma das voluntárias, Marlúcia da Costa Souza, 57, grande parte dos detentos participa das reuniões, cantando louvores, lendo o Evangelho e orando ferverosamente.
Marlúcia conta que muitos choram e fazem pedidos a Deus e pedem perdão pelos crimes e se dizem arrependidos. Segundo ela, diferentemente dos presos fugitivos, muitos acabam mudando de vida após um “encontro com Deus” na cadeia.
Fonte: Christianpost

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Lição 4 – Jesus, o Modelo Ideal de Humildade




Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos
Tema: Filipenses - A Humildade de CRISTO como exemplo para a Igreja.
Comentário: Pr. Elienai Cabral
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto

Postagem no Blog AUXÍLIO AO MESTRE: Francisco A Barbosa.

Lição 4 – Jesus, o Modelo Ideal de Humildade
28 de julho de 2013

TEXTO ÁUREO
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus"
(Fp 2.5). – este versículo faz a conexão entre as exortações (vs 1-4) e o hino (vs 6-11). Abordando o orgulho que está na raiz da discórdia dos filipenses (1.27-2.4), Paulo aponta para Cristo como o exemplo supremo de humildade. Mas Cristo não é só um exemplo (Rm 15.1-3; 2Co 10.1). Ele é, antes de tudo, Senhor e Salvador (v 11;3.20)[nota textual Fp 2.5, Bíblia de Estudo Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. P. 1414].

VERDADE PRÁTICA
Jesus Cristo é o nosso modelo ideal de submissão, humildade e serviço.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 2.5-11

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·                     Conhecer o estado eterno da pré-encarnação de Cristo;
·                     Apreender o que a Bíblia ensina sobre o estado temporal de Cristo, e
·                     Compreender a exaltação final de Cristo.

PALAVRA-CHAVE
Humildade: Virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza. Modéstia, pobreza. (latim humilitas, -atis, pequenez, modéstia); s. f. 1. Qualidade de humilde; 2. Capacidade de reconhecer os próprios erros, defeitos ou limitações. = modéstia ≠ altivez, arrogância, orgulho; 3. Sentimento de inferioridade. = rebaixamento; 4. Demonstração de respeito, submissão. = deferência, reverência ≠ desrespeito; 5. Ausência de luxo ou sofisticação. = simplicidade, sobriedade ≠ ostentação; 6. Pobreza, penúria.

UNIÃO HIPOSTÁTICA
"[Do gr. hypostasis]  Doutrina que, exposta no Concílio de Calcedônia em 451, realça a perfeita e harmoniosa união entre as naturezas humana e divina de Cristo. Acentua este ensinamento ser Jesus, de fato, verdadeiro homem e verdadeiro Deus"
(Dicionário Teológico, p.352, CPAD).
Natureza Humana
Natureza Divina
"Embora o título 'Filho do Homem' apresente duas definições principais, são três as aplicações contextuais, no Novo Testamento. A primeira é o Filho do Homem no seu ministério terrestre. A segunda refere-se ao seu sofrimento futuro (como por Mc 13.24). Assim, atribuiu-se novo significado a uma terminologia existente dentro do Judaísmo. A terceira aplicação diz respeito ao Filho do Homem na sua glória futura (ver Mc 13.24, que aproveita diretamente toda a corrente profética que brotou do livro de Daniel). [...] Logo, Jesus é o Filho do Homem - passado, presente e futuro. [...] O fato de o Filho do Homem ser um homem literal é incomparável" (Teologia Sistemática:Uma Perspectiva Pentecostal, pp.312-13, CPAD).
"Os escritos joaninos dão bastante ênfase ao título 'Filho de Deus'. João 20.31 afirma de forma explícita que o propósito do evangelho é 'para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome'. Além do uso do próprio título, Jesus é chamado inúmeras vezes 'o Filho', sem acréscimo de outras qualificações. Há também mais de cem circunstâncias em que Jesus se dirige diretamente a Deus ou se refere a Ele como 'Pai' [...].
As afirmações: 'Eu sou' são exclusivas do evangelho de João. Elas, como afirmações de Jesus na primeira pessoa, formam uma parte relevante da auto revelação dEle ['Eu Sou' é a declaração da auto revelação divina (cf. Êx 3.14)]"(Teologia do Novo Testamento, pp.203, 205, CPAD).

COMENTÁRIO

introdução
Nesta lição, enfocaremos as atitudes de Cristo que revelam a sua natureza humana, obediência e humilhação, bem como a sua divindade - a kenosis (esvaziamento) de Jesus Cristo (Fp 2.5-11). Os primeiros cristãos da era apostólica viviam esse conceito de auto-esvaziamento (At 20.24; Gl 2.20). A principal verdade por trás deste conceito é a ideia de abandonar um estilo de vida egocêntrico para adotar um estilo de vida altruísta (2Co 5.15) o que na vida cristã genuína, é viver para Jesus Cristo e se doar em serviço aos irmãos, sendo dos dois o conceito de maior força o de viver para Cristo (que implica diretamente viver em serviço abnegado aos outros também). Logo, é um "abandonar os próprios interesses" para "buscar os interesses de Jesus Cristo e Seu reino eterno". Os primeiros cristãos absorveram tanto esse conceito, que chegaram a vender bens materiais e distribuir o arrecadado para os que tinham necessidade. Foi também por causa deste conceito enraizado no coração e na mente que muitos perderam suas vidas na pregação do evangelho, pois mesmo diante das ameaças de morte, não poderiam deixar de falar Daquele para quem eles viviam. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. O FILHO DIVINO: O ESTADO ETERNO DA PRÉ-ENCARNAÇÃO (2.5,6)
1. Ele deu o maior exemplo de humildade. Na Epístola aos Filipenses, lemos: "De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus" (v.5). Paulo usa o exemplo de Cristo para impor um apelo ao altruísmo. Como Cristo deixou voluntariamente de lado sua glória celeste para vir ao mundo e morrer, devemos estar dispostos a olhar além de nossos interesses em nome dos outros. Embora o seu desejo seja fortalecer sua exortação em vez de estabelecer uma doutrina, Paulo apresenta em Fp 2.5 uma das maiores declarações do Novo Testamento em relação à pessoa e obra de Jesus Cristo.
2. Ele era igual a Deus. "Que, sendo em forma de Deus" (v.6). A palavra formarefere-se à realidade subjacente e não apenas à aparência; a referencia aqui não é à forma física de Cristo, mas à sua essência divina, uma qualidade que é imutável. Igual a Deus refere-se ao modelo da existência de Cristo. Cristo compartilhava as glórias e prerrogativas da divindade, mas não encarava as circunstancias de sua existência como algo a ser retido de forma ciumenta. Pelo contrário, ele desistiu voluntariamente de sua glória quando veio ao mundo, apesar de manter sua divindade. A existência de Jesus “em forma de Deus” significa que ele é divino: “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo 17.5); “Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis” (2Co 8.9). Para trechos na Bíblia que tratam de Cristo assumindo a forma de servo, ver Mc 13.32; Lc 2.40-52; Rm 8.3; 2 Co 8.9; Hb 2.7,14. Embora permanecesse em tudo divino, Cristo tomou sobre si uma natureza humana com suas tentações, humilhações e fraquezas, porém sem pecado (vv. 7,8; Hb 4.15).
3. Mas "não teve por usurpação ser igual a Deus" (v.6). Isto significa que o Senhor não se apegou aos seus "direitos divinos". Isto não significa que Cristo tirou de si mesmo sua identidade como Deus. O significado da frase é que ele a si mesmo se humilhou, deixando seu status celestial, não seu ser divino. A natureza de seu esvaziar-se a si mesmo é definida nas três frases que se seguem: “assumindo... tornando-se... reconhecido”.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Cristo é por natureza Deus, pois antes de fazer-se humano "subsistia em forma de Deus".

REFLEXÃO
“Jesus não trocou a natureza divina pela humana. Antes, voluntariamente, renunciou as prerrogativas inerentes à divindade, para assumir a nossa humanidade.” Elienai Cabral.

II. - O FILHO DO HOMEM: O ESTADO TEMPORAL DE CRISTO (2.7,8)
1. "Aniquilou-se a si mesmo" (2.7). A tradução de João Ferreira de Almeida Corrigida e Revisada traduz kenoo por "esvaziou", o que pode levar a doutrinas errôneas, por isso eu prefiro a tradução da King James Bible, já disponível em português: "fez a si mesmo de nenhuma reputação". Esta tradução casa com a explicação do próprio texto: Cristo não se importou com sua reputação, mas "esvaziou-se a si próprio" apenas no sentido de se fazer de nenhuma fama ao tomar a forma de servo (leia Fp 2.7). A Bíblia de Genebra traz a seguinte nota textual comentando Fp 2.7: ‘Cristo é verdadeiramente humano. “Semelhança” significa mais que similaridade. Para que pudesse morrer tinha que ser completamente humano. Ao mesmo tempo, Paulo faz uma distinção entre Cristo e outros seres humanos. Ao contrário desses, não tem pecado (2Co 5.21). E, com respeito à sua natureza divina, permanece transcendente sobre a realidade criada; não pode deixar de ser celestial mesmo em sua humilhação’ [nota textual Fp 2.7, Bíblia de Estudo Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. P. 1414]. Jesus sempre foi Deus pela sua própria natureza e igual ao Pai antes, durante e depois da sua permanência na terra (ver Jo 1.1; 8.58; 17.24; Cl 1.15,17; ver Mc 1.11; Jo 20.28). Cristo, no entanto, não se apegou aos seus direitos divinos, mas abriu mão dos seus privilégios e glória no céu, a fim de que nós, na terra, fôssemos salvos. O texto grego do qual foi traduzida a frase de Fp 2.7 diz literalmente que ele deixou de lado sua glória celestial (Jo 17.4), posição (Jo 5.30; Hb 5.8), riquezas (2 Co 8.9), direitos (Lc 22.27; Mt 20.28) e o uso de prerrogativas divinas (Jo 5.19; 8.28; 14.10). Em seu comentário sobre esta passagem, Calvino raciocina assim: “Foi o próprio Filho de Deus que a si mesmo se esvaziou, embora só com referência a sua natureza humana.” Esse grande Reformador se utiliza da seguinte ilustração: “O homem é mortal.” Aqui a palavra “homem” se refere a homem mesmo, homem em sua inteireza, embora a mortalidade do homem diga respeito só ao corpo e nunca à alma. Não podemos ir além disso. Encontramo-nos ante um adorável mistério, um mistério de poder, de sabedoria e de amor!
2. Ele "humilhou-se a si mesmo" (2.8). A linguagem aqui é paralela à frase do versículo 7. Cada ato ocorre pelo livre exercício da vontade pessoal de Cristo. Esse "fez a si mesmo de nenhuma reputação" importava não somente em restrição voluntária dos seus atributos e privilégios divinos, mas também na aceitação do sofrimento, da incompreensão, dos maus tratos, do ódio e, finalmente, da morte de maldição na cruz (vv. 7,8). “E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz ”. Cristo, o Nosso Exemplo. Na vinda do Filho de Deus, havia uma dupla descida: para assumir a natureza humana e para morrer a morte humana. Viveu e morreu humanamente. Não era uma morte comum, era a forma mais vergonhosa e dolorosa da morte — a morte na cruz. Quando o seu corpo foi deitado no túmulo, a descida do Filho do Homem ficou completa [Comentário Bíblico - Epístolas Paulinas - Myer Pearlman - CPAD - www.cpad.com.br - O Exemplo Inspirador de Cristo (Fp 2.5-11)].
3. Ele foi "obediente até a morte e morte de cruz" (2.8). O significado da submissão à vontade do Pai (Hb 10.5-9) é maior em se tratando daquele que é igual ao Pai (v. 6) do que de qualquer outra pessoa. As palavras de Paulo encerram toda a vida de obediência de Cristo, ao mesmo tempo em que acentuam sua morte como expressão suprema de obediência. A ênfase recai mais sobre a prontidão de Cristo para sofrer a mais vergonhosa das mortes do que sobre o significado expiatório do evento (confira Rm 3.21-26). A maneira como Jesus se humilhou, obedecendo como perfeito servo até o momento mais horrível da vida humana; a morte exemplifica a total dependência e reverencia que um ser absolutamente livre pode ter em relação a Deus. Jesus foi além, não apenas se entregando à morte, mas passando pelos sofrimentos físicos, emocionais e espirituais de ver sua criação submetê-lo ao mais cruel e humilhante dos aniquilamentos: a morte de cruz, como um criminoso amaldiçoado (2Co 8.9; Hb 5.7,8; Gl 3.13; Hb 12.2).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O crente como sal e  luz do mundo, representante do reino divino,  não pode permitir que atitudes mundanas destruam a família.

REFLEXÃO
“O valor do cristianismo está naquilo que se crê. A confissão de que Jesus é o ponto de convergência de toda a Igreja.” Elienai Cabral.

III. A EXALTAÇAO DE CRISTO (2.9-11)
1. "Deus o exaltou soberanamente" (2.9). . "Por isso, também Deus altamente lhe exaltou" Is 52.13; Jo 17.1; At 2.33; Hb 2.9 [huperupsoo; Strong 5251: De huper, “sobre”, e hupsoo, “levantar”. Portanto, a palavra sugere uma exaltação à posição mais alta, uma elevação acima de todos os outros. O contexto contrasta a humilhação com as honras resultantes. A obediência de Jesus à morte é seguida de uma posição superexaltada de honra e glória. Após a sua vitória final sobre o pecado e a morte, Jesus é finalmente exaltado pelo Pai. O ato do Pai é uma resposta direta à obediência de Cristo. A exaltação de Cristo é consequência de seu trabalho de redenção. Agora ele tem um estado de glória maior do que antes de sua encarnação. Cristo é restaurado ao glorioso status que tinha no começo, o qual, voluntariamente, deixara por um tempo para tornar-se um ser humano (Jo 16.28; Hb 2.9,14). Kurios, para ser exato, é adjetivo, com o significado de “ter poder [kuros] ou autoridade”, sendo usado como substantivo variadamente no Novo Testamento: “Senhor, mestre, dono, amo, proprietário”. O título Kurios como é dado ao Salvador, apoia-se em seu pleno significado na ressurreição (At 2.36; Rm 10.9; 14.9), e é percebido somente no Espírito Santo (1Co 12.3) [extraído de Notes on Thessalonians, de Hogg e Vine, p.25]. A exaltação de Cristo é absoluta; sua autoridade é universal.
2. Dobre-se todo joelho. Cristo será universalmente reconhecido como Senhor, por todos: “Por mim mesmo tenho jurado, já saiu da minha boca a palavra de justiça, e não tornará atrás; que diante de mim se dobrará todo o joelho, e por mim jurará toda a língua”(Is 45.23); “A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação” (Rm 10.9-10); “E ouvi toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre” (Ap 5.13); “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro. E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro animais; e prostraram-se diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus, Dizendo: Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém” (Ap 7.9-12); “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”( Ap 14.6-7). Este reconhecimento da soberania de Cristo acontecerá “ao nome de Jesus se dobre todo o joelho ... e toda a língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus o Pai”, por todos os que “os que estão nos céus” [os anjos e os salvos, no 3º Céu, e os demônios, no 2º], “e na terra” [homens viventes, tanto salvos como perdidos], “e debaixo da terra” [os perdidos, no inferno].
3. "Toda língua confesse" (v.11). A ressurreição e exaltação de Deus é a resposta do Pai à sua obediência filial; é o verdadeiro “amém” de Deus ao “está consumado” do Filho. O Nome supremo é também o título: Kurios, termo usado na septuaginta para traduzir o nome hebraico de Deus, YHWH. Deus concedeu ao Filho, Jesus Cristo, o lugar supremo de autoridade e majestade à mão direita do Pai (Mt 28.18; Jo 17.2; At 2.33; Is 45.23; Ef 1.21; Hb 1.4,5).  Pela vontade soberana de Deus todas as pessoas do mundo, um dia, dobrarão seus Joelhos diante de Cristo, e o reconhecerão como Kurios, quer voluntariamente (como crentes salvos), quer não (Rm 14.9). “Os sábios observam que a palavra “confessar” significa “reconhecer aberta e alegremente, celebrar e louvar” (Thayer/Wycliffe). Este texto declarado maravilhosa e loquazmente é um grande ponto de reconhecimento para todos os que aprenderiam o poder de confissão de fé. Exaltar e honrar Jesus Cristo é nossa fonte de poder na aplicação da fé. O Pai honra primeiro a ele, depois também aqueles que confessam seu Filho (Jo 12.26). Todos os humanos, anjos e espíritos demoníacos por fim se ajoelharão diante de Jesus, homenageando-o completa e finalmente. Essa confissão de todas as línguas um dia será ouvida por todos os ouvidos quando ele receber o governo definitivo e pleno. Mas até esse dia, nossa confissão de Jesus Cristo como Senhor convida e recebe sua presença e poder sobre o mal toda vez que resistimos a ele. E quando declaramos sua autoridade – em fé – seu governo entra no cenário e circunstancias de hoje”. (1Co 11.23-26/Hb 4.11-13)[Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, Dinâmica do Reino – Confissão de Fé; p. 1236].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Deus, o Pai, exaltou soberanamente o Filho fazendo-o Senhor e Rei. Haverá, pois, um dia que "todo joelho se dobrará" e "toda língua confessará" o senhorio de Cristo.

REFLEXÃO
“A auto-humilhação do Mestre foi espontânea. Ele submeteu-se às maiores afrontas, porém, jamais perdeu o foco da sua missão: cumprir toda a justiça para salvar a humanidade.” Elienai Cabral.

CONCLUSÃO

O tema tratado nessa lição é altamente teológico e requer do professor um preparo mais aprofundado. A Kenósis de Cristo [Do gr. kenós, vazio, oco, sem coisa alguma; termo usado para explicar o esvaziamento da glória de Cristo quando da sua encarnação. Ao fazer-se homem, renunciou Ele temporariamente a glória da divindade (Fp 2.1-6). O capítulo 53 de Isaías é a passagem que melhor retrata a kenósis de Cristo] é tema controverso e exige cuidado no momento de buscarmos as fontes de estudo, pois há teorias heréticas a esse respeito. O comentarista foi claro ao enfatizar que, o esvaziamento de Cristo foi, tão somente, de sua glória, em momento algum Jesus deixou de ser Deus. Paulo enfatiza como o Senhor Jesus deixou a glória incomparável do céu e humilhou-se como um servo, sendo obediente até à morte para o benefício dos outros (vv. 5-8). A humildade integral de Cristo deve existir nos seus seguidores, os quais foram chamados para viver com sacrifício e renúncia, cuidando dos outros e fazendo-lhes o bem. Abordando o orgulho que está na raiz da discórdia dos filipenses (1.27-2.4), Paulo aponta para Cristo como o exemplo supremo de humildade. Mas Cristo não é só um exemplo (Rm 15.1-3; 2Co 10.1). Ele é, antes de tudo, Senhor e Salvador (v 11;3.20).
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por me io da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),

Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco de Assis Barbosa