sábado, 22 de março de 2014

1Trim2014_Lição 12: A consagração dos sacerdotes


Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
Título: Uma jornada de fé — A formação do povo de Israel e sua herança espiritual
Comentarista: Antonio Gilberto
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da Igreja de Cristo no Brasil, Campina Grande-PB;
Postagem no Blog AUXÍLIO AO MESTRE: Francisco A Barbosa.
 


1º Trimestre de 2014
Lição 12
A consagração dos sacerdotes
23 de março de 2014
TEXTO ÁUREO
“E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9.22).
VERDADE PRÁTICA
O sacrifício expiador de Cristo no Calvário foi perfeito, único e capaz de nos purificar de todo pecado.
HINOS SUGERIDOS

363, 423, 432.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Êx 28.1
A instituição do sacerdócio



Terça - Êx 29.1-9
A cerimônia de consagração



Quarta - Lv 16.11-14
A oferta do sacerdote pelo seu pecado



Quinta - Hb 6.20
Jesus, nosso Sumo Sacerdote eterno



Sexta - Hb 4.15,16
Jesus, Sumo Sacerdote compassivo



Sábado - Hb 9.11
Jesus, Sumo Sacerdote dos bens futuros

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 29.1-12.
1 - Isto é o que lhes hás de fazer, para os santificar, para que me administrem o sacerdócio: Toma um novilho, e dois carneiros sem mácula,
2 - e pão asmo, e bolos asmos amassados com azeite, e coscorões asmos untados com azeite; com flor de farinha de trigo os farás.
3 - E os porás num cesto e os trarás no cesto, com o novilho e os dois carneiros.
4 - Então, farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação e os lavarás com água;
5 - depois, tomarás as vestes e vestirás a Arão da túnica, e do manto do éfode, e do éfode mesmo, e do peitoral; e o cingirás com o cinto de obra de artífice do éfode.
6 - E a mitra porás sobre a sua cabeça; a coroa da santidade porás sobre a mitra;
7 - e tomarás o azeite da unção e o derramarás sobre a sua cabeça; assim, o ungirás.
8 - Depois, farás chegar seus filhos, e lhes farás vestir túnicas,
9 - e os cingirás com o cinto, a Arão e a seus filhos, e lhes atarás as tiaras, para que tenham o sacerdócio por estatuto perpétuo, e sagrarás a Arão e a seus filhos.
10 - E farás chegar o novilho diante da tenda da congregação, e Arão e seus filhos porão as mãos sobre a cabeça do novilho;
11 - e degolarás o novilho perante o Senhor, à porta da tenda da congregação.
12 - Depois, tomarás do sangue do novilho, e o porás com o teu dedo sobre as pontas do altar, e todo o sangue restante derramarás á base do altar.
OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·        Explicar como se dava a cerimônia de consagração sacerdotal.
·        Citar os elementos do sacrifício de posse.
·        Compreender que Cristo é o perpétuo e o mais perfeito Sumo Sacerdote.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Palavra Chave
Consagração: Ação de dedicar-se a Deus; dedicação, sagração.

Deus ordenou que Moisés separasse Arão e seus filhos para o sacerdócio. O vestiário, bem como o modo de proceder dos sacerdotes, foram dados por orientações do próprio Deus. Antes de oferecer sacrifícios em favor do povo, Arão deveria oferecer sacrifício para a remissão dos seus próprios pecados. Na lição de hoje, estudaremos a respeito do ato de consagração e purificação do sacerdócio, conforme as determinações de Deus. [Comentário: Na continuidade do estudo do livro de Êxodo, estudaremos o capítulo 29, onde o Senhor descreve a Moisés o ritual da consagração dos sacerdotes. Até o momento, temos visto como o próprio Deus resgatou Israel do Egito, proveu um líder forte, uma lei sem comparação; agora, YAHWEH requer uma adoração orientada por Ele mesmo; ensina-lhes a respeito do ofício Sacerdotal e separa a família de Arão e os levitas para esta obra. Esses filhos de Arão eram responsáveis por oferecer sacrifícios a Deus em busca do perdão dos pecados do povo. Eram eles e só eles, então, ministros de Deus. A cerimônia da consagração dos sacerdotes é uma belíssima lição sobre o sacerdócio do cristão. O termo "sacerdote" ficou exclusivo para um tipo de ministério, que se tornou amplo para incluir os músicos, os porteiros, os metalúrgicos, os reis e os profetas, entre outros indivíduos que se colocavam nas mãos de Deus para ajudar o povo a crescer. O salmista chega a chamar de ministros a todos que fazem a vontade do Senhor (Salmo 103.21). O profeta Isaías espera por um tempo em que o povo de Deus (isto é, todos quanto levam Deus a sério) sejam chamados de sacerdotes e ministros do Senhor (Isaías 61.6).]. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. A CONSAGRAÇÃO DE ARÃO E SEUS FILHOS

1. A lavagem com água. “Então, farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação e os lavarás com água” (Êx 29.4). Muitos eram os rituais de preparação que os sacerdotes deveriam realizar antes de se achegarem à presença de Deus. Uma parte dos rituais era a lavagem com água, que simbolizava pureza e perfeição. Deus é santo e requer santidade do seu povo: “Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2). Atualmente o crente é limpo pela Palavra (Jo 15.3) e pelo sangue de Cristo (1Jo 1.7). Sem pureza e santidade não podemos nos achegar à presença de Deus.
Uma importante razão pela qual o crente deve santificar-se é que a santidade de Deus, em parte, é revelada através do procedimento justo e da vida santificada do crente.[Comentário: A purificação ritual lidava com purificação exterior de uma pessoa. Essa lavagem prefigura o batismo do Novo Testamento. Estas cerimônias de consagração dos sacerdotes estão descritas em Êxodo 29 e Levítico 8. Era parte desse ritual a lavagem do corpo, unção, vestimenta e sacrifícios. C. H. Mackintosh, em seu livro “Estudos Sobre O Livro De Êxodo” (Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé), afirma que “Nos primeiros versículos deste capítulo é dado o primeiro lugar a Arão. "Então, farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da congregação e os lavarás com água" (versículo 4). A lavagem da água tornava Arão simbolicamente aquilo que Cristo é intrinsecamente, isto é: santo. A Igreja é santa em virtude de estar ligada a Cristo na vida de ressurreição. Ele é a definição perfeita daquilo que ela é perante Deus. O ato cerimonial da lavagem da água representa a ação da palavra de Deus (Ef 5.26). "E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade" (Jo 17.19), disse o Senhor Jesus. Separou-Se para Deus no poder de uma perfeita obediência, orientando-Se em todas as coisas, como homem, pela Palavra, mediante o Espírito eterno, a fim de que todos aqueles que são d'Ele pudessem ser inteiramente separados pelo poder moral da verdade” (C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé). Russell Norman CHAMPLIN afirma que o método usado para esta lavagem do corpo era o da imersão, mesmo que não disponhamos de um texto de prova a respeito. Ele cita, ainda, que muitos intérpretes cristãos veem aqui, um símbolo para o batismo, já que a lavagem aqui era do corpo inteiro (cf. Jo 13.10; Hb 10.22), e não somente das mãos e dos pés (Êx 30.19-21). O Targum de Jonathan diz-nos que essa lavagem foi realizada em quarenta grandes receptáculos, cheios de água extraída de mananciais correntes, e que esses receptáculos eram grandes o bastante para que o corpo inteiro dos sacerdotes fosse imerso. Jarchi também alude a como o corpo inteiro de cada sacerdote foi mergulhado na água. A lavagem mesma era um emblema da corrupção retirada, para que a santidade pudesse ser derramada sobre os sacerdotes. Temos aqui a primeira menção bíblica à ablução cerimonial. A água é um símbolo natural da pureza e de um agente natural de purificação. (citação extraída de: CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 434). O Comentário Bíblico Beacon traz a informação de que “os sacerdotes usavam a pia de cobre (30.17-21) para este propósito”.Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 217.].

2. A unção com azeite (Êx 30.23-33). O azeite da unção deveria ser derramado sobre a cabeça de Arão e seus filhos. O azeite é símbolo do Espírito Santo que viria habitar no crente pelo ministério intercessor de Jesus (Jo 14.16,17,26), bem como o batismo com o Espírito Santo (At 1.4,5,8). Assim também a igreja recebeu o penhor do Espírito (2Co 1.21,22), mas alguns de seus membros são individualmente separados para ministérios específicos, segundo os propósitos de Deus. [Comentário: "E tomarás o azeite da unção e o derramarás sobre a sua cabeça" (v. 7); Arão e seus filhos representam CRISTO e a Igreja. Arão foi ungido antes de o sangue ser derramado, justamente por representar a figura de Cristo, que, em virtude daquilo que era em Sua Própria Pessoa, foi ungido com o Espírito Santo muito antes do Calvário. Note-se que seus filhos só foram ungidos depois de ser espargido o sangue. Para os crentes da Nova Aliança, o sangue vertido na cruz é o fundamento de tudo. Como escreve C. H. Mackintosh na obra supracitada, “Ela não podia ser ungida com o Espírito Santo até que a sua Cabeça ressuscitada tivesse subido ao céu e depositado sobre o trono da Majestade divina o relato do sacrifício que havia oferecido. "Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai e promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis" (At 2.32-33); comparem-se também Jo 7.39; At 19.1 - 6). Desde os dias de Abel que haviam sido regeneradas almas pelo Espírito Santo e experimentado a Sua influência, sobre as quais operou e a quem qualificou para o serviço; porém a Igreja não podia ser ungida com o Espírito Santo até que o Seu Senhor tivesse entrado vitorioso no céu e recebesse para ela a promessa do Pai. A verdade desta doutrina é ensinada, da forma mais direta e completa, em todo o Novo Testamento; e a sua integridade estreita é mantida, em figura, no símbolo que temos perante nós, pelo fato claro que, embora Arão fosse ungido antes de o sangue haver sido derramado (versículo 7), contudo os seus filhos não o foram, e não podiam ser ungidos senão depois (versículo 21). C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé. Em Israel era questão muito séria como esse azeite era preparado e usado (Êx 30.22-23). Devia ser resguardado de qualquer profanação, e somente os sacerdotes sabiam como prepará-lo com exatidão. Era usado para propósitos e para pessoas específicos. Um homem comum não podia ser ungido com o óleo santo. As mais finas especiarias eram tão valiosas quanto o ouro. Podiam ser usadas como presentes mais seletos, sendo dados até à realeza (1Rs 10.2,10,15). A receita do óleo da unção é a mais antiga fórmula perfumista que se tem conhecimento. Os intérpretes judeus dizem-nos que as essências eram primeiramente extraídas dos materiais naqueles pesos respectivos, e, então, essas essências eram misturadas com o azeite. Parte das responsabilidades dos sacerdotes levíticos era preservar a fórmula do óleo da unção, não permitindo que o mesmo fosse alterado ou corrompido. Sua profanação do azeite da unção era tida como um crime, e tão grave que o indivíduo que ousasse fazer isso, seria eliminado. E esse óleo santo também não podia ser usado para fins profanos (Êx 30.32). Nenhum óleo similar ao óleo santo podia ser preparado, a fim de que permanecesse sem igual, não podendo ser confundido com qualquer outra composição do perfumista - pode haver muitas imitações da unção do Espírito; há fogo estranho e óleo estranho, como o próprio Cristo ensinou: Mt 7.21 ss. Cf. 1Jo 4.1. As especiaria aromáticas, por terem propriedades curativas e fragrância, tornavam a substância perfumada apropriadamente típica do Espírito Santo, que santifica e unge o povo de Deus. O Espírito Santo é figura desta combinação de substâncias odoríferas e óleo! Ele perfuma e cura a alma ungida; torna santo todos que o recebem; não pode ser falsificado e quem procura substituí-lo cai na condenação de DEUS; não é dado ao mundo, mas a quem é redimido pelo sangue de CRISTO; e sempre é o mesmo. Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 221-222.].

3. Animais são imolados como sacrifício (Êx 29.10-18). Era necessário que antes de ministrar em favor do povo, o sacerdote oferecesse sacrifícios de holocausto por sua própria vida. Arão e seus filhos deveriam levar um cordeiro, sem mancha ou defeito, diante do altar. O cordeiro morto tipificava a morte vicária de Jesus Cristo, que “morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (1Co 15.3). A morte vicária de Cristo proporciona ao homem pecador a reconciliação com Deus. Jesus morreu para expiar os nossos pecados (1Pe 1.18,19).[Comentário: Partes do corpo do animal, inclusive a gordura, eram queimadas sobre o altar e o restante era levado para fora do acampamento, a fim de ser queimado (13,14), tipificando Cristo que “padeceu fora da porta” (Hb 13.11,12). Esta oferta representava a entrega das pessoas a Deus para servi-lo em espírito de adoração. O sumo sacerdote realizava o mais central desses sacrifícios, mas no caso presente foi Moisés quem ofereceu o sacrifício em favor do sumo sacerdote, o qual, por ser homem, também tinha a necessidade de seu pecado ser removido, para que estivesse apto para cumprir os deveres de seu ofício. Também foi feito um sacrifício pelo pecado em favor dos sacerdotes, e pelas mesmas razões. Notemos o fato da imposição de mãos na cabeça do animal a ser sacrificado, desse modo, identificavam-se com o novilho. Assim, o que acontecia ao novilho, acontecia, em tipo e espiritualmente, ao sacerdote (Êx 29.10). Temos aqui uma ideia vicária, tal como Cristo, o Cordeiro de Deus que foi morto, tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Talvez esta figura aponte para a transferência dos pecados do sacerdote para o novilho e com a morte do animal punha fim à questão (Lv 16.21,22). O animal, por ter ficado simbolicamente com os pecados do homem, era maldito; mas a sua morte e o derramamento de seu sangue deixavam o homem em liberdade (Gl 3.13; Rm 6.23; Ap 5.6,12; 13.8)]. O Dicionário Unger afirma que “o animal inteiro, por ser um sacrifício pelo pecado, era considerado impuro, servindo somente para ser queimado. No caso de todos os demais sacrifícios, certas porções do animal sacrificado podiam ser comidas pelos sacerdotes e pelos adoradores. “No caso de sacrifícios ligados aos cultos regulares do santuário, aqueles que eram oferecidos em ocasiões festivas e em favor do povo todo, os animais eram abatidos, esfolados e cortados em pedaços pelos sacerdotes... certas porções eram comidas pelos sacerdotes e por aquele que trouxera o animal a ser sacrificado” Unger, Dictionary, sobre Sacrifícios. Ver Lev. 8.31 e Êxo. 29.32. A aspersão do sangue provavelmente era feita mediante o uso de um ramo de hissopo, comumente usado para essa finalidade, dessa maneira, o sangue era aplicado de forma plena, e o sacrifício mostrava-se totalmente eficaz].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A consagração do sacerdócio de Arão e de seus filhos decorria pela passagem da água, a unção com azeite e a imolação de animais como sacrifício.

II. O SACRIFÍCIO DA POSSE

1. O segundo carneiro da consagração (Êx 29.19-35). Era necessário que outro animal inocente fosse morto. Segundo o Comentário Bíblico Beacon, “parte do sangue era colocada primeiramente na orelha direita, no dedo polegar da mão direita e no dedo polegar do pé direito”. O restante do sangue deveria ser derramado sobre o altar. Sem derramamento de sangue não há remissão de pecado (Hb 9.22). Tudo apontava para o Calvário, onde Cristo derramou seu sangue por nós. [Comentário: O primeiro animal sacrificado, nos ritos de consagração de sacerdotes, era o novilho, uma oferta pelo pecado (vss. 10 ss.). O segundo animal sacrificado era o primeiro carneiro, oferecido como oferta de louvor e consagração (vs. 15). O terceiro animal sacrificado era o segundo carneiro. Esse carneiro era oferecido como sacrifício de consagração do sacerdote (vs. 22). O trecho de Levítico 8.22 chama esse animal de “o carneiro da consagração”. Era consagrado a Deus; e o homem que o tinha oferecido era assim também cerimonialmente consagrado a Deus. Seu sangue era usado, juntamente com o azeite, tendo em vista a consagração dos sacerdotes (vss. 20,21). Suas porções mais sagradas foram postas por Moisés nas mãos dos sacerdotes, de tal modo que eles ofereciam com elas a sua primeira oferenda a Deus. Era uma espécie de ato coroado da cerimônia. Tudo isso fazia parte da consagração de sacerdotes. O segundo carneiro chegou a ser chamado de “carneiro do enchimento”, porque estava associado ao último estágio do rito, “o enchimento das mãos” do sacerdote com as oferendas de cereais (vss. 23-25). Tudo isso simbolizava a autoridade, a graça, os dons e os poderes próprios do oficio sacerdotal. Os intérpretes veem vários sentidos na aplicação do sangue, bem como nos lugares onde o sangue era posto: (1). O sangue era posto em lugares estratégicos, dando a entender, metaforicamente, uma aplicação completa, ou seja, uma completa consagração. (2). Especificamente: A ponta da orelha direita. Um sacerdote era alguém que devia estar preparado para ouvir tudo quanto Yahweh ordenasse, a fim de cumprir Suas ordens. O polegar das suas mãos direitas. Um sacerdote devia estar preparado para fazer tudo quanto Yahweh ordenasse, visto que as mãos são o instrumento de ação. O polegar dos seus pés direitos. Um sacerdote devia andar pelos caminhos de Yahweh, pois caminhar é aquilo que fazemos com os nossos pés. (3). É possível que, originalmente, tais ritos tivessem por intuito prover completa proteção contra os ataques de poderes demoníacos sinistros, falando assim sobre uma plena proteção divina, diante de qualquer mal. O sangue era então aspergido sobre o altar, como no caso do primeiro carneiro (ver 0 vs. 16). Ficava assim simbolizada a total aplicação do sangue, exibindo a total eficácia do sacrifício. A unção das vestes de Arão e de seus filhos sacerdotes foi feita com azeite e com sangue. Não se sabe se o sangue foi misturado ou não com o azeite. O fato é que assim elas foram consagradas. O vs. 7 já havia falado sobre a unção com azeite, mas temos aqui um outro tipo, em adição àquele. Portanto, o culto de consagração incluía dois tipos. Os estudiosos cristãos veem nisso a unção dos crentes em Cristo, a outorga de autoridade e de graças para cumprirem sua missão. Como é claro, dispomos do poder e dos dons do Espírito, representados no azeite, bem como dos poderes justificadores e santificadores de Cristo, representados no sangue (Sl 45.8; Ap 7.14). Nessa dupla unção, alguns eruditos veem a justificação e a santificação simbolizadas. O trecho de Lv 8.30 parece indicar apenas uma unção, e alguns críticos pensam que o vs. 21 deste capítulo foi uma adição posterior feita sobre o relato original.].
2. Sacrifícios diários. Diariamente eram oferecidos sacrifícios pelo pecado. Pela manhã e a tarde havia sacrifícios e um animal inocente era morto em resgate da vida de alguém. O sacrifício de Cristo foi perfeito e único. Por isso, hoje podemos nos achegar a Deus para adorá-lo livremente.
No Tabernáculo, tudo deveria estar sempre pronto a fim de que o culto diário a Deus nunca fosse interrompido. Os sacerdotes cuidavam para que o fogo do altar nunca se apagasse. A cada manhã, este era alimentado com nova lenha e novos holocaustos (Lv 6.12,13). Da mesma forma Deus quer que nos apresentemos a Ele, prontos e renovados espiritualmente (2Co 4.16). [Comentário: Lv 6.12,13: “O fogo... sempre arderá sobre o altar”. As chamas sobre o altar eram perenes. Esses dois versículos dão-nos duas afirmações garantindo-nos que não podiam apagar-se as chamas sobre o altar de bronze. Os sacerdotes estavam encarregados de garantir que essas chamas nunca se apagassem. O sacerdote tinha de usar de cuidado ao remover as cinzas, a fim de não perturbar os pedaços de gordura que continuassem queimando. Pela manhã, o fogo era avivado com lenha, para que as chamas não se apagassem Uma madeira santa era escolhida para esse mister, pelo que sempre havia em depósito bastante lenha com esse propósito (Lv 1.7). O vs. 13 repete a questão do fogo santo. Levítico 9.24 afirma que foi o Senhor quem enviara o fogo do céu, e o homem era agora responsável por sua continuidade. Durante os dias do segundo templo, o fogo perpétuo consistia em três partes ou pilhas separadas de lenha sobre o altar, mas isso representava uma complicação da ordenança original. As maiores fogueiras eram usadas nos holocaustos diários; a segunda fogueira supria os incensários e a queima do incenso; e a terceira era o fogo perpétuo, que alimentava continuamente as outras duas fogueiras. Esse fogo nunca se apagava, até que Nabucodonosor forçou o fim desse fogo continuo, devido ao cativeiro babilônico. A mitologia diz que os sacerdotes judeus foram capazes de manter as chamas vivas em algum lugar oculto, e que, nos dias de Neemias, elas foram renovadas publicamente.CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 496. O texto de Êxodo 29.38,39 nos informa que um holocausto era oferecido pela manhã e outro à tardinha. Era a gordura do sacrifício da tarde que mantinha o fogo do altar queimando a noite toda. Uma chama permanente queimando diante da deidade não é exclusividade da religião bíblica. E expressão da intuição humana que louvor e adoração contínuos devam subir do homem para Deus. Se esta realidade é sentida por quem conhece pouco da graça divina, quanto mais relevante que o coração do crente seja cheio de oração incessante e louvor permanente].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O sacrifício da posse consistia na consagração do segundo carneiro e nos sacrifícios diários.

III. CRISTO, PERPÉTUO SUMO SACERDOTE

1. Sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque. A primeira referência a Melquisedeque como sacerdote encontra-se no livro de Gênesis 14.18. Poucos sabemos a respeito de Melquisedeque: “sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida” (Hb 7.3). Melquisedeque é um tipo de Cristo. [Comentário: As referências veterotestamentárias a Melquisedeque aparecem em Gn 14.18 e Sl 110.4. No Novo Testamento, todas as referências acham-se na epístola aos Hebreus (5.6,10; 6.20; 7.1,10,11,15,17,21). O honorável sacerdote-rei de Salém (Jerusalém), deu comida e bebida aos vencedores e pronunciou uma bênção a Abrão (19). O nome DEUS ALTÍSSIMO era, naqueles dias, designação comum para Deus na Palestina. Em atenção aos atos do sacerdote-rei, Abraão deu o dízimo de tudo a Melquisedeque. O autor da epístola aos Hebreus faz dele um tipo de Cristo, o originador do tipo de sacerdócio que Cristo tinha, que já existia antes do sacerdócio aarônico e até lhe era superior].
2. O sacrifício perfeito de Cristo. Arão e seus descendentes deveriam oferecer diariamente sacrifícios por seus pecados e também do seu povo. Hoje não precisamos fazer esses tipos de sacrifícios, pois o sacrifício de Cristo foi único, perfeito e perpétuo (Hb 7.25-28).[Comentário: As ações sacerdotais de Jesus são infinitas e imutáveis, permitindo-lhe trazer a salvação que não carece de nada. A salvação total exige um sumo sacerdote perfeito e um perfeito sacrifício para os pecados. Essa obra é tão superior ao ministério dos sacerdotes judeus que, através dela, o antigo sistema é suprimido, substituído pelo sacerdócio absoluto, eterno e perfeito de Cristo. Cristo desenvolve seu ministério no verdadeiro santuário, não na terra, mas no céu. Como sacerdote e rei, ele ocupa o lugar do poder supremo! Hebreus contrasta as alianças de Deus através de Moisés e de Cristo. A aliança mosaica realizava sacrifícios com animais que traziam alívio temporário à culpa do homem e demonstravam as lições da justiça de Deus. A aliança através de Moisés fornecia uma ligação pelo sangue de animais. Esses sacrifícios, entretanto, tinham de ser repetidos anualmente no tabernáculo, que era apenas um símbolo para o altar eterno e celeste de Deus. Entretanto, Jesus Cristo entrou na história como um sacerdote eterno para oferecer um sacrifício eterno pelo pecado. O derramamento do seu sangue forneceu um sacrifício permanente e uma ligação permanente entre Deus e o homem. Seu sangue não foi meramente aplicado a um altar terreno, mas ao próprio altar de Deus no céu, onde, de uma vez por todas, obteve redenção dos pecados a todos os que têm fé nele (Is 1.11;Gn 3.21)].
3. O sacrifício eterno de Cristo. “Mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo” (Hb 7.24). O vocábulo “perpétuo” significa “inalterável”. Jesus não pertencia à tribo de Levi, mas seu sacerdócio era segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 5.6,10; 7.11,12), logo, seu sacerdócio era superior ao de Arão. O sacerdócio de Cristo é superior, eterno e imutável. [Comentário: Todas as declarações que o apóstolo fez na comparação entre o sacerdócio de Arão e o sumo sacerdócio de Jesus, o sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque, culminam nessa única frase: Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. O que a lei e o sacerdócio do Antigo Testamento não puderam realizar, isto Jesus realiza com base em sua vida divina eterna: pode salvar integralmente! Ele “pode socorrer!” (Hb 2.18). Foi isto o que o apóstolo havia ressaltado primeiramente como efeito do serviço de sumo sacerdócio de Jesus. Agora ele avança mais um passo em sua declaração. Jesus nos trouxe a redenção total.
Cristo conquistou uma salvação perfeita, eternamente válida. Esta redenção eterna, de validade plena, vigora para todas as pessoas, é oferecida a cada ser humano, sendo porém eficaz somente para aquele que volta para Deus. De modo semelhante como em Hb 2.16, o apóstolo também delimita aqui o círculo de pessoas em quem a salvação se realiza. Lá ele havia afirmado: Ele “socorre a descendência de Abraão”. Aqui ele assevera: “Jesus pode salvar aqueles que por meio dele chegam a Deus!” A salvação dos pecados somente é concretizada naqueles que se convertem ao Senhor com arrependimento e fé (cf. At 3.19).].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O sacrifício de Cristo é perfeito, eterno e perpétuo segundo a ordem de Melquisedeque.

CONCLUSÃO
Deus estabeleceu o sacerdócio e as cerimônias de purificação e consagração. Estas cerimônias apontavam para o sacrifício perfeito e o sacerdócio eterno de Cristo. Ele se ofereceu como holocausto em nosso lugar. Sem Cristo, jamais poderíamos nos achegar à presença santa e eterna de Deus e ter comunhão com Ele. [Comentário: Moisés, segundo as instruções divinas, separou a Arão e seus filhos, Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar para o sacerdócio (Êx 28.1). Todos os dias o sacerdote deveria oferecer no altar do holocausto sacrifícios. Primeiro era necessário que um animal inocente fosse morto em resgate da vida do próprio sacerdote, e em seguida outro animal morreria em favor do povo de Deus. Vários eram os ritos de purificação. O sacerdócio não apenas era imperfeito como também era interrompido pela morte. Houve muitos sumos sacerdotes, pois nenhum sacerdote viveria para sempre. A Igreja, pelo contrário, tem um Sumo Sacerdote, Jesus, o Filho de Deus, que vive para sempre! Um Sacerdote imutável significa um sacerdócio imutável, o que, por sua vez, significa segurança e confiança para o povo de Deus. "Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre" (Hb 13.8). "Tu és sacerdote para sempre" (Sl 110.4). Hebreus 7.25 declara: "Por isso [porque ele é o Sumo Sacerdote eternamente vivo e imutável], também pode salvar totalmente [completamente, para sempre] os que por ele se chegam a DEUS, vivendo sempre para interceder por eles". Por certo, Cristo pode salvar qualquer pecador que se encontra em qualquer situação, mas não é a isso que o versículo se refere. A ênfase é sobre o fato de que ele salva completamente e para sempre todos os que crêem nele. Uma vez que é nosso Sumo Sacerdote para sempre, pode salvar para sempre.]. “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,

Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero,
Domine,
prompte et sincere!

Campina Grande-PB
Março de 2014.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
GOWER, R. Novo Manual dos Usos & Costumes dos Tempos Bíblicos. 2 ed., RJ: CPAD, 2012.
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
EXERCÍCIOS

1. Atualmente somos limpos mediante quê?
R. Atualmente o crente é limpo pela Palavra (Jo 15.3) e pelo sangue de Cristo (1Jo 1.7).
2. O que o azeite simboliza?
R. O azeite é símbolo do Espírito Santo que viria habitar no crente pelo ministério intercessor de Jesus (Jo 14.16,17,26).
3. O que deveria ser feito com o restante do sangue do segundo carneiro?
R. O restante do sangue deveria ser derramado sobre o altar.
4. Cristo era Sacerdote segundo qual ordem?
R. Ordem de Melquisedeque.
5. De acordo com a lição, qual o significado do vocábulo “perpétuo”?
R. O vocábulo “perpétuo” significa “inalterável”.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2014 - CPAD - Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé Solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.

sexta-feira, 14 de março de 2014

1Trim2014_Lição 11: Deus escolhe Arão e seus filhos para o Sacerdócio


Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
Título: Uma jornada de fé — A formação do povo de Israel e sua herança espiritual
Comentarista: Antonio Gilberto
Elaboração e pesquisa para a Escola Dominical da Igreja de Cristo no Brasil, Campina Grande-PB;
Postagem no Blog AUXÍLIO AO MESTRE: Francisco A Barbosa.
1º Trimestre de 2014
Lição 11
Deus escolhe Arão e seus filhos para o Sacerdócio
16 de março de 2014
TEXTO ÁUREO
“E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra” (Ap 5.10).
VERDADE PRÁTICA
Cristo nos fez reis e sacerdotes, para anunciarmos as virtudes do seu Reino.
HINOS SUGERIDOS

86, 176, 432.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Hb 6.20
Jesus, Sacerdote Eterno
 


Terça - Hb 5.1-9
A superioridade do sacerdócio de Jesus



Quarta - Hb 5.10
Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque



Quinta - Hb 7.1-4
Figura do sacerdócio eterno de Cristo



Sexta - Hb 7.26
Jesus, Sacerdote Santo



Sábado - Ap 1.6
Cristo nos fez reis e sacerdotes do Altíssimo

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 28.1-11.
1 - Depois, tu farás chegar a ti teu irmão Arão e seus filhos com ele, do meio dos filhos de Israel, para me administrarem o ofício sacerdotal, a saber: Arão e seus filhos Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.
2 - E farás vestes santas a Arão, teu irmão, para glória e ornamento.
3 - Falarás também a todos os que são sábios de coração, a quem eu tenha enchido do espírito de sabedoria, que façam vestes a Arão para santificá-lo, para que me administre o ofício sacerdotal.
4 - Estas, pois, são as vestes que farão: um peitoral, e um éfode, e um manto, e uma túnica bordada, e uma mitra, e um cinto; farão, pois, vestes santas a Arão, teu irmão, e a seus filhos, para me administrarem o ofício sacerdotal.
5 - E tomarão o ouro, e o pano azul, e a púrpura, e o carmesim, e o linho fino
6 - e farão o éfode de ouro, e de pano azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido, de obra esmerada.
7 - Terá duas ombreiras que se unam às suas duas pontas, e assim se unirá.
8 - E o cinto de obra esmerada do éfode, que estará sobre ele, será da sua mesma obra, da mesma obra de ouro, e de pano azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido.
9 - E tomarás duas pedras sardônicas e lavrarás nelas os nomes dos filhos de Israel,
10 - seis dos seus nomes numa pedra e os outros seis nomes na outra pedra, segundo as suas gerações.
11 - Conforme a obra do lapidário, como o lavor dos selos, lavrarás essas duas pedras, com os nomes dos filhos de Israel; engastadas ao redor em ouro as farás.
OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Explicar o sacerdócio em Israel.
  • Elencar os elementos da indumentária sacerdotal.
  • Compreender o papel atual dos ministros da Igreja de Cristo.


COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Palavra Chave
Sacerdócio: Ofício, o ministério e a função do sacerdote.

O capítulo 28 de Êxodo trata da chamada divina para o sacerdócio em Israel. O povo precisava aprender a adorar a Deus. Era necessário que homens chamados por Deus cuidassem da prática do culto ao Senhor no Tabernáculo e também através da congregação de Israel. Logo, o Senhor separou a tribo de Levi para o serviço no Tabernáculo e para o santo ministério sacerdotal. Os levitas serviam a Deus e auxiliavam os sacerdotes. Assim, todo sacerdote em Israel era levita, mas nem todo levita era sacerdote como veremos na lição.[Comentário: Constuma-se esquecer que antes da entrega da lei por Deus a Israel, havia sacerdotes, uma vez que a Bíblia menciona o rei de Salém, Melquizedeque, como “sacerdote do Senhor” (Gn 14.18; Hb 7.1-3). Antes da lei, qualquer homem podia desempenhar esse papel desde que possuísse a capacidade para tanto. Já no período patriarcal, o sacerdócio era desempenhado pelo cabeça de cada família, conforme lê-se em Gn 8.20; 22. 13; 26.25; 33.20. Com a entrega da Lei, o sacerdócio foi organizado e separou-se os descendentes de Arão. Todavia, isso não sucedeu de modo absoluto, pelo que, se é geralmente correto dizer que todos os sacerdotes pertenciam à tribo de Levi (através de Arão), isso não ocorria no caso de todos eles. Pode-se dizer que, se um levita pudesse ser achado, ele era a preferência natural; mas houve exceções a essa regra. Assim, Samuel exercia poderes sacerdotais, mas ele mesmo não era da tribo de Levi. Talvez seja correto dizer que Salomão foi um rei - sumo sacerdote; e, no entanto, era da tribo de Judá. Os profetas também desempenhavam certa função sacerdotal, posto que não formal, no tabernáculo ou no templo. Em face de sua ocupação, os sacerdotes também eram juízes. O filho de Mica, que era efraimita, atuou como sacerdote (Jz 17.5). Outro tanto fizeram alguns dos filhos de Davi (2Sm 8.18), Gideão (Jz 6.26) e Manoá, este da tribo de Dã (Jz 13.19). Hoje, é comum alguns se arvorarem levitas por exercerem alguma atividade ligada ao “louvor” dentro da liturgia, dado as informações acima, sem uma exegese mais profunda, essa ideia cai por terra.]. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. O SACERDÓCIO (ÊX 28.1-5)

1. O sacerdote. Deus ordena que Moisés separe Arão e seus filhos para o ministério sacerdotal. O sacerdote deveria não somente pertencer à tribo de Levi, mas era preciso que fosse um descendente de Arão, que teve o privilégio de ser o primeiro sacerdote de Israel. Pertenciam à classe sacerdotal em Israel o sumo sacerdote, os sacerdotes e também os levitas. O sacerdócio de Arão apontava para Cristo, nosso Sumo Sacerdote eterno (Hb 6.20). Arão era um ser humano e, portanto, um pecador que carecia de se apresentar diante de Deus com sacrifícios pelos seus próprios pecados. Mas Cristo é perfeito e seu sacrifício por nós foi único, completo e aceito pelo Pai. [Comentário: Apesar da ordem divina de separar Arão e seus descendentes para o sacerdócio, um estudo minuncioso do tema nos levará à conclusão de que houveram sacerdotes em Israel que não eram da genealogia Aarônica. Foi somente no período pós-exilico que o sacerdócio foi “monopolizado” pelos descendentes reais ou supostos de Arão, enquanto que outros levitas ocuparam posições subordinadas. Foi durante esse último estágio de desenvolvimento que emergiu o verdadeiro sumo sacerdote de Israel, embora Arão tivesse sido um protótipo do oficio. Embora o Velho Testamento apresente claramente a noção de um ofício sacerdotal exercido por elementos da tribo de Levi em benefício do povo de Israel, existem passagens que antecipam um entendimento mais amplo dessa função. Êxodo 19.5-6: “Se diligentemente ouvirdes a minha voz, e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade particular dentre todos os povos... vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa”. Outro texto relevante é Isaías 61.6: “Vós sereis chamados sacerdotes do Senhor, e vos chamarão ministros de nosso Deus”.].

2. O ministério dos sacerdotes. Quais eram as funções de um sacerdote? Sua principal missão era apresentar o homem pecador diante do Deus santo. Eram, especificamente, três as obrigações básicas do sacerdote: “santificar o povo, oferecer dons e sacrifícios pelo povo e interceder pelos transgressores”. Eles também atuavam como mestres da lei (Lv 10.10,11). O sacerdócio de Arão apontava para Cristo, nosso único mediador diante de Deus. Como Sumo Sacerdote, Cristo intercede diante do Pai por nós (1Tm 2.5). [Comentário:Os sacerdotes eram ordenados a seu oficio e às suas funções mediante um elaborado ritual (Êx 29; Lv 8). Os sacerdotes tinham o direito de receber dízimos e porções determinadas das oferendas. Cuidavam do santuário e das formas externas do culto, e envolviam-se no sistema sacrificial. Eram os guardiões das tradições e protegiam a pureza da adoração. Os sacerdotes comuns realizavam todos os sacrifícios (Lv 1-6), cuidavam de questões sobre alimentos próprios e impróprios (Lv 13-14), e estavam encarregados de diversos outros deveres secundários (Nm 10.10; Lv 23.24; 25.9). No judaísmo posterior, o sacerdote (no hebraico, cohen) retinha o privilégio de pronunciar a bênção sacerdotal, e de ser o primeiro a ler o livro da lei. Quando o sacerdócio formal caiu e desapareceu da história, os rabinos retiveram o trabalho dos sacerdotes, em forma simbólica, embora também literal em outros sentidos, tomando-se então os líderes espirituais do povo de Israel. Os sacerdotes eram guardiões dos ritos sagrados, os quais promoviam o conhecimento sobre a santidade de Deus e a necessidade de os homens se aproximarem dele sem a polução do pecado. mediante os holocaustos apropriados e a mudança de vida correspondente. Eles queimavam o incenso sobre o altar de ouro, no lugar santo, o que era mesmo um símbolo das funções sacerdotais. Também cuidavam das lâmpadas, acendendo-as a cada novo começo de noite; e arrumavam os pães da proposição sobre a mesa própria a cada sábado (Êx 27.21; 30.7,8; Lv 24.5-8). Eles mantinham a chama sempre acesa no altar dos holocaustos (Lv 6.9,12); limpavam as cinzas desse altar (vss. 10,11); ofereciam sacrifícios matinais e vespertinos (Êx 29.38-44); abençoavam o povo após os sacrifícios diários (Lv 9.22; Nm 6.23-27); aspergiam o sangue e depositavam sobre o altar as várias porções da vítima sacrificial; sopravam as trombetas de prata e o chifre do jubileu, por ocasião de festividades especiais; inspecionavam os imundos quanto à lepra (Nm 6.22 ss. e capítulos 13 e 14); administravam o juramento que uma mulher deveria fazer quando acusada de adultério (Nm 5.15); eram os mestres da lei e agiam como juízes quanto às queixas do povo, tomando decisões válidas quanto aos casos apresentados (Du 17.8 ss.; 19.17; 21.5) CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 16; 17-19.].

3. O sumo sacerdote. As nações que estavam ao redor dos hebreus já conheciam o serviço sacerdotal. Os sacerdotes não receberam nenhuma herança de terras quando as tribos entraram na Terra Prometida, pois a sua recompensa era servir ao Todo-Poderoso. Eles eram sustentados pelas ofertas e os sacrifícios levados ao Tabernáculo. Viviam de modo simples e dependiam única e exclusivamente da obediência e fidelidade do povo ao trazer seus dízimos (Nm 18.3-32). [Comentário: O sumo sacerdote estava encarregado de certos deveres especiais, que só ele podia cumprir, como oficiar no dia da expiação, entrando no Santo dos Santos com esse propósito, e servir de principal oráculo do sacerdócio. Também tinha o dever de oferecer a refeição diária (Lv 6.19). O termo sumo sacerdote só começou a ser usado após o exílio babilônico; e aqui 0 título é conferido a Arão, porque essa tinha sido a sua função original, embora ela não fosse chamada por esse nome. Ver sumo sacerdote (2Cr 19.11; 24.11; Ed 7.5); príncipe da casa de Deus (1Cr 9.11). Na época dos hamoneus, o sumo sacerdote tornou-se uma poderosa figura política, mas foi então que o oficio sofreu várias corrupções. Funções sacerdotais existiam em uma religião de tendências predominantemente reconciliadoras; de outra sorte, elas nem seriam necessárias. Os sacerdotes aarônicos eram mediadores do pacto mosaico. O sumo sacerdote destacava o conceito da necessidade que o homem tem de reconciliar-se com Deus (Êx 33.12-23). Arão mediava as graças e dons de YAHWEH ao povo de Israel. Mas foi através de Moisés que Arão havia recebido seu ofício e sua autoridade.CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 429. Os sumos sacerdotes antes de Davi, sete em número, foram os seguintes: Aarão, Eleazar, Finéias. EIi, Aitúbe (l Crô.9: 11; Nee, 11: 11; 1 Sam. 14:3), Alas e José. Josefo assevera que o pai de Buqui a quem ele chamou de José (mas que na Bíblia é chamado de Abiezer, equivalente a Abísua), foi o último sumo sacerdote da linhagem de Finéias, antes de Sadoque. Nos dias de Davi havia dois sumos sacerdotes, a saber, Sadoque e Abiatar, que parecem ter brandido igual autoridade (1Cr 15.11; 2Sm 8.17; 15.24,25). Alguns estudiosos têm conjeturado que Sadoque era um aliado importante de Davi, embora tendo sido nomeado por Saul. Davi não perturbou a situação, mas a sucessão coube, por direito, a seu amigo, Abiatar. Diplomaticamente, Davi deixou ambos no cargo; mas o Urim e o Tumim, com a estola sacerdotal, permaneceram com Abiatar, o qual, por  isso mesmo, ficou encarregado dos serviços especiais que circundavam a arca da aliança.].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Deus ordena o ministério sacerdotal por intermédio de Moisés, separando Arão e seus filhos para o santo ofício.

II. A INDUMENTÁRIA DO SACERDOTE

1. A túnica de linho e o éfode (Êx 28.4-28). As vestes do sacerdote deveriam ser santas (Êx 28.3). Eles não poderiam se apresentar diante do Senhor de qualquer maneira. O linho fino apontava para a pureza, perfeição e justiça de Cristo, nosso sacerdote. Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “o éfode era um tipo esmerado de avental bordado, unido nos ombros e ligados por uma faixa na cintura”. No éfode havia duas pedras de ônix com os nomes das doze tribos. Arão deveria levar e apresentar diante de Deus as doze tribos de Israel. Cristo carregou sobre si os nossos pecados e os apresentou diante do Pai (1Co 15.3). Sobre o éfode estava o peitoral contendo doze pedras preciosas com os nomes dos doze filhos de Israel. Esta peça ficava sobre o coração de Arão — o sumo sacerdote (Êx 28.15,17,21,29). [Comentário:As vestes destes sacerdotes eram especiais e consideradas santas. Duas coisas chamam a atenção de início no texto bíblico que fala das vestes dos sacerdotes. Em primeiro lugar, quem confeccionou essas vestimentas não foram quaisquer alfaiates em Israel. O texto bíblico afirma que foram homens “sábios de coração”, a quem DEUS havia “enchido do ESPÍRITO de Sabedoria” (Ex 28.3). Em segundo lugar, o propósito da indumentária sacerdotal era “santificar”, isto é, distinguir, destacar, honrar os sumos sacerdotes, dar-lhes ornamentação, beleza e glória diante do povo; enfim, enfatizar o significado e a importância do seu ofício perante todos. Suas vestes foram pensadas para refletir a dignidade do seu ofício. Os materiais para fazer as vestes sacerdotais eram os mesmos das cortinas e do véu do Tabernáculo (Ex 26.1,31,32; 28.5,6). Ou seja, o sacerdote não poderia ministrar “com roupas simples e sem brilho” em um Tabernáculo que era “graciosamente colorido”. DEUS, “o Autor de tudo o que é bom e bonito, deseja que seu povo seja formoso e que haja beleza nos procedimentos de adoração”. Típico da pureza interior do povo de Deus, os objetos externos eram separados para propósitos santos. Estas roupas também eram para glória e ornamento. Seria incompatível e desprovido de glória o sacerdote ministrar com roupas simples e sem brilho no Tabernáculo graciosamente colorido. Deus, o Autor de tudo que é bom e bonito, deseja que seu povo seja formoso e que haja beleza nos procedimentos de adoração. Deus concedeu espírito de sabedoria (3) a homens sábios para capacitá-los a fazer estas vestes. Deus, que criou a beleza, dá ao homem a apreciação divina pela beleza e a aptidão divina para criá-la. Certas produções que o mundo chama arte não passam de imoralidade, mas a verdadeira arte é de Deus. No versículo 4, há uma lista dividida em grupos dos artigos para o sumo sacerdote, os quais são detalhados separadamente nos versículos seguintes. Os materiais eram os mesmos para as cortinas do Tabernáculo (5), exceto que havia ouro. Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 214.].

2. O Urim e Tumim (Êx 28.30). Eram pedras que os sacerdotes utilizavam na hora de tomar decisões. Eles deveriam carregar estas peças junto ao coração, mostrando a importância delas. Isso nos mostra que nossas decisões devem ser tomadas de acordo com a Palavra de Deus. [Comentário: Urim e Tumim (do hebraico אורים ותמים luzes e perfeições) é o nome dado à um processo de adivinhação utilizado pelos antigos israelitas para descobrir a vontade de Deus sobre determinado evento. O Urim e o Tumim, por cujo intermédio à vontade de Deus era conhecida em casos duvidosos, foram colocados neste peitoral, que é, por isto, chamado de peitoral do juízo,].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A túnica de linho, o éfode, o Urim e o Tumim eram elementos sagrados que compunham a indumentária sacerdotal.

III. MINISTROS DE CRISTO PARA A IGREJA

1. Chamados por Deus. Os verdadeiros ministros da igreja são chamados e vocacionados pelo Senhor. O ministério pastoral não é simplesmente um cargo ou uma forma de se alcançar status seja ele qual for. Muitos querem viver da obra e não para ela. Quem exerce o santo ministério sem a direta chamada do Senhor — o Dono da obra — é um intruso e está profanando a obra de Deus. [Comentário: No Novo Testamento, o conceito de sacerdócio tem dois aspectos: (a) Jesus Cristo é o grande sumo sacerdote: todas as funções do sacerdócio da antiga dispensação concentram-se nele, e são por ele transformadas. Ele é o único mediador entre Deus e os seres humanos (1 Tm 2.5). Ele é o representante de Deus junto aos homens e o representante dos homens junto a Deus. Ele é, ao mesmo tempo, o sacerdote e o sacrifício. A Carta aos Hebreus expõe claramente a superioridade do sacerdócio de Cristo sobre o sacerdócio levítico e apresenta o caráter definitivo e totalmente eficaz do seu auto-sacrifício sobre a cruz (Hb 2.17; 3.1; 4.14s; 5.10; 6.20; 7:24-27; 9:12,26; 10.12). A literatura joanina também fala repetidamente do sacerdócio de Cristo, como em João 1.29. (b) Todos os crentes partilham desse sacerdócio: isso se expressa principalmente nas áreas da adoração, serviço e testemunho. 1 Pedro 2.5: “Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo”. 1 Pedro 2.9: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. O Apocalipse destaca o aspecto governamental desse sacerdócio: “Àquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai...” (1.5-6); “Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação, e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes” (5.9-10). O Novo Testamento não menciona a existência de um ofício sacerdotal na Igreja. Essa idéia surgiu posteriormente, em escritores como Clemente (ministério cristão composto de sumo sacerdote, sacerdote e levita), a Didaquê (chama os profetas cristãos de “vossos sumos sacerdotes” e refere-se à eucaristia como um sacrifício) e, mais especificamente, em Tertuliano e Hipólito, que se referem aos ministros cristãos como “sacerdotes” e “sumos sacerdotes”. Alderi Souza de Matos, O SACERDÓCIO UNIVERSAL DOS FIÉIS. http://www.mackenzie.com.br/6967.html].

2. Qualificações. O sacerdote não podia se apresentar diante de Deus e da congregação de qualquer maneira. Um pastor deve sempre agir de modo a dar um bom testemunho (1Tm 3.7). O bom testemunho deve vir não somente dos que estão fora da igreja, mas especialmente pelos irmãos em Cristo. É preciso viver uma vida digna diante dos homens e também diante de Deus (1Tm 6.11,12). O pastor deve em tudo ser o exemplo (Tt 2.7).[Comentário: I Tm 3.7 Mas ele também precisa ter um bom testemunho dos de fora, a fim de não cair na difamação e no laço do diabo. Já em sua carta mais antiga o apóstolo exorta a congregação para que tenha uma “conduta decente (honrada)” aos olhos dos de fora. Não ser tropeço nem causar escândalo! Essa exortação vale para a conduta diante de todos: judeus, gregos, cristãos. Isso não tem nada a ver com uma falsa adaptação aos padrões e costumes do mundo, porque a igreja deve ser irrepreensível e pura em meio a esta geração pervertida e corrupta. Suas boas obras devem poder ser vistas à luz do dia e se diferenciar das inúteis obras das trevas. Porque “enquanto os cristãos se preocupam sacerdotalmente pelo mundo, o mundo lança o afiado olhar da hostilidade sobre a igreja, a fim de encontrar pontos vulneráveis. Por isso não será recomendável colocar na liderança da igreja homens que eram notórios na cidade por seus pecados ou fraquezas passadas, ainda que se tenham emendado sinceramente”. Os de fora na realidade estão fora da igreja, mas nem por isso fora do alcance do juízo e da graça de DEUS. Os que estão fora da igreja possuem uma percepção implacável e um juízo insubornável para os pecados daqueles que se dizem cristãos. Com essa atitude na verdade condenam a si mesmos, porque confessam que sabem muito bem o que é certo e como deveriam viver. Contudo, isso não desculpa a igreja. Ela mesma deve manter um juízo vigilante acerca das próprias transgressões e por isso ir com humildade e mansidão ao encontro dos “de fora”. Quando se pondera como os meios de comunicação de massa vasculham a vida passada e atual de líderes políticos, econômicos e religiosos com a criatividade de um detetive, desnudando-a em público (em geral por motivos ignóbeis de luta pelo poder), torna-se ainda mais atual a exigência do bom testemunho de fora. Pois quando a difamação circula em lugar do bom testemunho, ela pode influir de modo tão terrível sobre o envolvido que lhe rouba a fé no perdão de DEUS, lançando-o no desespero. Como uma mosca na teia da aranha, ele ficará então emaranhado nos laços do diabo, do acusador originário. A lista das 16 “virtudes” começa de forma aparentemente inofensiva com a irrepreensibilidade como premissa fundamental para o serviço de presidente. O catálogo termina com a condição quase idêntica do bom testemunho dado pelos de fora da igreja, anunciando surpreendentemente a verdadeira razão e a grave conotação de toda a listagem: laço e juízo do diabo, esses são a ameaça e o risco reais daquele que visa servir a outros sendo seu presidente. Enquanto assim se abre a visão para o pano de fundo da sedução demoníaca, o catálogo de virtudes perde sua limitação helenista e o sabor pequeno-burguês resultante da apreciação meramente superficial. Hans Bürki. Comentário Esperança Cartas aos I Timóteo. Editora Evangélica Esperança.].

3. Comprometidos com a Palavra. Os sacerdotes também tinham a função de ensinar a Palavra de Deus. Da mesma forma, Paulo recomenda que o ministro seja apto para ensinar (1Tm 3.2). É preciso que seja alguém capacitado na Palavra. A missão dos ministros de Cristo consiste no serviço, na mordomia, isto é, na administração dos negócios de Deus e, sobretudo, em sua fidelidade e santidade. [Comentário: Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar.No total, há 15 qualificações estipuladas pelo apóstolo, sete das quais ocorrem no versículo 2. E importante que a primeiríssima destas seja a irrepreensibilidade. O significado da palavra é “acima de repreensão”, “de reputação irrepreensível” (cf. CH), “de caráter impecável”, “que ninguém possa culpar de nada” (NTLH). Por qualquer método que avaliemos, esta é a virtude mais inclusiva que aparece na lista. Significa que o líder na igreja de CRISTO não pode ter defeito óbvio de caráter e deve ser pessoa de reputação imaculada. Dificilmente se esperaria que não tivesse defeito, mas que fosse sem culpa. E apropriado que o ministro seja julgado por um padrão mais rígido que os membros leigos da igreja. Os leigos podem ser perdoados por defeitos e falhas que seriam totalmente fatais a um ministro. Há certas coisas que um DEUS misericordioso perdoa em um homem, mas que a igreja não perdoa no ministério deste. A irrepreensibilidade do candidato é requisito no qual devemos ser insistentes hoje em dia, como o foi Paulo no século I. O líder da igreja deve ser exemplar especialmente em assuntos relativos a sexo. Este é o destaque da segunda estipulação do apóstolo: Marido de uma mulher (2). Trata-se de precaução contra a poligamia, que gerava um problema sério para a igreja cujos membros eram ganhos para CRISTO vindos de um paganismo que tolerava abertamente casamentos plurais. Em todo quesito que a igreja com seus altos padrões éticos relativos a casamento confrontar o paganismo de nossos dias, em regiões incivilizadas ou não, a insistência cristã na pureza deve ser enunciada de forma clara e seguida com todo o rigor. Mas temos de perguntar: A intenção de Paulo era desaprovar o segundo casamento? Alguns dos manuscritos antigos requerem a tradução “casado apenas uma vez” (conforme nota de rodapé na NEB). “Sobre este assunto, como em muitos outros”, comenta Kelly, “a atitude que vigorava na antiguidade difere notadamente da que prevalece em grande parte dos círculos de hoje. Existem evidências abundantes provenientes da literatura e inscrições funerárias, tanto gentias quanto judaicas, que permanecer solteiro depois da morte do cônjuge ou depois do divórcio era considerado meritório, ao passo que casar-se outra vez era visto como sinal de satisfação excessiva dos próprios desejos”.1 E óbvio que em alguns segmentos da igreja primitiva esta era a opinião prevalente, chegando ao extremo último da ordem de um ministério celibatário. Mas esta não é a interpretação do ensino de Paulo que prevalece hoje. E bem conhecida sua própria preferência da vida solteira em comparação ao estado casado; e há passagens nos seus escritos em que ele recomenda este estado aos outros (e.g., 1 Co 7.39,40). Talvez o melhor resumo da intenção do apóstolo para os nossos dias seja a declaração de E. F. Scott: “O bispo tem de dar exemplo de moralidade rígida”. As próximas três especificações — vigilante, sóbrio, honesto (2) — têm relação próxima entre si e descrevem a vida cristã ordeira. Moffatt traduz estas qualidades pelas palavras: “temperado [NVI; cf. RA], mestre de si, calmo”. A temperança neste contexto transmite a ideia de autocontrole (cf. CH) ou autodisciplina. O próximo quesito qualificador é apresentado pelo apóstolo na palavra descritiva hospitaleiro (2). Esta mesma característica é mais detalhada em Tito 1.8: “Dado à hospitalidade, amigo do bem”. Nesses primeiros dias da igreja, esta era uma virtude muito importante. Havia poucos albergues no mundo do século I, e os apóstolos e evangelistas cristãos que eram enviados de lugar em lugar ficavam dependentes da hospitalidade de cristãos que tivessem um “quarto de profeta”, mantido com a finalidade de atender essas necessidades. Em nossos dias de hotéis, expressamos nossa hospitalidade cristã de modo diferente. Mas quando a igreja era jovem, essa hospitalidade era extremamente primordial. O dever e privilégio de ministrá-la recaíam naturalmente sobre o bispo ou pastor. O espírito essencial do ato é tão importante hoje como era outrora. Igualmente essencial e até mais importante é a sétima qualidade que Paulo menciona: Apto para ensinar (2). Pelo visto, nem todos os pastores eram empregados no ministério de ensino. E o que mostra 5.17: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina”. Mas a aptidão para ensinar era rendimento certo para o ministro cristão. Era importante então como é hoje. Sempre haverá indivíduos que possuem maior capacidade nesta ou naquela área que outros, mas certa habilidade para ensinar é de extrema necessidade ao ministério completo e frutífero. J. Glenn Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 469-470.].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Os ministros de Cristo são dados por Deus à Igreja. Eles devem manifestar um caráter que honre ao Pai e que, igualmente, demonstre o compromisso com o ministério da Palavra.

CONCLUSÃO
Os sacerdotes levavam os israelitas até a presença de Deus. O sacerdócio de Arão apontava para o sacerdócio perfeito de Cristo. Atualmente, todos os que creem em Jesus e no seu sacrifício na cruz foram feitos, pela fé, reis e sacerdotes do Deus Altíssimo (1Pe 2.5,9). Você é um representante de Deus aqui na terra, e nessa posição, você tem levado outros até Cristo? [Comentário: Em síntese, o sacerdote deveria ministrar no santuário perante Deus e ensinar ao povo a guardar a Lei de Deus. E eventualmente, ele também tomava conhecimento da vontade divina em situações muito difíceis por meio da consulta ao Urim e Tumim (Êx 29.10; Nm 16.40; 27.21; Ed 2.63). No Novo Testamento, o Sumo Sacerdote é Cristo, que através do Seu sacrifício acabou com a necessidade de novas ofertas e sacrifícios (Hb 7.1-8.13); e todos os cristãos são sacerdotes (Ap 1.6; 5.10). Aliás, a Bíblia diz que originalmente Deus desejava tornar a nação de Israel, como um todo, em um reino sacerdotal (Êx 19.6). Há características do ministério sacerdotal que são, de forma geral, princípios válidos para todo ministro do Senhor até hoje. As características gerais do ministério sacerdotal são: chamado divino (Hb 5.4); purificação (Êx 29.4); unção e santificação (Lv 8.12); submissão (Lv 8.24-27) e vestes santas para glória e ornamento (Êx 28.2; 29.6,9). Tais características resultam do caráter regenerado pela mensagem do Evangelho].“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,

Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero,
Domine,
prompte et sincere!

Recife-PE
Março de 2014.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

GOWER, R. Novo Manual dos Usos & Costumes dos Tempos Bíblicos. 2 ed., RJ: CPAD, 2012.
CARLSON, R.; TRASK, T. E. et al
Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3 ed., RJ: CPAD, 2005.

EXERCÍCIOS

1. Quem Deus ordenou que Moisés separasse para o sacerdócio?
R. Arão e os seus filhos.
2. O sacerdócio de Arão apontava para qual Sacerdócio?
R. O sacerdócio de Arão apontava para Cristo.
3. Qual era a principal função do sacerdote?
R. Sua principal missão era apresentar o homem pecador diante do Deus santo.
4. O que era o éfode?
R. O éfode era um tipo esmerado de avental bordado, unido nos ombros e ligados por uma faixa na cintura.
5. Quais as qualificações que você acredita que são indispensáveis àqueles que almejam o santo ministério?
R. Resposta pessoal.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2014 - CPAD - Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé Solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.