sábado, 4 de outubro de 2014

Lição 1: Daniel, Nosso “Contemporâneo”





Lição 1

5 de Outubro de 2014


Lição 1: Daniel, Nosso “Contemporâneo”


TEXTO ÁUREO

“Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, que entenda)” (Mt 24.15).


VERDADE PRÁTICA

Daniel é um exemplo de perseverança na fidelidade a Deus e de integridade moral, estimulando-nos a confiar no projeto divino.


HINOS SUGERIDOS

58, 61, 84.


LEITURA DIÁRIA

Segunda - Gn 3.15
A primeira profecia escatológica
S
Terça - Gn 22.18; 26.4; 28.14; 49.10
A promessa para Abraão
T
Quarta - Is 7.14; 9.6; 42.1-4; 52.13-15
A predição da vinda do Rei e Redentor
Q
Quinta - Dn 2.44,45; 7.13,14
A predição do reino vindouro
Q
Sexta - Jr 23.3; Is 11.11; Ez 37.1-11
A promessa de restauração de Israel
S
Sábado - Mt 24.15
Jesus cita Daniel
S


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Daniel 1.1,2; 7.1; 12.4.
Daniel 1
1 - No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei de Babilônia, a Jerusalém e a sitiou.
2 - E o Senhor entregou nas suas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e uma parte dos utensílios da Casa de Deus, e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e pôs os utensílios na casa do tesouro do seu deus.

Daniel 7
1 - No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua cabeça; escreveu logo o sonho e relatou a suma das coisas.

Daniel 12
4 - E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará.
OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Conhecer panoramicamente o livro de Daniel.
  • Explicar a autoria e a história por trás do livro de Daniel.
  • Compreender os fatos que propiciaram o exílio na Babilônia.
PALAVRA CHAVE
Providência: Ação pela qual Deus conduz os acontecimentos e as criaturas para o fim que lhes for destinado.
COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Dada a importância do livro de Daniel, nós o estudaremos sob a perspectiva da escatologia bíblica. Indiscutivelmente, Daniel é um profeta bíblico que não ficou restrito ao passado. Ele é contemporâneo! O seu nome, a sua vida e obra são um exemplo de perseverança em Deus. Embora vivendo em circunstâncias adversas e numa cultura pagã, Daniel não perdeu a fé no Deus Altíssimo e o vínculo com o seu povo. O capítulo 24 do Evangelho de Mateus revela um dos mais importantes discursos proféticos de Jesus. Ali, o Mestre de Nazaré cita o profeta Daniel (v.15). Conquanto as profecias de Jesus nos remetam ao contexto de Israel, as evidências proféticas descritas em Mateus 24 não se aplicam apenas à história do povo judeu, mas igualmente à todas as etapas da história humana como descrita no livro de Daniel. [Comentário: Neste último trimestre estudaremos o incomparável livro de Daniel, e estaremos em contato com alguns dos temas de profecia mais importantes. Daniel, estadista na corte de impérios pagãos da Babilônia e da Pérsia, criado e formado no palácio do reino de Judá, não exercia nenhuma atividade religiosa, já que não era da família sacerdotal, nem era um profeta. Entretanto, sua fidelidade a Deus e o seu temor demonstrado, deu-lhe o privilégio de ser alguém que Deus revelaria coisas profundas acerca do futuro do seu povo exilado na Babilônia. A vida e o ministério de Daniel, o profeta e estadista, desenvolveram-se em meio a grandes mudanças e transformações sociais, religiosas e políticas do mundo de então. Com o desaparecimento do Império Assírio em 606 a.C., entra no cenário o poderoso Nabucodonosor que se tornou um dos mais famosos reis de todo o “Crescente Fértil”, cujo reinado durou 43 anos. Nesse período, Nabucodonosor foi um imperador tenaz e conquistador, além de ter restaurado cidades e templos em ruínas, ele construiu canais, represas e portos, contribuindo com a civilização daquela época. Foi ele que conquistou nações e, entre as quais, o reino de Judá e seus príncipes e sábios. Daniel, Ananias, Misael e Azarias foram os jovens levados cativos, dos filhos de Judá, para o Palácio da Babilônia. A estes quatro jovens, Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras, e, a Daniel, deu entendimento em toda a visão e sonhos (Dn 1.17). A contemporaneidade de Daniel diz respeito ao fato de que as visões e revelações concedidas por Deus a ele têm uma abrangência profética aos nossos tempos. Desde o período do cativeiro babilônico, passaram-se aproximadamente 2.500 anos (550 a.C. — 2.014 d.C.) e o profeta Daniel é, indiscutivelmente, um profeta que não ficou restrito ao passado. Daniel é um profeta para nossos tempos; é um profeta contemporâneo. O nome, a vida e a obra do profeta Daniel são um exemplo de um homem que, mesmo estando em circunstâncias adversas, em meio a uma cultura pagã, não perdeu o vínculo com o seu povo e com a sua fé em Deus. No Evangelho de Mateus temos um dos mais importantes discursos proféticos de Jesus no qual Ele cita o profeta Daniel (Mt 24.15). As profecias de Jesus tinham um caráter especial porque se referiam essencialmente ao povo de Israel. Entretanto, podemos perceber que as evidências proféticas não se restringiam apenas a Israel, mas tinham e têm um alcance e abrangência à toda a humanidade. A preocupação de Jesus era responder a algumas questões que os judeus faziam quanto à vinda do Messias para estabelecer o seu Reino na terra. Alguns biblicistas e pesquisadores da história bíblica, ao analisarem o livro de Daniel do ponto de vista histórica-crítica, criaram dificuldades para aceitar o conteúdo profético e teológico do livro de Daniel. Porém, o cumprimento de algumas das profecias na história de Israel, não só deram credibilidade ao livro, como serve de base para o cumprimento do restante da profecia para o “fim do tempo” (Dn 8.17). Portanto, o livro de Daniel não pode ser relegado a um papel secundário no cânon das Escrituras. A igreja de Cristo reconhece o valor da história e da profecia desse livro e proclama a Fé no Deus Todo-Poderoso que controla e domina a história. Para entendermos o livro de Daniel em termos de história e profecia, precisamos conhecer alguns elementos que dão consistência ao seu estudo. Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 17-19] Convido você para mergulharmos mais fundo nas Escrituras!

I. A HISTÓRIA POR TRÁS DO LIVRO DE DANIEL

1. A formação histórica de Israel. A história do povo judeu começa com Abraão e Sara (Gn 12.1-3). Eles tiveram um filho chamado Isaque, o filho da promessa de Deus (Gn 15.4; 17.18; 21.1-3). Isaque, por sua vez, gerou dois filhos, Esaú e Jacó. Do segundo filho, Jacó, surgiu um clã de 12 filhos. O clã cresceu e multiplicou-se e, posteriormente mudou-se para o Egito. Ali a família de Jacó aumentou em número, tornando-se um povo altamente abundante em terra estrangeira. A partir de então, formou-se Israel, a futura nação projetada por Deus. Mas com o passar do tempo a família judaica perdeu as benesses que desfrutava nos anos do rei egípcio que respeitava a liderança e a história de José no Egito. Entretanto, através de uma intervenção divina, e sob a liderança de Moisés, os israelitas saíram do Egito e peregrinaram pelo deserto até a terra de Canaã por quarenta anos. A partir da libertação egípcia, Israel viveu sob a égide de um governo teocrático, isto é, governado diretamente por Deus e através de homens chamados por Ele para esta função. [Comentário: Deus deu início a uma nação separada para Si chamando Abraão para andar em Sua presença. Deus, em sua presciência escolheu Abraão, um dos personagens mais extraordinários da Bíblia Sagrada, para ser o protótipo de um projeto que o colocaria na história. Abraão e sua mulher Sara (Gn 12.1-3) seriam o ponto de partida para o cumprimento desse projeto. De Abraão sairia uma família, uma raça, uma etnia especial que representaria os interesses de Deus na terra. Abraão e Sara, na sua velhice, geraram um filho especial chamado Isaque, o filho da promessa (Gn 15.4; 17.18; 21.1-3). Isaque se casa com Rebeca e gera dois filhos, os gêmeos Esaú e Jacó. Do segundo filho Jacó, com uma prole de 12 filhos foi formada uma nação, a nação projetada por Deus. A família de 12 filhos cresceu e, por esse modo, os desígnios de Deus para a semente de Abraão se cumpriam historicamente. Obedecendo ao propósito divino, esta família mudou-se, posteriormente, para o Egito. Naquela terra, a família aumentou em número tornando-se um povo gigantesco. Com a morte do antigo Faraó e morto, também, José, a família proliferou-se na terra do Egito, mas perdeu as benesses do tempo de José e passaram a viver como escravos por quatrocentos anos, até que Deus os tirou do Egito com mão forte e poderosa. Os filhos de Jacó tornaram- se conhecidos como os filhos de Israel. Saíram do Egito, por uma intervenção divina e viveram no deserto por quarenta anos sob a liderança de Moisés. A partir de então, esse povo viveu sob a égide de um governo diretamente de Deus, um governo teocrático, através de homens chamados para esse mister. Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 19-20. Hernandes Dias Lopes, escreve em sua obra DANIEL Um homem amado no céu (Editora Hagnos): A família tornou-se uma nação. Esta desceu ao Egito, onde permaneceu quatrocentos anos. Deus tirou Israel do cativeiro com mão forte e poderosa. Dez pragas vieram sobre o Egito, desbancando as divindades do maior império do mundo. Israel perambulou no deserto quarenta anos sob a liderança de Moisés. Durante sete anos conquistou a terra, sob a liderança de Josué. Surge a Teocracia no período dos juízes. Esse tempo durou cerca de trezentos anos, quando Israel oscilou entre pecado, juízo, arrependimento e restauração. Depois da Teocracia veio a Monarquia. Cento e vinte anos de Reino Unido sob Saul, Davi e Salomão. Com a morte de Salomão em 931 a.C., sob o governo de seu filho Roboão, o reino se dividiu em: reino do Norte e Reino do Sul. O Reino do Norte, formado por dez tribos teve dezenove reis, com 8 dinastias (uma sequência de governantes considerados como membros da mesma família). Por causa de sua obstinação e desobediência foram levados cativos em 722 a.C., pela Assíria, e jamais foram restaurados. O Reino do Sul, formado pelas tribos de Judá e Benjamim, procedia da dinastia davídica. Esse reino teve vinte reis e experimentou altos e baixos, momentos de glória e tempos de calamidade, reis piedosos no trono e reis perversos e maus. Esse reino alternou momentos de volta para Deus e momentos de rebeldia. Porque o povo abandonou a Deus e não quis ouvir sua Palavra, Deus enviou seu juízo sobre a nação. Os caldeus vieram contra eles, e Deus os entregou nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia. LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 18-19.].

2. O governo teocrático. Moisés morreu e o seu substituto foi Josué. Sob o seu comando, Israel conquistou a terra de Canaã e instituiu um governo em que a autoridade governamental vinha de Deus — a teocracia. Esse período perdurou aproximadamente trezentos anos, incluindo o período dos juízes. Foi um tempo difícil porque Israel afastou-se da direção divina e “cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (Jz 21.25).[Comentário: Teocracia (do grego Teo: Deus + kratos: governo) é o sistema de governo em que as ações políticas, jurídicas e policiais são submetidas às normas de alguma religião. O poder teocrático pode ser exercido direta ou indiretamente pelos clérigos de uma religião http://pt.wikipedia.org/wiki/Teocracia. Atualmente, Israel que é oficialmente um Estado judeu (Israel opera sob um sistema parlamentar como uma república democrática com sufrágio universal, mas o judaísmo recebe privilégios do governo, por representar 81% da população israelita). Frequentemente descrito como sendo um Estado teocrático. Durante o período que Israel caminhou pelo deserto, o povo aprendeu a depender de DEUS sob uma liderança teocrática através de Moisés. Quando Moisés morreu, Deus levantou Josué para substituí-lo e, sob o seu comando, Israel conquista a terra de Canaã. O período seguinte corresponde o dos juízes que dura aproximadamente trezentos anos, quando o governo teocrático continua. O período dos Juízes foi um período difícil porque Israel afastou-se da direção divina preferindo a Monarquia. Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 20. Pfeiffer vai dizer que “Um dos principais elementos da aliança entre Deus e Israel é a soberania de Deus. Este fato tem sido explicado e enfatizado nos últimos anos pela descoberta de algumas semelhanças entre a escravidão hitita, ou tratados de suserania, e a aliança de Israel com Deus (veja Meredith Kline, Treaty ofthe Great King, Eerdmans, 1963). No NT, a ideia do governo de Deus é tirada da esfera política, e se torna um sinônimo do reino de Deus, que é constituído pelo governo de Deus entre os cristãos (e dentro de cada cristão), mas que só poderá ser visto literalmente no final, quando Jesus Cristo retornar para inaugurar o reino milenial”. PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1909]

3. O governo monárquico. O reino de Israel esteve sob a liderança de Saul, Davi e Salomão por cento e vinte anos. O rei Salomão morreu em 931 a.C. marcando assim a decadência política, moral e religiosa da monarquia. Roboão, o seu filho, assumiu o reino, mas acabou dividindo-o em dois: o do Norte e o do Sul. O reino do Norte constituía-se de dez tribos. O do Sul, de apenas duas tribos, Judá e Benjamim. No ano de 722 a.C. o Império Assírio dominou o reino do Norte e subjugou o seu rei, os príncipes e todo o povo. O reino do Sul teve momentos de glória, mas igualmente de calamidades. Constituído por alguns reis piedosos e outros ímpios, acabou por ser invadido pelo Império da Babilônia. Entre os anos 606 a.C. e 587 a.C., Nabucodonosor levou em cativeiro os nobres de Jerusalém: príncipes, intelectuais e homens de guerra, etc., deixando em Judá apenas os pobres e os deficientes. Toda esta história propiciou a intervenção divina na vida de Israel para preservação do projeto original de Deus. [Comentário: Não era a vontade divina que Israel tivesse um rei como as outras nações? Embora o rei para eles não fosse uma escolha errada em si, os israelitas estavam exigindo isso de maneira equivocada. O povo claramente expôs seus motivos para querer um rei. Primeiro, os hebreus queriam seguir as práticas das nações vizinhas (1 Sm 8.5). Segundo, eles queriam um rei para liderá-los nas batalhas (1 Sm 8.20). Ambas as razões apontavam para a rejeição a Deus como seu Rei (1 Sm 8.7). O Senhor demonstrou em inúmeras ocasiões que Ele pelejaria as batalhas de Israel. Desde a miraculosa queda das muralhas de Jericó (Js 6.20) até a fuga do exército dos midianitas de Gideão (Jz 7.19-22), Deus livrou o Seu povo inúmeras vezes dos seus inimigos. Por que os israelitas precisariam de um rei agora para liderá-los nas batalhas? Além disso, Deus deu ao povo a Sua Palavra, os profetas e os juízes para guiá-lo. Mas a trágica história dos juízes demonstra que o povo de Deus ignorou a Sua orientação e aderiu às práticas de seus vizinhos (Jz 3,7). Mais uma vez, os hebreus estavam seguindo seus vizinhos, em vez de seguir o Deus vivo e a Palavra que Ele tinha dado a eles. Embora Samuel tenha claramente lhes falado sobre o alerta de Deus, eles teimaram e preferiram a sua própria vontade em detrimento da vontade o Senhor. Por fim, Deus permitiu que os israelitas tivessem o que queriam. O Senhor lhes deu um rei como aqueles vistos nas outras nações. O alto e belo Saul teria sido a escolha perfeita para um rei. Mas, mediante o reinado trágico de Saul, Deus ensinou aos israelitas que eles precisavam de um rei que não fosse igual aos reis das outras nações. Eles precisavam de um rei que obedecesse à Palavra de Deus, em vez de seguir a sua própria vontade; um rei que confiasse no Senhor, e não em si mesmo. À sombra dos erros de Saul, Deus treinou o jovem Davi para andar nos Seus caminhos de maneira que ele pudesse finalmente liderar a nação em retidão. EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 468. ]
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Deus chamou Abraão e a partir dele deu início à história do povo judeu.

II. OS FATOS QUE PROPICIARAM O EXÍLIO NA BABILÔNIA

1. O contexto político do reino de Judá. Em 606 a.C. Nabucodonosor invadiu Jerusalém e, além da nobreza, tomou da cidade todos os utensílios do Templo: ouro, prata e pedras preciosas. Jeoaquim, rei de Judá, não resistiu e tornou-se tributário da Babilônia, perdendo o domínio do seu reino e também a confiança dos seus valentes. Entre os cativos expatriados para Babilônia estava o profeta Ezequiel (Ez 1.1-3). O exército de Nabucodonosor destruiu o Templo, saqueou Jerusalém e arrasou política, moral e espiritualmente o reino de Judá. Babilônia se impôs como império por mais de quatro décadas. Israel foi humilhado, passando de nação próspera à tributária da Babilônia![Comentário: Russell Norman Champlin escreve em sua obra intitulada “Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo” (Editora Hagnos), que “Antes do cativeiro babilônico de Judá, houve o cativeiro assírio que envolveu a nação do norte, Israel. A queda de Samaria, capital do reino do norte, ocorreu em 722 a.C. O domínio assírio sobre Judá começou em 721 a.C., quando caiu o reino do norte, mas Judá nunca se tornou uma província assíria, embora tivesse pago tributo regularmente aos reis assírios. Com o surgimento do reino caldeu, sob Nabucodonosor (605— 562 a.C.), a situação de Judá piorou rapidamente. Em 598 a.C., Nabucodonosor invadiu Judá e levou para o cativeiro o seu rei, Jeoaquim, e muitos dos principais cidadãos dessa nação. O trecho de II Reis 24.15 mostra-nos que Ezequiel se encontrava entre esses exilados. Os eruditos discordam quanto ao modo geral e ao número das deportações. Presumivelmente, antes disso, em cerca de 605 a.C., houve outra deportação, de tal modo que a deportação de Ezequiel foi a segunda de três deportações. Na Babilônia, Ezequiel continuou a advertir aos que tinham sido deixados na Judéia de que o pior ainda estava por vir. Os pecados nacionais, mormente a idolatria, eram as causas espirituais de todos esses infortúnios. O governo de Zedequias, em Judá, sob as ordens de Nabucodonosor, foi incapaz de controlar os rebeldes líderes do estado judeu. A revolta irrompeu contra o domínio estrangeiro, em 588 a.C.. Nabucodonosor não perdeu um instante. Em 586 a.C., a terra inteira de Judá jazia arruinada, Jerusalém estava destruída e saqueada e o templo não existia mais. E muitos outros milhares de judeus foram então deportados (na terceira deportação)”. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3197]

2. Israel no exílio babilônico. Quando uma liderança perde a intimidade com Deus e, por consequência, a credibilidade entre os homens, como aconteceu com os últimos reis de Israel e de Judá, a tragédia espiritual e moral é inevitável. O cativeiro de 70 anos na Babilônia, profetizado por Jeremias, foi cabalmente cumprido (2Cr 36.21). Por outro lado, Deus nos ensina a conhecer os seus desígnios. Foi no exílio babilônico que Israel aprendeu a conhecer a Deus e não aceitar outro deus em seu lugar. O cativeiro propiciou a volta do povo de Deus à comunhão com o Altíssimo. A partir desse panorama histórico compreenderemos o livro do profeta Daniel. Para isto, precisamos igualmente conhecer os aspectos gerais e a importância do livro e da pessoa do chamado “profeta do cativeiro”.[Comentário: Os caldeus mataram jovens e velhos sem demonstrar misericórdia, demoliram completamente o Templo e a cidade e levaram o povo cativo para a Babilônia. Só então a terra passou a ter os sábados de descanso. Estas palavras de Jeremias sugerem que o ano sabático não foi observado durante o período da monarquia. Elas lembraram o povo de que havia pelo menos duas razões para o cativeiro: (1) a idolatria; e (2) a falha em manter o ano do jubileu. Por esta razão o cativeiro (606-536 a.C.) deveria durar setenta anos - um sábado de repouso (cf. Jr 25.12; 29.10). Robert L. Sawyer. Comentário Bíblico Beacon I e II Crônicas. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 475. Elienai Cabral, em obra de apoio à revista deste trimestre, Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje(Editora CPAD), escreve: “No plano geral da revelação divina o livro de Daniel ocupa um lugar de suma importância. Sua parte histórica é cheia de experiências marcantes que revelam a soberania de Deus e o seu cuidado com aqueles que lhe são fieis. A parte profética contém predições escatológicas cujo cumprimento ainda não tem chegado. Essa parte ocupa os últimos seis capítulos os quais trazem o registro de quatro visões proféticas dada especialmente a Daniel. Essas visões apresentam figuras simbólicas dos reinos gentílicos envolvendo tempos distintos nos quais Deus fará valer sua soberania no mundo, especialmente, com as nações que unirão para massacrar a Israel no tempo do Fim. Algumas dessas profecias já tiveram seu cumprimento na história e outras que se cumprirão no tempo que Deus estabeleceu para se cumprirem. Ao longo do estudo dessas profecias constataremos essas predições. As visões, portanto, se estendem para o futuro”.Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 23.]

SINOPSE DO TÓPICO (2)
O povo de Deus se rebelou contra o Senhor e como não se arrependeu, sofreu com o exílio na Babilônia.

III. DANIEL, O AUTOR E O LIVRO

1. O homem Daniel. Há pouca informação histórica sobre a família de Daniel, senão a de que ele era da linhagem real de Israel (Dn 1.3). Levado para a Babilônia ainda muito jovem, Daniel destacava-se como um judeu inteligente e bem instruído. Ele possuía firmes convicções no Deus de Israel e era contemporâneo de dois importantes profetas da nação israelita: Jeremias e Ezequiel. Certamente esses profetas deixaram seus exemplos como legados para a vida do jovem Daniel. Em 597 a.C., Ezequiel havia sido levado para a Babilônia (Ez 43.6,7). Ali esse experiente profeta chega a citá-lo em seu livro, descrevendo Daniel como um homem de sabedoria e de justiça (Ez 14.14). [Comentário:Daniel "assentou em seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia" (1.8). Como uma concessão ao seu pedido, Daniel e seus amigos tiveram permissão de apenas comer vegetais e beber água durante dez dias, e demonstraram ter ficado mais saudáveis que os demais companheiros. Os supervisores perceberam que esses jovens judeus possuíam grande habilidade e sabedoria. Ao final de seu período de treinamento foram reconhecidos pelo rei como superiores a todos os homens sábios da corte real. Através da divina revelação, Daniel contou o sonho que o rei havia esquecido e também deu a interpretação, que incluía a destruição do reino de Nabucodonosor (Dn 2). O rei elogiou Daniel, honrou o seu Deus e o recompensou com presentes preciosos (2.46,47) e também "o pôs por governador de toda a província de Babilônia, como também por principal governador de todos os sábios de Babilônia" (2.48). Mais tarde, Daniel interpretou outro sonho de Nabucodonosor e disse ao rei que, durante algum tempo, ele perderia seu trono, mas que este seria recuperado depois que ele tivesse se humilhado completamente (Dn 4). Deus revelou, através de Daniel, certos aspectos do reino messiânico que poderiam interferir no curso da história e da eternidade. Mais de 20 anos (561-539 a.C.) nada foi registrado a respeito de Daniel; pode ser que ele tenha perdido sua posição e o favor real. Então, na festa de Belsazar (q.v), que era o co-regente com seu pai Nabonido, a rainha (provavelmente mãe de Belsazar, e filha de Nabucodonosor) lembrou-se de Daniel, que foi convocado para interpretar uma estranha inscrição na parede (Dn 5.10-28). De acordo com sua interpretação, a Babilônia seria conquistada naquela noite (539 a.C.) por Dário, o medo. Embora a história secular não tenha, até o momento, conhecido um personagem medo com o nome de Dário, ele foi identificado por competentes estudiosos como sendo Gobryas, governador da Babilônia no reinado de Ciro (John C. Whitcomb, Darius the Mede). Dário reconheceu a habilidade de Daniel e o fez chefe de um conselho de três presidentes e "pensava constituí-lo sobre todo o reino" (Dn 6.3). Em sua religião, Daniel manifestava a mesma fidelidade incondicional. Ele desafiou o decreto de Dário e orava a Deus ao invés de fazer petições ao rei. Foi lançado na cova dos leões e milagrosamente salvo (Dn 6). Ele nunca transigiu as suas convicções, nem hesitou em sua lealdade a Deus. Viveu até o terceiro ano do reinado de Ciro (536 a.C), chegando, provavelmente, a 90 anos de idade e ainda bastante ativo. Ezequiel se referia a Daniel como um homem de grande sabedoria e piedade (Ez 28.3) e o colocava ao lado de pessoas tão dignas quanto Noé e Jó (Ez 14.14,20), homens de renomada virtude. Jesus se referiu a Daniel pelo menos uma vez (Mt 24.15). PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 519-520.].

2. A importância do livro. O livro de Daniel possui dois conteúdos: o histórico e o profético. No plano geral da revelação divina, o livro de Daniel ocupa um lugar de suma importância. Do capítulo 1 ao 6 o conteúdo é histórico, e do 7 ao 12, profético. O conteúdo histórico do livro contém experiências que revelam a soberania e o cuidado de Deus para com aqueles que lhe são fiéis. Já o conteúdo profético traz predições escatológicas, em sua maioria, ainda não cumpridas. Por este último conteúdo cremos na “contemporaneidade” de Daniel. [Comentário: O livro também mostraria que Deus, embora juiz dos judeus, já que os deixou ir para o exílio, haveria de restaurá-los, por causa de sua misericórdia. Naturalmente, o arcabouço histórico poderia ter sido utilizado pelo autor como uma lição objetiva, destinada a um povo posterior, que estivesse enfrentando um conjunto inteiramente diverso de dificuldades. O Comentário Bíblico Beacon afirma que “O livro de Daniel foi um livro para Daniel e para o atribulado povo remanescente de Deus dos seus dias, mas esse também é um livro para todas as gerações, designado para manter a história em perspectiva. O livro continua sendo relevante para os nossos dias. Certamente, estamos mais próximos do tempo da consumação do Reino de Deus do que qualquer povo que viveu antes de nós. Em dias de profunda escuridão e conflitos cruciais, vamos extrair esperança e coragem da mensagem transmitida a Daniel”. Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 500.]

3. A autoria e as características do livro. Indiscutivelmente, foi o próprio Daniel quem escreveu o livro entre os anos 606 e 536 a.C. Ele iniciou sua obra escrevendo na Babilônia e, posteriormente, encerrou-a no palácio de Susã (Dn 8.2). O livro contém doze capítulos, majoritariamente escrito em hebraico, excetuando a seção 2.4 até 7.28, que foi escrita em dialeto aramaico. Além de histórico, o livro de Daniel contém revelações proféticas cumpridas e outras que ainda vão se cumprir no futuro. São revelações concernentes ao povo de Israel e aos gentios. Deus revelou a Daniel o futuro das nações através da linguagem alegórica. Portanto, pode-se classificar o livro de Daniel como gênero apocalíptico porque desvenda o futuro do mundo trazendo esperança para o povo de Deus, pois ali, Israel é o ponto convergente dos fatos futuros. [Comentário: Desde a antiguidade a tradição judaico-cristã tem declarado que Daniel escreveu esse livro durante o exílio no século 6 a.C. O fato de os homens da Grande Sinagoga terem escrito o livro de Daniel durante o período de Esdras e Neemias, de acordo com o Talmude, significa apenas que eles o copiaram. O livro pretende revelar uma historia séria e afirma que Daniel pronunciou as profecias ali contidas. JESUS referiu-se à "abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel" em Mateus 24.15. Até o momento, a opinião tradicional tem sido seriamente questionada. O livro provavelmente data do século VI. A descoberta do nome de Belsazar (q.v.) nas tábuas de argila da Babilônia, e a provável identificação feita por Whitcomb em relação a Dário, o medo (q.v.) com sendo Gubaru (em grego, Gobryas), foram muito longe para reivindicar a precisão histórica desse livro para o século VI. Supostos problemas linguísticos e exegéticos têm sido mais que adequadamente respondidos por estudiosos conservadores (SOTI, pp. 368ss.). Fragmentos de Qumran do livro de Daniel (150 a.C.) também estão exercendo forte pressão para localizar a data de sua autoria dentro de uma opinião conservadora.PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 520-522.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Umas das razões da importância do livro de Daniel está no fato de que, em sua maioria, as predições escatológicas ainda não se cumpriram.

CONCLUSÃO
O livro de Daniel nos mostra o compromisso de um homem que se dispõe a servir a Deus, mantendo a sua integridade moral e espiritual sem fazer concessões ao sistema idólatra e opressor da Babilônia. Aprendemos igualmente que a história humana não é casual, mas dirigida pelo Deus soberano, que faz todas as coisas contribuírem para o bem daqueles que amam ao Senhor. [Comentário: O livro de Daniel consolida a literatura apocalíptica e trata sobre a soberania de Deus em um mundo hostil a Ele. O que o livro de Daniel nos ensina sobre o Deus que adoramos? Tome como exemplo as profecias contidas nele — as que já se cumpriram e as que ainda se cumprirão. De maneira bem vívida, elas mostram que YAHWEH é Aquele que cumpre a palavra! (Is 55.11).]
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere!

Hoje, em Campina Grande-PB
Outubro de 2014.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, Roy (Ed). Teologia do Antigo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2013
EXERCÍCIOS
1. Com quem tem início a história do povo judeu?
R. A história do povo judeu começa com Abraão e Sara (Gn 12.1-3).
2. Quantas tribos constituíam os reinos do Norte e do Sul?
R. O reino do Norte constituía-se de dez tribos. O do Sul, de apenas duas tribos, Judá e Benjamim.
3. Quanto tempo durou o cativeiro de Israel?
R. Setenta anos.
4. Daniel era contemporâneo de quais profetas?
R. De Jeremias e Ezequiel.
5. Quais são os dois conteúdos distintos do livro de Daniel?
R. O livro de Daniel possui dois conteúdos: o histórico e o profético.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Hermeneutico
“Uma correta interpretação de Daniel esclarece a revelação de que Deus tem um futuro para Israel. Um raciocínio crítico acerca da mensagem profética de Daniel cria uma concepção fictícia da importância do livro. Tamanho erro na interpretação exclui o significado das profecias e torna o livro de Daniel em um conto de fadas.
O livro de Daniel é a chave de todas as profecias bíblicas. Sem ele, remotas revelações escatológicas e seu escopo profético são inexplicáveis. As grandes profecias do Senhor, no discurso do monte das Oliveiras (Mt 24,25; Mc 13; Lc 21), bem como 2 Tessalonicenses 2 e o livro de Apocalipse (ambos mencionam o Anticristo de Daniel 11), só podem ser compreendidas com a ajuda das profecias de Daniel” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2013, p.175).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Hermenêutico
“Uma correta interpretação do livro de Daniel
A fim de interpretar corretamente Daniel, duas premissas são relevantes: (1) O livro é genuíno e foi escrito pelo profeta Daniel no século VI a.C. Muitos críticos afirmam que o livro de Daniel faz parte daquilo que conhecemos como literatura apocalíptica, que veio a surgir já no período helenístico. Eles sustentam que fraudes de autoria e data são comuns neste gênero literário. Tais suposições racionalistas são, contudo, inaceitáveis. A interpretação de qualquer livro considerado apocalíptico não exige uma hermenêutica específica ou sistemas interpretativos especiais. Mudar sua hermenêutica é separar a profecia bíblica de seu cumprimento histórico. É uma tentativa liberal de se considerar a profecia como mito ou fantasia. (2) Uma interpretação precisa depende do fato de a profecia não ser apenas possível, mas também do fundamento dos verdadeiros e genuínos escritos bíblicos apocalípticos. As profecias levaram muitos supostos estudiosos a rejeitarem a genuinidade das visões de Daniel. Muitos críticos rejeitaram de forma cabal o que é claramente uma profecia predita. A única forma de explicarem a meticulosidade e a acurácia das profecias de Daniel é relegando-as a uma época posterior e a um outro autor” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2013, p.175)

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Daniel, nosso contemporâneo
O livro de Daniel foi (e talvez ainda seja) objeto de algumas controvérsias entre os teólogos. Não por acaso, um crente batista, Willian Miller (ou Guilherme Miller), no ano de 1831, através de uma série de cálculos, popularizou a interpretação de Daniel 8.14 cujo resultado previa a volta de Jesus em 22 de Outubro de 1844. Miller errou na interpretação e até hoje o nosso Senhor não veio!
Anteriores a Willian Miller, outros intérpretes chegaram às conclusões semelhantes: o Jesuíta Manuel Lacunza (1731-1801); o jurista mexicano, Gutierry de Rozas (1835); Adam Burwell, missionário canadense da sociedade para propagação do Evangelho (1835); R. Scott, padre anglicano e, em seguida, pastor Batista (1834); o missionário inglês, Joseph Wolff (1829). Por que um livro bíblico, a Palavra de Deus, traria tantas discrepâncias?
O problema não está na Bíblia, mas em quem a interpreta. Por isso, devemos considerar algumas informações ao iniciar o nosso estudo em Daniel:
Um relato histórico. O conceito conversador e tradicional de que o livro de Daniel é histórico e remonta os próprios dias do profeta era unânime até aparecer a crítica moderna da Bíblia. Ainda assim, não temos razões para mudar este conceito hoje.
O livro. O texto foi escrito em hebraico, entretanto, os capítulos da seção 2.4 a 7.28 foram redigidos em aramaico. Derivado da Caldeia, o aramaico era um idioma popular das relações internacionais do período imperial babilônico.
O Esboço. Este nos ajuda a compreender a unidade literária do livro de Daniel. A estrutura da obra bíblica consta assim: (I) História [1-6] e (II) Profecia [7-12].
(I) História: Daniel na Babilônia [1]; as duas imagens — o sonho e a estátua de Nabucodonosor [2 e 3]; Dois reis sob disciplina — o orgulho de Nabudonosor e a profanação de Belsazar [4 e 5]; O decreto de Dario [6].
(II) Profecia: As duas visões dos animais-impérios — os quatro animais / o bode e o carneiro [7 e 8]; A explicação das duas profecias — os 70 anos de Jeremias e os acontecimentos dos últimos tempos [9-12].
Propósito. Revelar o escape de Deus para o Seu povo, apesar das injustiças promovidas pelos impérios pagãos. O profeta Daniel mostra que o Senhor julgará os poderes políticos do mundo que institucionalizam a injustiça. Quando entendemos a unidade literária de Daniel os símbolos e as figuras apresentadas no livro tornam-se complementos do assunto central: a Soberania de Deus.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
-. Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2014 - CPAD - Jovens e Adultos; Título: Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja hoje. Comentarista: Elienai Cabral
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999;


Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Lição 8: O Cuidado com a Língua


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TEXTO ÁUREO
"Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo" (Tg 3.2).

VERDADE PRÁTICA
A nossa língua pode destruir vidas, portanto, sejamos cuidadosos com o que falamos.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Tiago 3.1-12

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave:
Língua: Nome de um dos membros do corpo situado na boca e de grande utilidade, auxiliar da mastigação, deglutição e participação na formação dos fonemas da fala; órgão responsável pela articulação dos sons.

Sabemos que a língua, referida aqui no texto, se relaciona a fala e é a maior porta de saída que temos do nosso homem interior. Os nossos sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato) é que passam toda a informação do mundo exterior. Somos “uma casa” com “portas ou janelas” (que são os sentidos) e a maior delas é a língua, pois por ela sai muita coisa louvável e também muita coisa ruim que pode danificar a vida. É através da língua que a alma é atingida e muitas vezes de modo incurável. Se temos esse membro em nós, e precisamos dele para viver, o assunto nos interessa, mesmo sendo “amargo”. A Bíblia nos diz que precisamos aprender a possuir o nosso corpo, o nosso espírito e a nossa alma; a língua, um membro do corpo, na sua atividade da fala, influencia diretamente a alma e pode afetar o espírito. Será que sabemos usar bem a nossa língua? Tiago orienta os irmãos da igreja acerca de suas palavras para ajudá-los a compreender e aplicar a vontade de Deus nesta área de suas vidas.

I. A SERIEDADE DOS MESTRES (Tg 3.1,2)
1. O rigor com os mestres. Na igreja primitiva, a responsabilidade do ensino era do mestre altamente respeitado e horado. Assim, alguns foram tentados para se tornarem mestre pelo desejo de se destacarem, para brilhar entre os outros irmãos. Por um lado, havia a possibilidade de que um mestre viesse a danificar o ensinamento com o seu ensino enquanto ministrava a Palavra. Eles poderiam levar a pessoa à destruição, ensinando uma falsa doutrina (2 Ts. 2:10-12). Portanto, seu intuito era advertir aqueles que estavam desejosos de ensinar na igreja e mostrar para alguns que já estavam ministrando o grande rigor divino para com eles.
É importante entender que Tiago não está desencorajando os irmãos  a se tronarem mestres. O Novo Testamento incentiva as pessoas a tomarem-se mestres das boas-novas. Jesus ordena, por exemplo, que façamos discípulos de todas as nações e os ensinemos (Mt 28.19,20),  e o  escritor de Hebreus repreende seus leitores  por não  haverem se tomado mestres depois de um período de treinamento (5.12).Não apenas os judeus do tempo de Jesus (Mt 23.7), mas também a igreja primitiva, davam grande proeminência ao ofício do ensino. Um mestre tinha autoridade e influência, e muitas pessoas procuravam obter essa posição. Tiago adverte seus leitores a não desempenharem o papel de mestre, a menos que estejam plenamente qualificados. Ele se inclui na discussão e chama a atenção para o resultado que acabara vindo: “Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos céus” (Mt 5.19; ver  18.6). Portanto, ensinar é uma grande responsabilidade com consequências duradouras, pois, no dia do julgamento, Deus pronunciará o veredito (Rm 14.10-12).
2. A seriedade com os mestres na igreja (v.1). Tiago diz que se você quer ser um mestre precisa tomar um grande cuidado. Não que seja ilegítimo aspirar à liderança, sobretudo se Deus lhe deu essa capacidade. Mas saiba de uma coisa, o mestre terá um juízo maior. Quanto mais conhecimento e experiência você tem, mais responsável você se torna diante de Deus e dos homens. O critério do juízo vai ser mais rigoroso. O mestre professa conhecer, em elevado grau, a vontade de Deus e a sua revelação aos homens, e arroga-se o direito de conduzir os homens pelo caminho espiritual. Se ele falhar em seus deveres, mostrando-se indolente, ou pervertendo os mesmos, o seu julgamento será mais severo.  (Comparar esse pensamento com Lc 12.47). Ele será considerado responsável pelo seu doutrinamento (ver 1 Tim. 4.1  e  ss. e  6:3). Ele será responsabilizado por seu exemplo (ver 1 Co 11.1). Como um pai para seus filhos, assim é um mestre para com os demais irmãos na fé. Ele deve para eles três coisas principais: exemplo, exemplo, exemplo.
Um dos maiores problemas da Igreja evangélica brasileira é sua liderança. Mais e mais desejam se tomar mestres, e o fazem sem que haja critérios claros e sérios por parte das denominações, que colocam na liderança pessoas absolutamente despreparadas, que não foram treinadas nem provadas quanto à fé, à capacidade e às motivações. Tais mestres ocupam os púlpitos evangélicos e proferem palavras e discursos que envergonham o nome de Cristo diante do mundo; desviam os incautos, confundem os desavisados, confundem os crentes e espalham mentiras no meio do povo. Duro juízo cairá sobre eles.
3. Perfeição que domina o corpo (v.2). O perigo aumenta muito pelo fato de que todos tropeçamos em muitas coisas”. Tiago menciona um provérbio que significa que os cristãos não apenas pecam com frequência, mas também pecam de muitas maneiras diferentes. Esta verdade é reconhecida por toda a Escritura (2 Cr 6.36; Jó 4.17-19; Sl 19.3; Pv  20.9; Ec 7.20; Rm 8.46; 1 Jo 1.8. Dizendo “se alguém não tropeça em palavra”, Tiago focaliza um pecado especial que o preocupa: a língua solta. A necessidade de controlar a língua era bem conhecida no judaísmo e no cristianismo (Pv 10.19; 21:23; Ec 5.1). Tiago salienta aqui, como o fez em 1:26, a importância de controlar a língua, pois afirma a respeito de quem for capaz de domá-la:  “o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo”. Isto significa que tal pessoa é madura, tem  caráter cristão completo (1:4) e, assim, capacitada a enfrentar todas as provações e tentações, e a controlar todos os impulsos maus (1:12-15). É como disse Ben Zoma:“Quem é poderoso? Aquele que subjuga suas paixões”. Ou como perguntou Alexandre da Macedônia aos anciãos do sul: “Quem é o herói? Responderam-lhe: Aquele que controla suas paixões más”  . Tiago caminha um passo à frente dos rabinos. O controle dos maus impulsos é bom (e Paul concorda com Tiago, 1 Co  9.24-27), mas os impulsos mais difíceis de controlar são os da língua. Mantenha pura a fala, e o resto ser fácil; eis a marca do cristão maduro.
Obviamente que todos nós já falhamos, já tropeçamos em nossa própria língua. Quantas vezes já ficamos envergonhados de falar aquilo que não deveríamos ter falado, na hora em que não deveríamos ter falado, com a pessoa que não deveríamos ter falado, com a intensidade e o volume da voz que não deveríamos ter usado. Uma palavra falada é como uma seta lançada, não tem jeito de retorná-la. E como um saco de penas soltas do alto de uma montanha, não se pode mais recolhê-las.

II. A CAPACIDADE DA LÍNGUA (Tg 3.3-)                                                                                         
 1. As pequenas coisas no governo do todo (vv.3-5). A língua tem o poder de dirigir tanto para o bem como para o mal. Tiago usa duas figuras para mostrar o poder da língua: o freio e o leme (3.3,4). Para que serve um cavalo indomável e selvagem? Um animal indócil não pode ser útil, antes, é perigoso. Mas, se você coloca freio nesse cavalo, você o conduz para onde você quer. Através do freio a inclinação selvagem é subjugada, e ele se torna dócil e útil. Tiago diz que a língua é do mesmo jeito. Se você consegue controlar a sua língua, também conseguirá dominar os seus impulsos, a sua natureza e canalizar toda a sua vida para um fim proveitoso.
Tiago usa também a figura do leme. Um navio transatlântico é dirigido para lá ou para cá, pelo timoneiro, por meio de um pequeno leme. Imagine o que seria um navio sem o leme. Colocaria em risco a vida dos tripulantes, a vida dos passageiros e a carga que transporta. Isso seria um grande desastre. Sem leme, um navio seria um instrumento de morte, de naufrágio, de loucura. O leme, porém, pode conduzir esse grande transatlântico, fugindo dos rochedos, das rochas submersas e pode transportar em paz e segurança os passageiros, os tripulantes e a carga que nele está.
O que Tiago está dizendo é que se nós não controlarmos a nossa língua, nós seremos como um transatlântico sem leme e sem direção. Se não controlarmos nossa língua, vamos nos arrebentar nos rochedos, vamos nos destruir e vamos ainda destruir quem está perto de nós, porque a língua tem poder de dirigir para bem ou para o mal.
2. "A língua também é um fogo" (vv.6,7). Tiago agora enfatiza o potencial de destruição que a língua possui “vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia” — ela é traduzida tanto por quão grande como por pequeno. Usada deste modo na mesma sentença, ela alcança uma certa simetria antitética. Como figura, o rápido avanço destruidor do fogo era usado com frequência para transmitir uma advertência sobre o efeito de paixões desenfreadas. O Antigo Testamento compara o discurso de um tolo ao “fogo ardente” (Pv 16.27) e Siraque afirma que a língua “não tem poder sobre os homens piedosos, os quais não serão abrasados em suas chamas” (Eclesiástico 28.22 Bíblia Católica). A palavra traduzida por floresta (hylê) na Bíblia de Jerusalém (ARC traz “bosque”) pode ser uma referência ao matagal que cobria tantas colinas na Palestina, o qual, naquele clima seco do Mediterrâneo, poderia fácil e desastrosamente se incendiar. Quando a língua não é refreada, mesmo sendo pequena, também o resto do corpo provavelmente não terá controle nem disciplina.
O fogo é uma boa ilustração para explicar o grande efeito daquilo que falamos. A nossa fala tem muito poder destrutivo, como uma faísca em uma floresta. A língua é a porta através da qual a influência maligna do inferno pode se espalhar como um fogo que acende todas as áreas da vida que toca. Aqui, o corpo (Gr. soma) representa toda a pessoa. No entanto, também pode se referir à igreja. Ele compara a língua ao fogo no sentido de que está fora de controle e destrói tudo o que é combustível que se encontre no seu caminho.
Deduzindo o contexto parece melhor aceitar que Tiago tem o conceito de que a linguagem é um vasto sistema de iniquidade. Todas as características ruins de um mundo caído, sua ganância, sua idolatria, sua blasfêmia, sua sensualidade, sua inveja predatória, encontra expressão por meio da linguagem.
 3. Para dominar a língua. A língua não é apenas semelhante ao fogo, mas também a um animal perigoso. É uma fera irrequieta ("mal que não se pode refrear") que procura sua presa e depois a ataca e mata. Alguns animais são venenosos, como também algumas línguas são venenosas. O veneno é enganoso, pois trabalha de modo oculto e lento e, depois, mata. Quantas vezes uma pessoa maliciosa injeta um pouco de veneno em uma conversa, na esperança de que se espalhe e, por fim, chegue até a outra pessoa que desejava ferir? Como cristão que sou, tenho visto línguas venenosas causarem grandes estragos na vida de indivíduos, em famílias, em classes de Escola Dominical e em igrejas inteiras. Você soltaria leões famintos ou cobras atiçadas no meio do culto de domingo? Claro que não! Mas a língua incontida produz exatamente os mesmos resultados.
Tiago lembra que os animais podem ser domados e, aliás, o fogo também pode ser controlado. Um animal antes feroz pode ser domado e se tornar útil para o trabalho. O homem tem domado todas as formas superiores de vida animal sob seu controle. Por exemplo, as pessoas foram ensinadas a domar leões, tigres e macacos a fazê-los saltar através de aros. Eles foram ensinados a colocar papagaios e canários para falar e cantar. Treinam cobras. Eles treinaram golfinhos e baleias realizar acrobacias e tarefas diferentes. Os ancestrais tinha orgulho na capacidade dos seres humanos para domesticar e controlar o reino animal.
Tiago parece pessimista aqui quanto à possibilidade do domínio da língua, mas devemos nos lembrar de que isso só ocorre quando ela está inflamada pelo inferno (3.6). Muito embora as Escrituras nos advirtam, continuamente, sobre o poder da língua para fazer o mal, oferece-nos a possibilidade de dominá-la mediante o poder do Espírito. Tiago não desconhece essa possibilidade. Ele não coloca o domínio da língua absolutamente além do controle humano. Ele não considera a língua como um caso perdido. Nesse mesmo capítulo, mais adiante, ele vai falar das boas obras de sabedoria que os mestres podem ostentar e, entre elas, um uso adequado das palavras (3.13,17-18). O radicalismo de Tiago quanto à selvageria da língua se deve à ênfase que ele deseja dar, nesse momento, aos perigos que ela traz aos crentes em geral e aos mestres em particular.

III. NÃO PODEMOS AGIR DE DUPLA MANEIRA (Tg 3.10-12)
1. Bênção e maldição (v.10). Aqui Tiago resume o ponto dessa seção sobre a incoerência da religião superficial, ou seja, bênção e maldição procedem da mesma boca. Palavras de adoração e louvor a Deus são elaboradas pela mesma língua que, num outro momento, expele palavras que desejam o mal daqueles que Deus fez à sua semelhança. Na verdade nossa boca deveria ser reservada exclusivamente ao serviço a Deus. Quando entrava no santuário, o sumo sacerdote de Israel trazia na cobertura de sua cabeça as palavras: “Santo para o Senhor” (Êx 28.36; 39.30), ou seja, ele era propriedade de Deus e reservado exclusivamente ao serviço dele. Do mesmo modo nosso Senhor, que nos “comprou por preço” (1Co 6.20), visa praticamente “inscrever” a frase “Santo para o Senhor” em nossa vida, em especial sobre nossa língua e nossos lábios, declarando -nos pertencentes a ele e reservados exclusivamente para o seu serviço (Sl 51.17; 71.23). A carta de Tiago é pregação em prol da santificação, e da santificação também faz parte a nova natureza agradável a Deus.
Que bênção você poder usar sua língua como uma fonte de refrigério para as pessoas, para abençoá-las, encorajá-las e consolá-las. Como é precioso trazer uma palavra boa, animadora e restauradora para uma alma aflita.
2. Exemplos da natureza (vv.11,12). A fonte que jorra dois tipos de água. “Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?” (v.11). A resposta óbvia a esta pergunta é que uma mesma fonte não produz água doce e água amargosa. Da mesma maneira, a língua do cristão, diferente da língua do ímpio, não pode produzir dois tipos de palavras, a de bênção e a de maldição. Cada fonte produz um tipo de água., Um é o falar do cristão Outro é o falar do ímpio. O ideal divino para o cristão é que a sua palavra seja “temperada com o sal” do temor a Deus, para que saiba como convém responder a cada pessoa (Cl 4.6). A árvore que produz frutos segundo a sua espécie. “Pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos?” (v. 12). Por uma questão de sensatez todos hão de concordar que a figueira produz figos e não azeitonas, e que a videira produz uvas e não figos. Isto é, cada árvore produz frutos segundo a sua espécie, de acordo com a sua natureza. Através desta oportuna pergunta do apóstolo Tiago, o Espírito Santo dirige a nossa atenção no sentido de refletirmos no fato de que não deve haver duplicidade de frutos em nosso viver. Produza, então, o cristão o fruto que dele se espera.
Em seguida Tiago responde a sua pergunta afirmando: “Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce” (v. 12). Se pudermos tomar a fonte que produz água salgada como tipo do homem não regenerado, então a fonte de água doce seria um tipo do homem convertido, do crente. É desta fonte que o mundo precisa beber a água cristalina, que é a Palavra de Deus, ou seja, precisa ouvir boas palavras, palavras de consolo, de ajuda e de edificação. Agora, se nos falta essa palavra de esperança de quem o mundo ouvira?
3. Uma única fonte.  Como a água, nossas palavras também podem dar vida. Mas, se não for controlada, a água pode causar morte e destruição. Um grande exemplo disso foi visto em dezembro de 2004, um terremoto de magnitude 9,1 na costa da província indonésia de Aceh desencadeou um tsunami no oceano Índico, que causou a morte de cerca de 226 mil pessoas na Indonésia, Sri Lanka, Índia, Tailândia e outros nove países. "A morte e a vida estão no poder da língua" (Pv  18:21).
Quando, porém, nos inclinamos sobre uma fonte para beber um gole de água fresca, raramente lembramos  de  enchentes. Pensamos apenas na dádiva preciosa do refrigério que vem de um gole de água. Não seria possível ter saúde sem água.
A principal marca do cristão maduro é ser parecido com Jesus, o varão perfeito. Uma das principais características de Jesus era que sempre que uma pessoa chegava aflita perto dele saía animada, restaurada, com novo entusiasmo pela vida. Quando as pessoas chegam perto de você, elas saem mais animadas e encantadas com avida? Elas saem cheias de entusiasmo, dizendo que valeu a pena conversar com você? Você tem sido uma fonte de vida para as pessoas? Sua família é abençoada pelas suas palavras? Seus colegas de escola ou do trabalho são encorajados com a maneira de você falar?

CONCLUSÃO
Essa duplicidade no uso da língua não é característica natural, mas desnaturada e culposa. Isso é o que a Bíblia nos diz incessantemente (Êx 20.16; Sl 34.14; Mt 5.22; Rm 12.14; 1Pe 3.9; etc.). Não deve e não precisa mais ser assim. Porque “se alguém está em Cristo, nova criatura é” (2Co 5.17). Podemos, mas não somos mais obrigados a pecar (Jo 8.36).
Que possamos nos permitir ser tratados por Deus nessa área tão difícil de nossas vidas. Que nossas motivações sejam revistas e ao sentirmos que nossa língua tem tido maior domínio sobre nós do que a palavra de Deus, que possamos dar palavra de ordem e exercer o domínio próprio que é fruto do Espírito em nós. Se o que dizemos não edifica, maldiz, ou fere alguém, fiquemos calados. O sábio é mais sábio porque escuta mais do que fala.

Bibliografia:
·         Davids, Peter H.. Novo Comentário Bíblico Contemporâneo - Tiago – Editora Vida;
·         Grünzweig, Fritz. Comentário Bíblico Esperança Novo testamento – Caratas de Tiago, Pedro, João e Judas. Editora Evangélica Esperança;
·         Kistemaker, Simon J.. Comentário do Novo Testamento - Tiago e Epistolas de João. Cultura Cristã;
·         Lopes, Hernandes Dias. Tiago: Transformando provas em triunfo. Hagnos;
·         Nicodemus, Augustus. Interpretando a Carta de Tiago. Editora Cultura Cristã


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